16 maio, 2024

- NOVO AEROPORTO DE LISBOA

QUANDO COMEÇAREM AS OBRAS A GENTE FESTEJA, MAS FICA A PERGUNTA: E SE A ANA E A VINCI QUISEREM UM PORCO MUITO GORDO PARA DAR O CHOURIÇO E DEPOIS O DINHEIRO FALTAR?!... É QUE 2062 AINDA VEM LONGE…

Ontem foi um dia “importante” na política portuguesa!... Depois de 55 anos de avanços e de recuos, de estudos e de mais estudos, de pressões e de hesitações, foi finalmente anunciada a decisão sobre o novo Aeroporto de Lisboa. Quem diria, que após tantos anos e tantos Primeiros-Ministros, foi um improvável Luís Montenegro, que com apenas 32 dias de Governo, assumiu essa decisão e com o apoio das forças políticas mais representativas, o que é um bom sinal de cooperação interpartidária face ao interesse nacional, o que raramente tem acontecido em Portugal.
Rádios, televisões e jornais, destacaram essa importante notícia a que não foi igualmente alheio o também anúncio de TGV´s entre Lisboa e Madrid e Lisboa e Porto e vice-versa.
Mas vamos ao que interessa: no caso do Aeroporto, trata-se (ou dizem tratar-se) de uma necessidade nascida já durante a chamada “primavera marcelista”, que através do Decreto-lei n.º 48.902, de 8 de Março de 1969, criou no então Ministério das Comunicações, o Gabinete do Novo Aeroporto de Lisboa, com personalidade jurídica e Autonomia Administrativa, com a missão de “empreender, promover e coordenar toda a actividade relacionada com a construção do mesmo”. Um documento assinado por Marcello Caetano e promulgado pelo então Presidente, Américo Thomaz.
O que ninguém esperaria, é que fosse preciso mais de meio século para escolher o local. Ontem finalmente, e após o pré-anúncio de Marques Mendes no seu habitual comentário domingueiro da SIC, o Governo durante o debate quinzenal na Assembleia da República, deu a conhecer em forma de relâmpago, a construção do novo Aeroporto em Alcochete, em conformidade segundo afirmou, com o Relatório da Comissão Técnica Independente.
Dito isto, vamos lá ver então se será desta. Só acredita quem quer!... É que já foi Rio Frio; já foi Ota e deixou de o ser para voltar a ser; já foi Montijo; já foi “margem sul jamais" pela voz de Mário Lino; “mas desta é que é, agora é a valer”, tanto que até já tem nome e “padrinho”: Luís de Camões e Luis Montenegro, este - diga-se, mesmo que “preso por arames” e com exame marcado, lá para finais de Outubro/Novembro, do corrente ano.
Um Luis Montenegro, que num verdadeiro ziguezague, conseguiu ultrapassar tudo e todos pela esquerda e pela direita!... Ultrapassou, Mário Soares, Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, José Sócrates, Passos Coelho e na recta final António Costa, ao tomar uma decisão, que diga-se, já entrara no anedotário nacional.
Só que Luis Montenegro, que teima em manter-se em campanha, não disse tudo!... Nem disse tudo, nem os SENHORES DEPUTADOS da Oposição TIVERAM A OUSADIA DE O QUESTIONAR, porque se calhar, direi eu, ao fim de 12 anos, o esquecimento falou mais alto que os interesses conflituantes, motivo principal para que a decisão tivesse sido sempre adiada.
E chegados então aqui e entre outras de somenos importância, a pergunta que se impõe (e ainda não foi feita) é a seguinte:
E se a ANA (do senhor José Luis Arnault) e a Vinci quiserem um porco muito gordo para dar o chouriço, e depois o dinheiro faltar?!...
Por acaso já alguém reflectiu, na Concessão dada pelo Governo de Passos Coelho até 2062, que implica, que caso a OPÇÃO seja Alcochete, a factura indemnizatória pode chegar aos cinco mil milhões de euros?!... Está lá tudo – Diário da República II Série, n.º 20, de 27 de Janeiro de 2012.
Bem, dito isto e fico-me para já por aqui à espera de saber novidades e quando começarem as obras, a gente festeja. Só espero, é que lá mais para o final do ano, se o Primeiro-Ministro for "despedido", que não nos venha com essa que já tem na manga por antecipação: "se não há aeroporto, é porque a Oposição não deixou". Falácias...
Seja como for, tenhamos ou não Aeroporto de Alcochete, pelo menos o nome, é garantido. Até porque nem sequer tem discussão… LUIS Vaz de CAMÕES...

