QUANDO COMEÇAREM AS OBRAS A GENTE FESTEJA, MAS FICA A PERGUNTA: E SE A ANA E A VINCI QUISEREM UM PORCO MUITO GORDO PARA DAR O CHOURIÇO E DEPOIS O DINHEIRO FALTAR?!... É QUE 2062 AINDA VEM LONGE…
16 maio, 2024
- NOVO AEROPORTO DE LISBOA
14 maio, 2024
E AGORA SENHOR PRESIDENTE?!...
Após a crucificação de um Governo de maioria absoluta, o
Presidente da República empossou o XXIV Governo Constitucional no dia 2 de Abril
e os Secretários de Estado no dia 5 do mesmo mês!... A verdade porém, é que só podemos
tomar como baliza o arranque das funções governativas no dia 12, data em que
terminou na Assembleia da República, a discussão, apreciação e “aprovação” do
Programa do Governo da AD.
Um Programa e um Governo logo sujeitos a duas Moções de
Rejeição ambas chumbadas!... Uma do BE,
rejeitada por 137 deputados do PSD, CHEGA, IL e CDS, e 13 a favor do BE, PCP
e LIVRE, a que se juntaram 78 abstenções do PS e PAN, e uma segunda do PCP, com resultado semelhante. Significa
isto, que perante tais votações, se pode assim afirmar, que na
prática, o Programa deste Governo, apenas mereceu a aprovação de uma maioria de Direita e Extrema-Direita e
que o primeiro mês da sua Governação/Desgovernação está já
concluído. Uma legislatura aliás, que Luis Montenegro, com aquele seu sorriso
matreiro, diz ir levar até ao fim.
Considerando então o pleno, tender-se-á a concordar com o
Primeiro-Ministro, quando por estes dias afirmou, “que governar é uma prova de
fundo”, isto, apesar dos riscos patentes do percurso – que não são poucos,
poder vir a ser interrompido. A verdade porém, é que qualquer governação sendo uma
maratona como muito bem afirmou, tal requer competência, empenho, trabalho,
esforço e dedicação, para que possa chegar ao fim bem posicionado e com os objectivos
cumpridos, coisa que ainda não se viu.
E porquê?!... Porque iniciar uma corrida da forma que iniciou,
onde vem faltando um pouco de tudo isso, significa impreparação e falta de
estratégia. Um “estado”, que de facto e de direito, está muito bem patente
aos olhos dos portugueses, ou seja: é o espelho do inicio da dita “prova de
fundo governativa” deste Governo da recauchutada AD, que para cúmulo, ainda não
abandonou o “sprint” da campanha eleitoral.
Uma AD, que excluindo uma fútil alteração dessa “magnifica
obra” do LÓGOTIPO e um sem número de trapalhadas, que vão desde o embaraço
político com a eleição do Presidente da Assembleia da República, até às
polémicas com o IRS e as Contas Públicas, passando pelos “casos e casinhos” da
Saúde, da Segurança Interna, da Defesa, do Trabalho, da Justiça, e com a
aprovação de uma medida integrante do Programa Eleitoral do Partido Socialista,
que não constava no Programa Eleitoral da AD e do Governo, bem como das cerca
de 60 Medidas que o Governo se apropriou unilateralmente dos Programas da Oposição,
mostram claramente a valia deste Executivo.
Pelo meio e para que não fiquem dúvidas, neste período de
tempo assinalam-se:
1 – As propostas de redução da taxa de IRS a quem já estava isento, e o maior
benefício nos escalões mais elevados;
2- As barafundas com o Serviço Militar Obrigatório e o
recrutamento para as Forças Armadas de delinquentes, que o respectivo Ministro
– tal a calinada – viria a negar, quando foi ele próprio a avançar com a ideia
ainda quando era Oposição, no Congresso do CDS, em 2022;
3- Depois a surpreendente afirmação do Ministro da Educação,
a informar-nos de que afinal o número de alunos sem professores, “são em muitos
casos situações pontuais de baixa médica dos docentes”;
4- Depois ainda, os dados da Administração Central do Sistema
de Saúde, do Ministério da Saúde, que revelam que nos últimos 5 anos, o SNS
conseguiu afinal, reter 86% dos médicos recém-formados e vincular 82% de
médicos de família contratados;
5- De seguida as trapalhadas desta Ministra, com o pedido de Planos
já elaborados e publicamente apresentados, sem esquecer que restam apenas,
mais 30 dias para que o Governo cumpra a promessa em concretizar o Plano de
Emergência para o SNS, mesmo que as Ordens Profissionais da Saúde tenham
escrito ao Primeiro-Ministro a defenderem que a reforma do SNS, iniciada na
anterior legislatura, se deve manter e ser cumprida;
6- Depois, o anúncio da Ministra da Justiça, a anunciar que irá
apresentar uma nova estratégia contra a corrupção, quando ainda há bem
pouco tempo, foi aprovado na AR, o denominado “Pacote Anticorrupção” acordado e
delineado pelo próprio PSD.
