30 junho, 2024

“Será possível averiguar se há corrupção no Ministério Público”?!...


Já lá vai um ano, que escrevi um Artigo de Opinião disponível on line, em que afirmava “não conhecer jurisprudência, que pudesse colocar em causa o sistema democrático, mas toda a gente – ou se quisermos quem se interessa pela matéria - conhecer os métodos do Ministério Público”, que hoje se verifica não serem inocentes.

Que fique desde já claro!... Não é a investigação seja de quem for, mesmo que de inocentes se trate, que se contesta. O que então contestei e que hoje continuo a fazê-lo, é não só a exibição de Poder ligada ao crime de violação do Segredo de Justiça, por parte de quem acima de todos os demais, tem o dever e a obrigação de preservar os Direitos Fundamentais dos cidadãos consagrados na CRP-Constituição da República Portuguesa e não o faz, como também e pior que isso, misturar o que não é misturável de forma a atingir alvos privilegiados.

Alvo, que desta vez foi António Costa – mas podia ter sido outro. Não interessa!... A Justiça tem que ser entendida, como dois mais dois, serem quatro, e ponto final. Justiça, não é atingir alguém de quem não se gosta, vazando para jornais, rádios e televisões escutas telefónicas colhidas em Processo que se encontra em Segredo de Justiça, com a agravante de não terem qualquer relevância penal e que nem sequer deveriam ter sido guardadas. Ao ser feito, estamos perante factos que configuram uma gravidade tal, que não é compatível com um Estado de Direito. Ou seja: estamos isso sim, confrontados com uma manifesta instrumentalização da investigação penal, com desígnios políticos – como foi este o caso, em que o Ministério Público se vem tornando useiro e vezeiro.

Ou seja: estamos perante um Ministério Público que vive sentado à escuta; que escuta tudo e todos; e que o faz durante anos a fio se lhe apetecer, como quem não tem mais nada que fazer, para depois “despejar tudo” o que lhe apetecer sem “rei nem roque”,  e sem que ninguém assuma as responsabilidades que lhe competem.  Uma conduta muito perigosa e que é caso para dizer, “ai de quem lhe caia nas mãos”. Nem a malfadada PIDE escutava tanto, nem cometia tamanhas tropelias.

Há um ano, no dito artigo a que inicialmente me referi, perguntei quem “guardava o Guarda”!... Desta vez, a pergunta vai noutro sentido: será possível averiguar se há corrupção no Ministério Público?!... É que de facto, a sua intromissão sobre actos que não lhe dizem respeito, e reveladores até que são, do principio da Separação de Poderes, deixa qualquer cidadão de bem, com a “pulga atrás da orelha”…