01 dezembro, 2024

Mais de um milhão de votos que geraram um lixeira...

 

A democracia não é um sistema perfeito!... Dizem-nos até, que é o pior sistema político, com excepção de todos os outros.
Depois, a liberdade de expressão e opinião não são direitos absolutos, e nomeadamente, não justificam tudo – NEM DETERMINADOS MEIOS, NEM OS FINS.

 

Isto para dizer, que a democracia, em 29 de Novembro de 2014, quando da discussão do OE e em pleno Palácio de São Bento, sofreu um rude golpe e uma condenável afronta. E não foi para isto que o “tal” 25 de Novembro de 75, que tantos – ERRADAMENTE - idolatram, se fez e se cumpriu.

E diria até mais: garantidamente, não foi para isso que Abril aconteceu.

O problema é o seguinte: quando um palhaço se muda para um palácio, o palhaço não se transforma num rei!... O palácio é que vira um circo, com a ressalva de que me perdoem os palhaços e os circos que não têm culpa nenhuma do que aconteceu.

 

Mas como se este deplorável acto não bastasse, para a indignação e a condenação, o próprio princípio é de um aberração populista inaceitável de uma partido politico chamado Chega. Um nome aliás que lhe assenta na perfeição: Chega de tanta canalhice...

E sabe o Chega porquê?!... Em primeiro lugar, porque ao contrário do que os deputados deste partido – com letra pequena – tentam fazer crer, os salários dos políticos não foram aumentados com o OE aprovado. A questão é a seguinte: é que depois de todos os cortes extraordinários que foram aplicados até ao final do período da Troika terem sido repostos, apenas os dos políticos, inexplicavelmente se mantiveram cortados em 5%. Politicos atingidos, que não são apenas os governantes ou os deputados da Assembleia da República, (São também todos os autarcas de norte a sul do país, sejam os repectivos concelhos de maior ou menor densidade. E foi esse corte, que o Orçamento do Estado eliminou – E MUITO BEM - , por uma questão de justiça e equidade.

Segundo os membros desse tal “ajuntamento”, que ocupam infelizmente um espaço de 50 lugares no Parlamento e que a democracia e a ética política reivindicam, deveriam ser obrigados a publicitar mensalmente, as suas "folhas de vencimento" para que os portugueses possam confirmar se afinal abdicaram, ou não, da revogação do corte dos 5% nos seus vencimentos.

Mais uma vez esta gente mostrou ao que anda e aquilo que fomenta – O TERRORISMO POLITICO, num país democrático...  Mais de um milhão de votos que geraram um lixeira...

O NOVO PRESIDENTE DO CONSELHO EUROPEU


 

António Costa iniciou em 29 de Novembro, o seu mandato como Presidente do Conselho Europeu, sucedendo ao belga Charles Michel, o que constitui um acontecimento relevante para a auto-estima dos portugueses. Já havia António Guterres a dirigir as Nações Unidas e agora há um outro português a dirigir politicamente a União Europeia, o que mostra como as elites nacionais estão preparadas para exercerem altos cargos internacionais.

António Costa tem actualmente 63 anos de idade e foi Primeiro-Ministro de Portugal desde 2015 a 2024, tendo pedido a demissão do seu cargo na sequência de qualquer coisa ainda não esclarecida, mas que tem todo o ar de “emboscada” preparada por adversários políticos.

O desafio que vai enfrentar a partir de Bruxelas é complexo e terá que usar a inteligência, a sabedoria e a serenidade para se relacionar com os 27 Estados-Membros, ou as 27 pátrias europeias, ou ainda, as 27 vaidades nacionais, onde co-habitam línguas e culturas muito diversas, estados-gigantes e estados-pigmeus, esquerdas e direitas, nórdicos e latinos, eslavos e saxónicos. Nesse relacionamento, assumem grande importância a guerra da Ucrânia e as relações com a América de Trump e com a Rússia de Putin, mas também a coesão e a solidariedade internas, o alargamento, a problemática das minorias étnicas, as alterações climáticas, entre muitas outras questões que vão determinar o futuro próximo da Europa.

Na sua actividade, António Costa corre o risco de colidir com a Comissão Europeia e com a sua Presidente Ursula von der Leyen, que no seu anterior mandato, interveio muitas vezes como se presidisse também ao Conselho Europeu, designadamente com o apoio que tem dado à crueldade do regime israelita. Além disso, esperam-se grandes mudanças na Europa e no mundo, pelo que usando uma figura meteorológica, podemos dizer que António Costa vai estar no “olho do furacão”.

Seja como fôr, António Costa está no lugar que sonhou e o tal “parágrafo” de que se queixou, acabou por lhe servir a preceito e como amuleto, para chegar onde queria. É que mesmo acitando que um Primeiro-Ministro não pode exercer as suas funções sob suspeita, a mesma regra se aplica à Europa. Apesar de tudo desejo-lhe sorte...

