Fazermos nos últimos dias de cada mês de Dezembro, um resumo do ano que após ano finda, tornou-se já num hábito. Neste último, a tentação óbvia, é a de o classificarmos como um ano perdido nas nossas vidas.
30 dezembro, 2020
QUE 2021 SEJA O ANO DA VIRAGEM PARA O MUNDO...
25 dezembro, 2020
24 DE DEZEMBRO DE 2020 - PARA MEMÓRIA FUTURA...
Este era o dia e a noite que a tradição consagrou para a reunião das famílias. Era!... Hoje, dia 24 de Dezembro deste desditoso ano de 2020, não é. É pelo contrário o dia em que o desalento marca o ritmo de quem costumava rumar às terras de origem ou à casa dos mais próximos para o convívio à volta da mesa.
11 dezembro, 2020
UM NATAL DIFERENTE, QUE PRECISAMOS SABER ENFRENTAR…
Este vai ser mesmo um Natal diferente!... Independentemente daquilo que estivermos a passar em termos de pandemia, sabemos que os dias que iremos viver serão únicos. Seremos por certo menos à mesa e o ambiente festivo será ensombrado pelas restrições que nos acompanharão em maior ou menor escala. Apesar de tudo, não deixará de ser uma celebração, ainda que marcada pelas dificuldades económicas que muitas famílias já sentem.
São as regras que assim o determinam!... Regras, cujo fim último é a procura de um final tão feliz quanto possível, deste pesadelo colectivo que a todos nos apoquenta, e que não dependendo inteiramente de nós, passa também muito por nós.
É verdade que a ciência está prestes a dar-nos a definitiva esperança com o aparecimento das primeiras vacinas eficazes dentro de alguns meses, certo é, que a retoma da normalidade não é para ontem ou para hoje!... Segundo os especialistas, ainda irá demorar muito tempo, provavelmente cerca de um ano na melhor das hipóteses. Até lá, continuaremos a estar à prova enquanto indivíduos e comunidade. E não vale a pena colocar em cima da mesa a dicotomia que é feita por muitos entre a saúde e a economia, como se tivéssemos que fazer uma opção definitiva por uma delas. Não é disso que se trata!... Do que se trata, é que tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, tem repercussões nesta enorme teia de complementaridades e conexões que nos unem directa e indirectamente enquanto sociedade.
E sendo assim, aquilo que em tempos de crise nos deve unir cada vez mais, é a defesa do nosso concelho e da nossa gente. Hoje, mais que nunca, a compra e a venda do mais simples produto “dentro de portas”, pode ter repercussões em cadeia e fazer a diferença. É por cá que se deve procurar fazer circular o dinheiro, e isto aplica-se a residentes permanentes e não permanentes que gostem da sua terra. É que a diferença está mesmo aí!... Em gente, porventura no fio da navalha e sem dinheiro nos cofres de que precisam para não comprometerem as suas tesourarias e dessa forma beneficiar da nossa ajuda ainda que pouco significativa para pagamento de salários a funcionários, prestações devidas a bancos, ou até para o pagamento do aluguer de equipamentos ou das rendas aos senhorios.
A questão fundamental, é pois podermos contribuir, ainda que dentro de todas as restrições a que estamos obrigados, e fazermos do pouco algo mais, para dessa forma ajudarmos a manter a resistência destes fios invisíveis que nos ligam à terra.
Ao usarmos a máscara, ao mantermos a distância social, ao cumprirmos o recolhimento, estamos a salvaguardar-nos e a salvaguardar a saúde de quem connosco partilha o quotidiano. Se pudermos juntar a isso a nossa colaboração em termos económicos para amenizar os efeitos colaterais desta pandemia, tanto melhor. É uma obrigação moral que não admite excepções, muito menos a abertura de flancos a charlatanices ou discursos alienados que tudo apostam no quanto pior melhor. Uma obrigação – diga-se, e até um dever. Fazê-lo, é um contributo para segurar a economia local que tantos “encontrões” tem levado nos últimos tempos. Temos por isso o dever de o fazer por nós, por aqueles que nos estão mais próximos e também pelos corajosos que não atiram a toalha ao chão e resistem na criação e manutenção do emprego. É um pouco por tudo isto, que este Natal nos vai oferecer um contexto diferente!... Um contexto em que temos e devemos ainda mais reforçar um outro papel: o de consumidores na nossa terra. Todos temos amigos ou familiares que directa ou indirectamente vivem do comércio e sendo assim, nesta época que antecede o Natal, a forma como compramos também é decisiva, porque há diferenças abissais entre quem precisa urgentemente que se lhe deite a mão e quem tem outro histórico, dimensão e capacidade para resistir aos embates das crises. Consumir neste período, não será apenas “ir às compras” e saber comprar agora, será também um acto solidário. Ou se quisermos até, um acto político, naquilo que de mais nobre este conceito tem.
Onde quer que se encontre, Boas Festas para toda a comunidade barrosã…
(Texto escrito segundo a antiga ortografia para a edição de 1 de Dezembro do Planalto Barrosão)