7- A todas estas trapalhadas, seguiram-se-lhe o desmentido da
Comissária Europeia em relação à afirmação de Luís Montenegro que havia
criticado os atrasos na execução do PRR, o que se afigurou como falso;
8- E como um mal – para o Governo obviamente – nunca vem
só, seguiu-se o agradecimento da
Comissão Política Concelhia do PSD de Viana do Castelo ao Partido Socialista pela
abolição das portagens nas ex-Scut, e a crítica aos deputados do PSD eleitos
pelo Círculo Eleitoral de Viana do Castelo, por votarem contra a proposta - tal
como a deputada do PSD eleita por Castelo Branco, Liliana Reis, que votou igualmente
contra a abolição das portagens, contrariando tudo o que havia defendido para o
interior durante a campanha eleitoral. Resta agora saber, qual a votação que se
segue dos seus deputados do Circulo de Vila Real, que em campanha se mostraram
contra o lítio e o volfrâmio, e a posição oficial do Partido, é avançar com a
mineração quer na Borralha, quer em Morgade, quer ainda em Covas de Barroso, a
quem foram os próprios a abrir portas – que o diga a actual segunda figura do
Estado;
9- Trapalhadas, a que se juntou também a Ministra do Trabalho,
para quem “a melhor forma de combater a
precariedade laboral é facilitar e liberalizar os despedimentos. “Bonito não
é”?!...
10- Mas há mais!... E o mais, significa a opção política de
favorecer as grandes empresas, que representam apenas 2% do universo
empresarial em Portugal com a redução do IRC, como se isso fosse resultar em
maior investimento ou melhores salários. Enquanto isso, as pequenas e médias empresas
ficam a “chuchar no dedo” e à espera de melhores dias…
11- E para o fim, ficaram as polémicas e as controvérsias com
os SANEAMENTOS – porque foi disso que se tratou, nomeadamente na Saúde, na Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa e nas Forças de Segurança, exclusivamente por
conveniência de políticas e de serviço. Saneamentos, que ocorreram sem margem
para dúvidas, como meio de “pagamento”, pela recusa em servirem de
“TRINCHEIRAS” a promessas eleitoralistas que a AD, e principalmente o
Primeiro-Ministro, sabiam não irem ser cumpridas. Agora, seguir-se-à a habitual
“dança das cadeiras”, sob a capa de reestruturações que como de costume, nunca irão acontecer.
Conclusão: ora assim sendo, o que fez então
o Governo e a sua bancada parlamentar nestes 30 dias de governação?!... O que
fez, foi limitar-se a criar uma narrativa de passa-culpas e de vitimização
política, com dois objectivos claros: transferir responsabilidades para a Oposição,
nomeadamente para o PS, e criar um cenário favorável numa provável eleição
antecipada no final deste ano.
A narrativa da suposta e alegada incoerência orçamental e das contas públicas,
já tantas vezes desmascarada e explicada por Fernando Medina, e também por
especialistas, nos quais se inclui a
insuspeita Manuela Ferreira Leite e até o EUROGRUPO em Bruxelas que envergonhou
Miranda Sarmento, serve apenas para justificar a incompetência, a incapacidade
e a impossibilidade de cumprir as utópicas e demagogas promessas eleitorais
irrealistas e sem qualquer consistência ou sustentabilidade, proferidas antes
das eleições de 10 de Março de 2024.
