QUASE TUDO GENTE HONESTA!... O BURRO SOU EU...
Contra as palavras de D. Januário Torgal Ferreira, junto-me à indignação do ministro da defesa e de comentadores como Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa!... O governo não é corrupto. Para se poder acusar o governo de corrupto teríamos de estar perante o trânsito em julgado de um governante, de vários governantes ou do governo no seu todo, por um crime de corrupção. Ora em Portugal, tal condenação para além de ser meramente teórica e especulativa só seria possível daqui a mais de dez anos, isto é, estaríamos mais perante uma condenação histórica do que jurídica. Nessa altura já o Paulo Portas teria netos...
Contra as palavras de D. Januário Torgal Ferreira, junto-me à indignação do ministro da defesa e de comentadores como Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa!... O governo não é corrupto. Para se poder acusar o governo de corrupto teríamos de estar perante o trânsito em julgado de um governante, de vários governantes ou do governo no seu todo, por um crime de corrupção. Ora em Portugal, tal condenação para além de ser meramente teórica e especulativa só seria possível daqui a mais de dez anos, isto é, estaríamos mais perante uma condenação histórica do que jurídica. Nessa altura já o Paulo Portas teria netos...
Um dos aspectos mais
curiosos deste debate é que os distraídos comentadores e o próprio ministro das
Finanças consideram que os valores éticos e morais do país são os definidos no
Código Penal. Coincidência das coincidências: Todos estes "rapazes" eram
opositores do aborto e nunca avaliaram as mulheres que abortam segundo os
preceitos do Código Penal, condenaram-nas com base nos seus valores éticos e religiosos.
Em Portugal, a moral, a
ética e todos os valores que nos definem enquanto seres sociais e socializados, não decorrem dos nossos valores, da educação que recebemos ou dos nossos
valores cívicos, tudo está reduzido ao código penal. Somos homicidas depois do
crime provado e após o trânsito em julgado, isto é, não há canalhas, porque a
canalhice não está prevista no Código Penal, das mesma forma, estão cheios de
sorte os bandidos, os proxenetas e muitos outros espécimes, que a qualquer
momento podem dizer, que por enquanto ser filho da puta não é crime.
Veja-se o caso do
exemplar e ilustre dr. Relvas!... A primeira coisa que disse, não foi que a sua
licenciatura corresponde ao que os portugueses pensam de uma licenciatura. Uma
qualificação que além das aptidões profissionais adquiridas demonstra que o seu
possuidor foi alguém que se dedicou ao estudo e que mereceu o grau depois de o
demonstrar inequivocamente em exames. Os exames foram a treta que já se percebeu,
o currículo era uma anedota, mas o ilustre dr. Relvas veio logo dizer que o seu
diploma foi conseguido de acordo com a lei em vigor.
Quando alguém trai os
seus valores não é um traidor, é um cidadão exemplar e com direito a um lugar
no céu, porque não violou qualquer norma do Código Penal. Quando alguém engana
dois milhões de eleitores não é um aldrabão, é um político exemplar porque no
Código Penal não há qualquer norma condenando políticos aldrabões e terminada a
legislatura até pode pedir uma pensão vitalícia por conta dos serviços
prestados à pátria.
O mesmo governo que
reagiu ao bispo das Forças Armadas como se fossem virgens ofendidas, teve a
distinta lata, através do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, de
justificar os cortes dos vencimentos dos funcionários públicos e dos
pensionistas e reformados, porque eram responsáveis pelas despesas do Estado. Portanto, até
trânsito em julgado por condenação por corrupção, os ministros e os governos não
são corruptos. Mas os funcionários públicos, os pensionistas e os reformados são corruptos e
devem ser condenados a cortes nos vencimentos, porque foram eles que compraram
os submarinos, que roubaram no BPN, que compraram os carros de combate que
estão a enferrujar no Barreiro. São tão corruptos, que foram condenados
sem qualquer julgamento ou direito a defesa e devem ser acusados
publicamente dos seus crimes por um ministro tido por um santo homem, cumpridor
de todas as obrigações cristãs, com excepção da procriação e que é conhecido por
ser honesto acima de qualquer suspeita.
Corruptos são os
portugueses, esses malandros que compram submarinos sem ter dinheiro e que
levaram o país à falência por gastarem o que não tinham, e quando se gasta o que
não se tem isso significa que roubaram. É por isso que o governo distinguiu os
portugueses em dois grupos. Os banqueiros foram cidadãos exemplares e são
ajudados, os patos-bravos têm direito a bolsas de horas de trabalho escravo e a
despedimentos por inaptidão conforme as conveniências.Para todos os outros sobrou uma condenação a mais impostos, cortes
salariais e desemprego. Os ministros são todos honestos, malandros são os desempregados porque não querem trabalhar.
Volto a contar a anedota do compadre que foi
apanhado numa rusga numa casa de meninas!... Uma das meninas que ali fazia pela vida, desculpou-se dizendo que era
manicura, a outra era cabeleireira, até que o nosso amigo exclamou "querem
ver que a puta sou eu!...". Portas é um cavalheiro honesto, os filhos da puta
que compraram os submarinos que agora são pagos com os nossos subsídios, são os enfermeiros
que o Paulo Macedo está a contratar a trezentos euros por mês. QUASE TUDO GENTE HONESTA!... O BURRO SOU EU...