António Guterres foi Primeiro-Ministro de Portugal, no período compreendido entre 28 de Outubro de 1995 e 6 de Abril de 2002. Nesta última data, e num mais que evidente desapêgo ao poder, demitiu-se para que o país – segundo ele - não caísse “num pântano político”.
Com a sua atitude, Guterres, ao contrário daquilo que muitos populistas da nossa praça quiseram e querem ainda hoje fazer crer, não "fugiu". Pelo contrário, Guterres fez aquilo que devia ter feito: provocou eleições, deu vóz a quem devia e clarificou-se aquilo que se impunha clarificar.
Após a respectiva escolha e a sua consequente rejeição, seguiu-se-lhe no "trono" Durão Barroso até Junho de 2004. Com o sprint deste para Bruxelas, Pedro Santana Lopes ocuparia então o cargo de Primeiro-Ministro, até Fevereiro de 2005, data em que viria a ser exonerado pelo então Presidente da República Jorge Sampaio ao dissolver o Parlamento. Após novas eleições, surge então José Sócrates, que vem chefiando o Governo até aos dias de hoje.
Após a respectiva escolha e a sua consequente rejeição, seguiu-se-lhe no "trono" Durão Barroso até Junho de 2004. Com o sprint deste para Bruxelas, Pedro Santana Lopes ocuparia então o cargo de Primeiro-Ministro, até Fevereiro de 2005, data em que viria a ser exonerado pelo então Presidente da República Jorge Sampaio ao dissolver o Parlamento. Após novas eleições, surge então José Sócrates, que vem chefiando o Governo até aos dias de hoje.
Certo... certo, é que nem Guterres nem ninguém que se lhe seguiu, conseguiu evitar o tal pântano politico de que falava!... O tal pântano de que nunca mais nos vemos livres, a não ser na boca daqueles que apesar da “tanga” e do “descontrolo das contas públicas” (que dizem ter assolado o país), continuam a afirmar terem conseguido maravilhas, sensação essa que não é partilhada pela esmagadora maioria dos portugueses, que vêem o país cada vez mais atolado.
A realidade é mesmo essa, e hoje para mal dos nossos pecados, assistimos a um Governo cercado, medroso q.b. e sem iniciativa política!... A um Governo capturado pela crise, pela oposição parlamentar e pelos casos da Justiça!... A uma Assembleia revanchista e na aparência decidida a substituir-se ao Executivo, não hesitando em moldar-lhe o orçamento, ainda mesmo antes de ser apresentado na Assembleia da República. As declarações hoje produzidas pelos dois extremos -bloquistas e populares - são exemplos concretos.
Para piorar ainda mais as coisas, assistimos hoje também, a um Presidente distante e apático, ao que se julga enfraquecido, na opinião e no imaginário dos portugueses. Tudo aquilo de que menos precisávamos neste momento, era das “guerras” e “ajustes de contas” entre este e o Primeiro Ministro. Isto, para já não falar no desemprego galopante, nas crises crónicas da nossa condição de cidadãos e de eleitores, na crise das Finanças Públicas e na crise porque passa a Justiça.
Realmente, é muita coisa para um homem "só"!...
Chegamos já ao ponto, de uma vóz "autorizada", como é a de Marcelo Rebelo de Sousa, dizer que o Governo "está a cair"!... Concordando ou não com o professor, há uma coisa que não podemos esquecer!... Acabámos de sair de eleições - de três eleições consecutivas -, e não podemos andar sempre a votar. Votar, só por votar não resolve o problema… E não resolve o problema, antes de mais, porque não se vê onde esteja, pujante e viçosa, essa alternativa de que o país precisa –se de facto precisa. O que resolve o problema isso sim, é que haja HOMENS com principios, que coloquem o país e os cidadãos, à frente dos interesses pessoais e de jogos de poder.
Mas esses homens parecem não existir, e para batermos no fundo, parece já não faltar muito!... À esquerda e à direita, o pantanal é cada vez mais denso e milagres, já não ocorrem só em Fátima!... É que não se "topando", para o "bota-abaixo" não se inibem de alinhar uns com os outros. Têm ideias diferentes, perspectivas diferentes, mas votam em uníssono. É uma coisa nunca vista, mas... atenção: o povo não é cego, e não é por acaso, que a voz ponderada de Francisco Pinto Balsemão fez saber recentemente, que pelo andar da carruagem, o PSD pode estar a caminho, sem se dar conta, de um "suicídio colectivo".
Ora se tudo isto não é um pântano, então o que será um pântano?!... Para onde corremos?!...
Outro exemplo: A entrevista concedida recentemente à RTP por Armando Vara e a indiciação que o juiz promoveu - tráfico de influências -, fazem aumentar a inquietação. Depois do seu nome aparecer escarrapachado em todas as primeiras páginas como mediador medíocre de grandes negócios ao preço da uva mijona, vem agora o contraciclo da vaga. E Vara responde rijo. Ai se responde!... Suspende o cargo de vice-presidente de um dos maiores bancos portugueses, desmente tal acto indigno com firmeza, recusa-se a voltar ao mesmo cargo enquanto não for reposta a verdade, vai pedir o fim do segredo de justiça para que se saiba o que sobre ele consta, dá o corpo às balas e garante, que se não fosse o tal segredo de justiça, em 15 segundos poderia esclarecer-se tudo.
Mesmo que em vez dos tais 15 segundos, demore 15 minutos ou 15 horas, depois de o ouvir frente à entrevistadora, enérgico e inflamado, acudiu-me uma inquietação: Se o homem está mesmo inocente, se aquilo que diz é verdade, o país dos políticos andou durante um mês a pregar no deserto e a fazer política a propósito de quê?... Ou melhor: que país é este, que dirige e esgrime politicas, conforme as capas dos jornais, as noticias das televisões e não segundo critérios nacionais?!....
Não terão certos políticos da nossa praça, algo para fazer (deixando para César o que é de César), que não seja “entreterem-se” com noticias de jornais, revistas e similares, que lhes permitam dar nas vistas em vez de se preocuparem com coisas que interessam verdadeiramente ao país e aos cidadãos?...
É triste mas é verdade!... Hoje, as agendas editoriais, fazem o calendário da discussão politica e das polémicas que arrasam a honra, o carácter e até a vida de pessoas sem uma única decisão judicial a condenar. Os "Velhos do Restelo" não perdoam e não perdoam a ninguém que ouse contrariar o destino. O espírito de vingança e até se calhar da inveja, são próprios dos tempos da barbárie e da pequenez de espírito. Perde-se a grandeza... o sentido de Pátria enquanto mãe colectiva, e perde-se também o sentido da dignidade humana.
É triste mas é verdade!... Hoje, as agendas editoriais, fazem o calendário da discussão politica e das polémicas que arrasam a honra, o carácter e até a vida de pessoas sem uma única decisão judicial a condenar. Os "Velhos do Restelo" não perdoam e não perdoam a ninguém que ouse contrariar o destino. O espírito de vingança e até se calhar da inveja, são próprios dos tempos da barbárie e da pequenez de espírito. Perde-se a grandeza... o sentido de Pátria enquanto mãe colectiva, e perde-se também o sentido da dignidade humana.
Ora sendo assim, é evidente que o PÂNTANO POLITICO, veio para ficar.
Boas festas e até para o ano...
Boas festas e até para o ano...