Professores, Médicos, Enfermeiros, Oficiais de Justiça, Militares,
Policias, GNR`s, Guardas Prisionais e Policia Maritima, “sonharam alto”. Agora, vão ter que esperar sentados para não
se cansarem. Resta, é saber as consequências…
Ao Governo, como se não bastasse uma emenda pior que o soneto, junta agora a
narrativa pífia, vil e mesquinha da alegada, fantasmagórica e imaginária força
de bloqueio Parlamentar entre PS e Chega - como se não houvesse mais Partidos
na Assembleia da República a votar contra o PSD, começando desde logo pela IL
que nem quis fazer parte da solução governativa - IL, que já imaginava o que
daí viria.
Que se cuide Montenegro!... A maioria dos portugueses não é assim tão
politicamente iletrada como o senhor pensa, muito menos ingénua ou estúpida. O
normal processo de apreciação e deliberação legislativo na Assembleia da República,
nada tem a ver com eventuais ou possíveis acordos previamente estabelecidos.
Tem a ver sim, com a simples bondade das propostas, com as votações e com os
impactos que as mesmas possam ter na vida dos portugueses e na sociedade, como
sempre aconteceu na história da democracia portuguesa e acontece em qualquer
parte do mundo democrático.
Querer transformar o normal funcionamento parlamentar em tudo o
que ele não é, só significa e espalha a incoerência, o desnorte, a inaptidão e
a incapacidade governativa deste Governo. Aliás é bom recordar ao senhor Primeiro-Ministro,
que enquanto líder da Bancada Social-Democrata ou enquanto líder do PSD, se
opôs sempre, e solicitou a Rui Rio que o fizesse em nome do PSD, a 8
(oito) consecutivos Orçamentos de Estado, alguns, até mesmo sem ser conhecido o
documento a aprovar.
Por isso, se o Governo não sabe ou não consegue governar, se teima
em não sair da linha de partida da tal corrida de fundo de que nos fala, há
felizmente quem cumpra a sua função legislativa e parlamentar e quem cumpra as
promessas eleitorais sem perder tempo, nem esperar por estratégias políticas.
QUEM COM “FERROS MATA, COM FERROS MORRE”…
04 maio, 2024
A não esquecer: Abril, cumpriu-se…
Por variadas vezes, nomeadamente no
contexto da celebração destes 50 anos do 25 de Abril de 74, ouvimos,
repetidamente: “é preciso cumprir Abril”. Em sentido oposto, é
também vulgar ouvirmos o apelo “Abril Sempre!... Pela minha parte e porque
procurarei estar sempre do lado certo da História, prefiro – e hoje mais que
nunca, o termo “Abril Sempre”.
E porquê?!... Porque Abril se cumpriu
há 50 anos!... Cumpriu-se com o falhanço das “Caldas” a 16 de Março de 1974 e a
prisão do Varela e de quem o acompanhava; cumpriu-se na coragem dos Capitães de
Abril protagonizada no Golpe Militar e na queda do regime ditatorial e fascista
na madrugada de 25 de Abril de 1974; cumpriu-se na consequente Revolução dos
Cravos que alimentou e solidificou o processo político, garantindo a solidez da
Liberdade e da Democracia conquistadas e oferecidas ao Povo pelos militares; cumpriu-se
com o PREC, com o Verão Quente de 75 e com o 25 de Novembro; cumpriu-se com as
Reformas Políticas da Junta de Salvação Nacional, do MFA e do Conselho da
Revolução; com uma Assembleia Constituinte; cumpriu-se com a aprovação de uma
Constituição da República; cumpriu-se com um Parlamento saído de Legislativas;
com os primeiros Governos Constitucionais e do Poder Local; e cumpriu-se, com a
implementação de um Estado de Direito Democrático. Mas há mais: cumpriu-se
também com as Reformas Sociais implementadas e vividas no pós-revolução -
alfabetização, liberdade, garantia dos direitos fundamentais; com o voto
representativo, igualitário e livre; com o SNS; e com a reforma na educação e com o Estado Social.
E Abril cumpriu-se ainda, quando no
dia do cinquentenário o Povo saiu à rua, dando expressão política, social e
libertária à resistência de tantos que foram amordaçados, agrilhoados,
perseguidos, exilados ou mortos; de tantos que resistiram e lutaram; e de
tantos que na sujeição da subsistência pessoal e familiar viveram sufocados
pela opressão do regime. Abril
cumpriu-se por isso na Democratização e no Desenvolvimento, deitando para trás
das costas, 48 anos de obscurantismo.