14 maio, 2024

E AGORA SENHOR PRESIDENTE?!...

“Perdoai-lhes senhor, que não sabem o que fazem”… 

Após a crucificação de um Governo de maioria absoluta, o Presidente da República empossou o XXIV Governo Constitucional no dia 2 de Abril e os Secretários de Estado no dia 5 do mesmo mês!... A verdade porém, é que só podemos tomar como baliza o arranque das funções governativas no dia 12, data em que terminou na Assembleia da República, a discussão, apreciação e “aprovação” do Programa do Governo da AD.

Um Programa e um Governo logo sujeitos a duas Moções de Rejeição ambas chumbadas!... Uma do BE, rejeitada por 137  deputados do  PSD, CHEGA, IL e CDS, e 13 a favor do BE, PCP e LIVRE, a que se juntaram 78 abstenções do PS e PAN, e uma segunda do PCP, com resultado semelhante. Significa isto, que perante tais votações, se pode assim afirmar, que na prática, o Programa deste Governo, apenas mereceu a aprovação de uma maioria de Direita e Extrema-Direita e que o primeiro mês da sua Governação/Desgovernação está já concluído. Uma legislatura aliás, que Luis Montenegro, com aquele seu sorriso matreiro, diz ir  levar até ao fim.

Considerando então o pleno, tender-se-á a concordar com o Primeiro-Ministro, quando por estes dias afirmou, “que governar é uma prova de fundo”, isto, apesar dos riscos patentes do percurso – que não são poucos, poder vir a ser interrompido. A verdade porém, é que qualquer governação sendo uma maratona como muito bem afirmou, tal requer competência, empenho, trabalho, esforço e dedicação, para que possa chegar ao fim bem posicionado e com os objectivos cumpridos, coisa que ainda não se viu.

E porquê?!... Porque iniciar uma corrida da forma que iniciou, onde vem faltando um pouco de tudo isso, significa impreparação e falta de estratégia. Um “estado”, que de facto e de direito, está muito bem patente aos olhos dos portugueses, ou seja: é o espelho do inicio da dita “prova de fundo governativa” deste Governo da recauchutada AD, que para cúmulo, ainda não abandonou o “sprint” da campanha eleitoral.

Uma AD, que excluindo uma fútil alteração dessa “magnifica obra” do LÓGOTIPO e um sem número de trapalhadas, que vão desde o embaraço político com a eleição do Presidente da Assembleia da República, até às polémicas com o IRS e as Contas Públicas, passando pelos “casos e casinhos” da Saúde, da Segurança Interna, da Defesa, do Trabalho, da Justiça, e com a aprovação de uma medida integrante do Programa Eleitoral do Partido Socialista, que não constava no Programa Eleitoral da AD e do Governo, bem como das cerca de 60 Medidas que o Governo se apropriou unilateralmente dos Programas da Oposição, mostram claramente a valia deste Executivo. 

Pelo meio e para que não fiquem dúvidas, neste período de tempo assinalam-se:
1 – As propostas de redução da taxa de IRS a quem já estava isento, e o maior benefício nos escalões mais elevados;

2- As barafundas com o Serviço Militar Obrigatório e o recrutamento para as Forças Armadas de delinquentes, que o respectivo Ministro – tal a calinada – viria a negar, quando foi ele próprio a avançar com a ideia ainda quando era Oposição, no Congresso do CDS, em 2022;

3- Depois a surpreendente afirmação do Ministro da Educação, a informar-nos de que afinal o número de alunos sem professores, “são em muitos casos situações pontuais de baixa médica dos docentes”;

4- Depois ainda, os dados da Administração Central do Sistema de Saúde, do Ministério da Saúde, que revelam que nos últimos 5 anos, o SNS conseguiu afinal, reter 86% dos médicos recém-formados e vincular 82% de médicos de família contratados;

