O pior Governo e a pior maioria
do regime democrático, não são apenas o epifenómeno que levou um cidadão
incumpridor a Primeiro-Ministro, através de um processo criado por uma central
de intoxicação chefiada por Miguel Relvas e Marco António, a qual segundo
declarações do primeiro na hora da despedida, viria a ter o seu epílogo após
cinco anos de luta sem tréguas no ano de 2011.
Estes, são pois os resíduos
tóxicos do nosso sistema democrático, o que não quer dizer, que a conquista do
poder não seja um direito e um dever da luta democrática, mas a forma como esta
maioria e este Governo saltaram para o pote, tornou-se um caso de estudo e de
vergonha.
E para que nem sequer faltasse a
“cereja no topo do bolo”, a este Governo e a esta maioria, juntou-se aquele que
em todos os espaçosde opinião e de sondagens, é hoje considerado como o pior
Presidente da República democraticamente eleito, o qual com uma rudimentar
cultura democrática e provado desamor à Constituição, o transformaram em membro
suplente do Governo que – como está à vista de toda a gente - assiste.
Sabe-se hoje, que em Julho de
2013, a troco da aceitação do “namoro” que constantemente foi pedido ao Partido
Socialista, Cavaco Silva se dispunha a antecipar as eleições legislativas para
o verão de 2014. Como o Partido Socialista recusou o indecoroso parceiro,
vinga-se agora no álibi do prazo constitucional para a convocação das ditas
eleições, o que significa deixar o País muito provavelmente sem Orçamento de
Estado para 2016 devidamente aprovado. Será que o Presidente da República não
terá um economista que o avise dos riscos da situação e do desastre, a cuja
dimensão o seu Governo não é alheio e de que ele próprio será responsável?!...
Como é que um Orçamento de Estado
a aprovar até 15 de Outubro pode ser preparado por um Governo saído de eleições
que marcará “entre 14 de Setembro e 14 de Outubro”, como consta da Constituição
da República Portuguesa e já ameaçou cumprir, quando há menos de dois anos se
propunha antecipá-las cerca de 15 meses?!... Por que motivo nega agora a
antecipação dos meses que então acrescentava hà 1 ano por causa do Orçamento de
Estado anual?!...
Será que não ocorre ao Presidente
desta República, que das próximas eleições pode não resultar uma maioria que
permita formar Governo, como ele próprio o “exige” e que mesmo que tal ocorra,
nunca antes de Abril ou Maio haverá Orçamento?!... E se não houver maioria,
como vai o"senhor" resolver a situação se estamos já em campanha para
as presidênciais?!... Estará ele convencido, de que o seu Governo lhe
sobreviverá com 116 deputados para o PSD/CDS?!...
A democracia está - devia estar
primeiro, mas infelizmente não está!... Bastava ter pela Pátria o amor que
nutre pelo seu património para pôr os interesses do País acima da derradeira
afirmação de poder pessoal, numa vertigem suicidária da dignidade própria e dos
interesses do país. Esperemos que com esta atitude, não se venha a instalar o
“caos” nos derradeiros meses do ano.
Em abono da verdade, não se pode
levar a mal, o mal que este Governo e este Presidente fizeram a Portugal. Cada
um só dá o que pode e sabe, e eles infelizmente não sabem nem podem dar mais.
Ainda assim e não podendo fazer
melhor, porque não estavam preparados, aprontaram uma gigantesca máquina de
propaganda a que não faltam cúmplices, idiotas úteis, ressentidos de vários
quadrantes e psicopatas desejosos de consideração pessoal. É essa corja imensa
que teremos de enfrentar no tempo que falta para nos vermos livres deste
Presidente, deste Primeiro Ministro e desta maioria, sem o mais leve indício de
que um Governo digno e um Presidente capáz, os substituam e invertam tão
funesta herança.
Portugal com uma dívida pública,
privada e das empresas, que ascende aos 684 mil milhões de euros, cerca de 3,9
vezes o PIB nacional, não pode esperar mais e precisa de gente capáz para fazer
face aos desafios do futuro.