08 fevereiro, 2012

A GUERRA ECONÓMICA QUE SUFOCA A GRÉCIA E TODOS OS DEMAIS PAÍSES PERIFÉRICOS....


Ao contrário do que vão afirmando por aí múltiplos "comentaristas do sistema" para consumo público, todos conhecemos as causas e respectivas origens da crise financeira que grassa por essa Europa fora!... Todos sabemos que essa mesma Europa se encontra “esfrangalhada”!... De um lado o Reino Unido e a República Checa e do outro, a subserviência sem limites aos desmandos da senhora Merkel e do seu aliado Sarkozy. Em boa verdade, o BCE, e o Merkozilismo reinante, encontram-se obcecados com um único propósito - o resgate e o fortalecimento do sistema financeiro. Eles decidem e os demais obedecem... Para estas "duas estrelas", tudo deve ser sacrificado a este superior desígnio. Os rendimentos das populações, os salários e as pensões, os direitos sociais adquiridos ao longo das últimas décadas, a economia real, e até, pasme-se, a própria vigência democrática -como são os casos recentes da Grécia e da Itália, em que a governação democrática foi substituída por comissários do sistema financeiro. Um escândalo, a que a subserviência obecessiva à dupla reinante, não dedicou uma única palavra...

A Grécia está com a “cabeça no cepo”!... Não tem saída possível, e o seu futuro está hipotecado, seja dentro ou fora da zona euro e por muitos e muitos anos. A continuar tudo na mesma e se a politica europeia e intra-muros se mantiver, Portugal será o próximo. A um país em recessão, com uma dívida externa a subir todos os dias, nem o "Deus Larouco" lhe valerá e sendo assim, a resistência esfumar-se-à. Nem mesmo com novas e violentas medidas de austeridade, que só conduziriam a um acelerar do processo, se conseguiria um volte-face.

Mas para se ter uma ideia das politicas erradas que vêm sendo seguidas pela “dona” da Europa e pelos seus seguidores, tomemos como exemplo o caso de Portugal.
Com a entrada no euro, o país perdeu pela primeira vez desde a sua fundação em 1143, a capacidade de criar moeda e a sua soberania monetária foi transmitida a uma nova instituição da União Europeia, o BCE.
Portugal entregou assim de mão beijada a sua independência financeira e económica a uma entidade, o banco Central Europeu (BCE), governada por tecnocratas, oriundos das instituições financeiras privadas e naturalmente defensores dos seus interesses. Abdicamos assim do mais importante mecanismo de controlo da sua independência financeira e económica. Quem dispõe da capacidade de criar dinheiro possui também a capacidade de saldar as suas dívidas públicas, contraídas para saldar défices ocasionais. Os Estados Unidos e o Japão por exemplo, possuem dívidas públicas astronómicas, muito maiores que as existentes na Europa, mas jamais se tornarão insolventes, uma vez que as suas reservas criarão todo o dinheiro indispensável aos pagamentos dessas mesmas dívidas.
É hoje evidente para todos, que essa incapacidade dos países da união monetária não poderem criar moeda, poderia ser atenuada!...  E como: Se o novo organismo supranacional criado - o BCE - se substituísse aos países na emissão de moeda e consequente pagamento das dívidas soberanas de cada país. Mas isto, é que a senhora Merkel não quer. E como não quer, e como não foi aquela a arquitectura engendrada pelo duo reinante da UE, proibindo a emissão de moeda, para o financiamento das dívidas públicas ou dar garantia dos seus pagamentos, em caso de emergência, a crise não terá fim à vista. Portugal e todos os países em dificuldades, ficam assim totalmente desprotegidos, de mãos atadas e ao sabor da especulação dos mercados financeiros e do poderio alemão. É este o actual papel do BCE!... Favorecer e incitar objectivamente as instituições financeiras e as oligarquias financeiras, que derivam da imposição do financiamento do BCE  à banca privada, a juros de 1%, para que esta por sua vez, através dos mercados, compre dívidas soberanas a juros muitíssimo superiores. Só isto justifica, que nos primeiros seis meses de Governo de Passos Coelho, a dívida externa tenha subido na ordem dos 8.000 milhões de Euros!... Um escândalo...
A transferência de poder financeiro para o BCE que se deu com a criação da moeda única, significou na prática, um autêntico golpe financeiro e o estrangulamento dos países com economias mais débeis. Um poder que deveria ser utilizado para defender os interesses desses países, foi deste modo transferido e colocado ao serviço de interesses privados e das elites financeiras, à margem dos governos democraticamente eleitos.
Esta é verdadeiramente uma GUERRA ECONÓMICA, que substituindo-se às chamadas guerras tradicionais, se propõe “conquistar” os países mais débeis e submetê-los aos interesses dos poderosos. Se nada mudar, Portugal também não fugirá à regra...