5- De seguida as trapalhadas desta Ministra, com o pedido de Planos já elaborados e publicamente apresentados, sem esquecer que restam apenas, mais 30 dias para que o Governo cumpra a promessa em concretizar o Plano de Emergência para o SNS, mesmo que as Ordens Profissionais da Saúde tenham escrito ao Primeiro-Ministro a defenderem que a reforma do SNS, iniciada na anterior legislatura, se deve manter e ser cumprida;

6- Depois, o anúncio da Ministra da Justiça, a anunciar que irá apresentar uma nova estratégia contra a corrupção, quando ainda há bem pouco tempo, foi aprovado na AR, o denominado “Pacote Anticorrupção” acordado e delineado pelo próprio PSD.

7- A todas estas trapalhadas, seguiram-se-lhe o desmentido da Comissária Europeia em relação à afirmação de Luís Montenegro que havia criticado os atrasos na execução do PRR, o que se afigurou como falso;

8- E como um mal – para o Governo obviamente – nunca vem só,  seguiu-se o agradecimento da Comissão Política Concelhia do PSD de Viana do Castelo ao Partido Socialista pela abolição das portagens nas ex-Scut, e a crítica aos deputados do PSD eleitos pelo Círculo Eleitoral de Viana do Castelo, por votarem contra a proposta - tal como a deputada do PSD eleita por Castelo Branco, Liliana Reis, que votou igualmente contra a abolição das portagens, contrariando tudo o que havia defendido para o interior durante a campanha eleitoral. Resta agora saber, qual a votação que se segue dos seus deputados do Circulo de Vila Real, que em campanha se mostraram contra o lítio e o volfrâmio, e a posição oficial do Partido, é avançar com a mineração quer na Borralha, quer em Morgade, quer ainda em Covas de Barroso, a quem foram os próprios a abrir portas – que o diga a actual segunda figura do Estado;

9- Trapalhadas, a que se juntou também a Ministra do Trabalho,  para quem “a melhor forma de combater a precariedade laboral é facilitar e liberalizar os despedimentos. “Bonito não é”?!...

10- Mas há mais!... E o mais, significa a opção política de favorecer as grandes empresas, que representam apenas 2% do universo empresarial em Portugal com a redução do IRC, como se isso fosse resultar em maior investimento ou melhores salários. Enquanto isso, as pequenas e médias empresas ficam a “chuchar no dedo” e à espera de melhores dias…

11- E para o fim, ficaram as polémicas e as controvérsias com os SANEAMENTOS – porque foi disso que se tratou, nomeadamente na Saúde, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e nas Forças de Segurança, exclusivamente por conveniência de políticas e de serviço. Saneamentos, que ocorreram sem margem para dúvidas, como meio de “pagamento”, pela recusa em servirem de “TRINCHEIRAS” a promessas eleitoralistas que a AD, e principalmente o Primeiro-Ministro, sabiam não irem ser cumpridas. Agora, seguir-se-à a habitual “dança das cadeiras”, sob a capa de reestruturações  que como de costume, nunca irão acontecer.

Conclusão: ora assim sendo, o que fez então o Governo e a sua bancada parlamentar nestes 30 dias de governação?!... O que fez, foi limitar-se a criar uma narrativa de passa-culpas e de vitimização política, com dois objectivos claros: transferir responsabilidades para a Oposição, nomeadamente para o PS, e criar um cenário favorável numa provável eleição antecipada no final deste ano.


A narrativa da suposta e alegada incoerência orçamental e das contas públicas, já tantas vezes desmascarada e explicada por Fernando Medina, e também por especialistas, nos quais se inclui  a insuspeita Manuela Ferreira Leite e até o EUROGRUPO em Bruxelas que envergonhou Miranda Sarmento, serve apenas para justificar a incompetência, a incapacidade e a impossibilidade de cumprir as utópicas e demagogas promessas eleitorais irrealistas e sem qualquer consistência ou sustentabilidade, proferidas antes das eleições de 10 de Março de 2024.