Perguntar-me-ão: o que falta então
cumprir?!... Nada. Falta é manter vivos os princípios e os valores de
Abril, principalmente quando hoje, percorridos que são 50 anos de liberdade e
democracia, ainda aja quem queira reescrever a História por um mero interesse
ideológico, querendo esvaziar um dos seus marcos mais excelsos e aproveitar-se
da liberdade e da democracia conquistadas, para a ferir, despejar e destruir
com saudosismos do passado e o regresso à ditadura e ao fascismo, num claro
retrocesso civilizacional, político e social.
Nestes 50 anos de Liberdade e
Democracia, o que importa é viver e fortalecer Abril, não esquecer um dos seus
ícones - Salgueiro Maia, e um obrigado aos Capitães de Abril, principalmente e
por orgulho de quem me está mais próximo, ao Vasco Lourenço, ao Aniceto Afonso
e ao Jorge Golias. Não há
futuro para a liberdade, sem a memória da falta dela!… Importa por isso,
viver Abril Sempre…
Um Governo de “passa-culpas” e de “trapalhadas” a metro quadrado…
Um país funciona bem, quando as suas principais instituições funcionam também bem, de forma articulada, sensata e inteligente.
Agora, quando temos um Presidente que parece “andar à nora”, desbocado e desprovido de bom senso, quando temos um Governo que parece funcionar na base do improviso, sem articulação, e com Ministros a pensarem na descabelada intenção de mandar meliantes - à boa maneira dos Tribunais Plenários salazaristas - para as forças armadas, seguindo a prática de Putin e Prigozhin que iam às cadeias buscar bandidos para combater na guerra, e com um Parlamento todo salteado e sem equilíbrios virtuosos, o que se pode esperar?!...
Que me desculpem os leitores, mas isto não tem nada a ver com gente politicamente decente, ou seja: é só disparates, atrás de disparates…
Salva-se deste panorama – pelo menos até ver - José Pedro Aguiar-Branco, a quem tenho visto tomar atitudes assertivamente civilizadas. Ainda assim, o que pode o senhor fazer, perante o descalabro em que a AR está transformada, sem que do lado do Governo minoritário pareça haver habilidade e inteligência para negociar, e sem que um líder da sua bancada, pareça ter cabeça, elegância e ”savoir fair” para estabelecer pontes?!...
Quando vejo Montenegro com comportamentos trauliteiros na tentativa de provocar arruaça em vez de se portar condignamente, tentando estabelecer uma linha de entendimento com as outras forças do Parlamento, fico sem perceber o que procura, ou seja: se atitudes de um qualquer frangote com a mania que é capão, e que ao mínimo abanão vai desta para melhor, ou atitudes de um rural-lento - Marcelo dixit - que não conhecendo mundo, se acha mais capaz que todos os outros com quem tem e deve saber lidar, mas que já provou não saber. E dito isto, duas questões se levantam: ou nunca pensou ganhar as eleições, e não se achando capaz está a ver se se põe a andar, ou não sabe o que anda a fazer, tal o amadorismo que demonstra, a começar com o episódio “Bugalho” e a terminar no saneamento da Ana Jorge, sem equipa para a substituir.
Pelo andar da carruagem, não tardará muito que o dito “Bugalho” esteja a disputar a liderança ao 'lento' e 'rural' Montenegro, e já agora, a concorrer com o populista mais populista do Chega.
Por isso, nada se me afigura de bom!... Poderia até sentir-me confiante com a liderança do Pedro Nuno Santos, mas não sinto. Também o acho lento, palavroso, cauteloso, agarrado a uma ideia demasiado colada à esquerda de uma sociedade que já se moveu daí. Falta-lhe ímpeto, visão a longo prazo e calo. Falta-lhe golpe de asa, ainda que possa vir a ganhá-la. Mas não sei…
Agora, e à falta de Rio e Costa – passe a metáfora - intuo que as eleições europeias vão trazer entradas que vão revirar as expectativas e baralhar as contas. Os desaires e os embustes da AD e a forma canhestra como conduzem os assuntos têm causado péssima imagem. Se delas não sair já um “cartão amarelo”, nada me admira que lá para Novembro, não saia um “vermelho directo”. Depois, claro está, serão os mesmos de sempre a pagar a factura…