Professores, Médicos, Enfermeiros, Oficiais de Justiça, Militares, Policias, GNR`s, Guardas Prisionais e Policia Maritima, “sonharam alto”.  Agora, vão ter que esperar sentados para não se cansarem. Resta, é saber as consequências…   


Ao Governo, como se não bastasse uma emenda pior que o soneto, junta agora a narrativa pífia, vil e mesquinha da alegada, fantasmagórica e imaginária força de bloqueio Parlamentar entre PS e Chega - como se não houvesse mais Partidos na Assembleia da República a votar contra o PSD, começando desde logo pela IL que nem quis fazer parte da solução governativa - IL, que já imaginava o que daí viria.


Que se cuide Montenegro!... A maioria dos portugueses não é assim tão politicamente iletrada como o senhor pensa, muito menos ingénua ou estúpida. O normal processo de apreciação e deliberação legislativo na Assembleia da República, nada tem a ver com eventuais ou possíveis acordos previamente estabelecidos. Tem a ver sim, com a simples bondade das propostas, com as votações e com os impactos que as mesmas possam ter na vida dos portugueses e na sociedade, como sempre aconteceu na história da democracia portuguesa e acontece em qualquer parte do mundo democrático.

 

Querer transformar o normal funcionamento parlamentar em tudo o que ele não é, só significa e espalha a incoerência, o desnorte, a inaptidão e a incapacidade governativa deste Governo. Aliás é bom recordar ao senhor Primeiro-Ministro, que enquanto líder da Bancada Social-Democrata ou enquanto líder do PSD, se opôs sempre, e solicitou a Rui Rio que o fizesse em nome do PSD, a 8 (oito) consecutivos Orçamentos de Estado, alguns, até mesmo sem ser conhecido o documento a aprovar.

 

Por isso, se o Governo não sabe ou não consegue governar, se teima em não sair da linha de partida da tal corrida de fundo de que nos fala, há felizmente quem cumpra a sua função legislativa e parlamentar e quem cumpra as promessas eleitorais sem perder tempo, nem esperar por estratégias políticas. QUEM COM “FERROS MATA, COM FERROS MORRE”…

04 maio, 2024

A não esquecer: Abril, cumpriu-se…

Por variadas vezes, nomeadamente no contexto da celebração destes 50 anos do 25 de Abril de 74, ouvimos, repetidamente: “é preciso cumprir Abril”. Em sentido oposto, é também vulgar ouvirmos o apelo “Abril Sempre!... Pela minha parte e porque procurarei estar sempre do lado certo da História, prefiro – e hoje mais que nunca, o termo “Abril Sempre”.

E porquê?!... Porque Abril se cumpriu há 50 anos!... Cumpriu-se com o falhanço das “Caldas” a 16 de Março de 1974 e a prisão do Varela e de quem o acompanhava; cumpriu-se na coragem dos Capitães de Abril protagonizada no Golpe Militar e na queda do regime ditatorial e fascista na madrugada de 25 de Abril de 1974; cumpriu-se na consequente Revolução dos Cravos que alimentou e solidificou o processo político, garantindo a solidez da Liberdade e da Democracia conquistadas e oferecidas ao Povo pelos militares; cumpriu-se com o PREC, com o Verão Quente de 75 e com o 25 de Novembro; cumpriu-se com as Reformas Políticas da Junta de Salvação Nacional, do MFA e do Conselho da Revolução; com uma Assembleia Constituinte; cumpriu-se com a aprovação de uma Constituição da República; cumpriu-se com um Parlamento saído de Legislativas; com os primeiros Governos Constitucionais e do Poder Local; e cumpriu-se, com a implementação de um Estado de Direito Democrático. Mas há mais: cumpriu-se também com as Reformas Sociais implementadas e vividas no pós-revolução - alfabetização, liberdade, garantia dos direitos fundamentais; com o voto representativo, igualitário e livre; com o SNS; e com a reforma na  educação e com o Estado Social.

E Abril cumpriu-se ainda, quando no dia do cinquentenário o Povo saiu à rua, dando expressão política, social e libertária à resistência de tantos que foram amordaçados, agrilhoados, perseguidos, exilados ou mortos; de tantos que resistiram e lutaram; e de tantos que na sujeição da subsistência pessoal e familiar viveram sufocados pela opressão do regime.  Abril cumpriu-se por isso na Democratização e no Desenvolvimento, deitando para trás das costas, 48 anos de obscurantismo.

Perguntar-me-ão: o que falta então cumprir?!... Nada. Falta é manter vivos os princípios e os valores de Abril, principalmente quando hoje, percorridos que são 50 anos de liberdade e democracia, ainda aja quem queira reescrever a História por um mero interesse ideológico, querendo esvaziar um dos seus marcos mais excelsos e aproveitar-se da liberdade e da democracia conquistadas, para a ferir, despejar e destruir com saudosismos do passado e o regresso à ditadura e ao fascismo, num claro retrocesso civilizacional, político e social.

Nestes 50 anos de Liberdade e Democracia, o que importa é viver e fortalecer Abril, não esquecer um dos seus ícones - Salgueiro Maia, e um obrigado aos Capitães de Abril, principalmente e por orgulho de quem me está mais próximo, ao Vasco Lourenço, ao Aniceto Afonso e ao Jorge Golias. Não há futuro para a liberdade, sem a memória da falta dela!… Importa por isso, viver Abril Sempre…

Um Governo de “passa-culpas” e de “trapalhadas” a metro quadrado…

Não quero ser pessimista, mas estou a encontrar alguma dificuldade em ser optimista, senão vejamos:

Um país funciona bem, quando as suas principais instituições funcionam também bem, de forma articulada, sensata e inteligente.

Agora, quando temos um Presidente que parece “andar à nora”, desbocado e desprovido de bom senso, quando temos um Governo que parece funcionar na base do improviso, sem articulação, e com Ministros a pensarem na descabelada intenção de mandar meliantes - à boa maneira dos Tribunais Plenários salazaristas -  para as forças armadas, seguindo a prática de Putin e Prigozhin que iam às cadeias buscar bandidos para combater na guerra, e com um Parlamento todo salteado e sem equilíbrios virtuosos, o que se pode esperar?!...

Que me desculpem os leitores, mas isto não tem nada a ver com gente politicamente decente, ou seja: é só disparates, atrás de disparates…

Salva-se deste panorama – pelo menos até ver - José Pedro Aguiar-Branco, a quem tenho visto tomar atitudes assertivamente civilizadas. Ainda assim, o que pode o senhor fazer, perante o descalabro em que a AR está transformada, sem que do lado do Governo minoritário pareça haver habilidade e inteligência para negociar, e sem que um líder da sua bancada, pareça ter cabeça, elegância e ”savoir fair” para estabelecer pontes?!...

Quando vejo Montenegro com comportamentos trauliteiros na tentativa de provocar arruaça em vez de se portar condignamente, tentando estabelecer uma linha de entendimento com as outras forças do Parlamento, fico sem perceber o que procura, ou seja: se atitudes de um qualquer frangote com a mania que é capão, e que ao mínimo abanão vai desta para melhor, ou  atitudes de um rural-lento - Marcelo dixit -  que não conhecendo mundo, se acha mais capaz que todos os outros com quem tem e deve saber lidar, mas que já provou não saber. E dito isto, duas questões se levantam: ou nunca pensou ganhar as eleições, e não se achando capaz está a ver se se põe a andar, ou não sabe o que anda a fazer, tal o amadorismo que demonstra, a começar com o episódio “Bugalho” e a terminar no saneamento da Ana Jorge, sem equipa para a substituir.

Pelo andar da carruagem, não tardará muito que o dito “Bugalho” esteja a disputar a liderança ao 'lento'  e 'rural' Montenegro, e já agora, a concorrer com o populista mais populista do Chega.

Por isso, nada se me afigura de bom!... Poderia até sentir-me confiante com a liderança do Pedro Nuno Santos, mas não sinto. Também o acho lento, palavroso, cauteloso, agarrado a uma ideia demasiado colada à esquerda de uma sociedade que já se moveu daí. Falta-lhe ímpeto, visão a longo prazo e calo. Falta-lhe golpe de asa, ainda que possa vir a ganhá-la. Mas não sei…

Agora, e à falta de Rio e Costa – passe a metáfora - intuo que as eleições europeias vão trazer entradas que vão revirar as expectativas e baralhar as contas. Os desaires e os embustes da AD e a forma canhestra como conduzem os assuntos têm causado péssima imagem. Se delas não sair já um “cartão amarelo”, nada me admira que lá para Novembro, não saia um “vermelho directo”. Depois, claro está, serão os mesmos de sempre a pagar a factura…