AS PRESIDÊNCIAIS JÁ MEXEM...

 


As presidenciais começam a mexer e os motores a aquecer!... O Tó Zé Seguro deu à costa dez anos depois, e diz que sim, que é possível ir a jogo. Não convence muita gente, há os que preferem o Centeno, que não diz, mas também é capaz de ir  a jogo. E ainda poderá surgir o Santos Silva que não se põe de fora e o Guterres, já que as coisas não lhe estão a correr pelo melhor lá por Nova Iorque.
O Marques Mendes há anos que prepara a coisa, seguindo à risca a receita de Marcelo, mas como de costume, os notáveis do PSD não estão pelos ajustes e preferem o Aguiar Branco. E depois há ainda o Santana Lopes, já que como se sabe, é danado para a brincadeira.
No meio disto tudo sobra o Almirante Gouveia e Melo, conhecido por ter posto na ordem uma campanha de vacinação. E como o que a malta gosta é de quem os ponha na ordem, as sondagens dão-no já por imbatível.
Não se lhe conhece uma ideia. Se calhar não a tem mesmo. É lamentável - dir-se-á - que se possa eleger um Presidente da República sem se lhe conhecer uma ideia. Ser militar também não será dos mais saudáveis sinais. Não sei é se isto diz mais sobre os portugueses se sobre todos os outros candidatos já perfilados.
É só uma dúvida. 

“BIMBALHICES”


Exactamente às 20H00 do dia 27 de Novembro, horário do mais nobre que há, o Primeiro-Ministro, Luis Montenegro, resolveu irromper pelas casas dos portugueses. Antes de soarem as vinte badaladas, ninguém sabia o que justificaria tal despropósito: será que iria anunciar uma reestruturação de monta? Iria anunciar grandes medidas de fundo, quiçá fracturantes? 

Afinal de contas, depois de o ouvirmos, toda a gente continuou na mesma. Um acto falhado, foi o que comentadores televisivos e jornalistas concluíram. Passou-se, disseram quase todos. Não tem noção, disseram os restantes...

Rasteiro de mais concluí eu! Em boa verdade o que sobressaiu, foi a árvore de Natal. E foi isso que ele ali esteve a fazer, nem mais nem menos: a mostrar a sua árvore de Natal.

Bem, talvez tenha tentado um pouco mais que isso, certo é que não passou de uma bimbalhice e sendo assim, penso que não errarei se disser que ele ensaiou também, apresentar-nos um presépio humano. Todos sabemos que, com aqueles seus arroubos de macho alfa e sorrisinho de joker, o seu pratinho forte é exibir-se em modo moderno e arrojado.

É clarissimo, que ele como não poderia deixar de ser, resolveu fazer de São José; a Rita Júdice - coitada, de tão boas famílias e agora a ver-se metida nestas alhadas - de Nossa Senhora;  e a fofinha Fiasco, de menino Jesus.

Dos restantes que ali estiveram a fazer figura de corpo presente, coitados, não sei qual aceitou fazer o papel de burro e de boi -  acho que eram todos homens pelo que vamos esquecer a vaca. E ainda estava ali gente que chegava para dar para os Reis Magos e para mais uns quantos carneiros.

Só lhe faltou mesmo levar a sua Senhora, que se veste tão a preceito, quiçá poderia desta vez não ir toda de pink com blusinha em transparências e rendas como se apresentou no Parlamento para comemorar o 25 de Novembro, mas ir toda de branco, com um piedoso véu, para tentar disputar o lugar de Primeira Nossa Senhora e atirar a Rita para um papel secundário. Cá para mim, alguém do protocolo deve ter aconselhado a desta vez não ir até porque já não cabia mais gente naquele presépio.

Quanto ao resto, nem vale a pena querer encontrar mais alguma justificação. Não há. Foi só isto, uma bimbalhice daquelas que já não se usam, para nos dizer que Portugal é o sétimo pais mais seguro do mundo. Mas isso já nós sabíamos...

É assim, à americana...

Primeiro, a simples candidatura de uma personagem como Trump, parecia anedótica. Depois, a possibilidade de ganhar uma eleição, não passava de ficção. 

Certo é, que oito anos depois, Donald Trump regressa à Casa Branca numa eleição que fica para a História pelos resultados surpreendentes que alcançou na esmagadora maioria dos Estados.

E foi a todos os eleitorados: latinos, jovens, negros, classe média, rurais e urbanos.

A política americana é isto, e esta Presidência, será sem dúvida, diferente da que teve nos inícios de 2017.

Jornalistas, comentadores e analistas, que pensem bem no que andaram a dizer até agora. É que o Mundo não é todo a preto e branco e as consequências para o mesmo, são as únicas que nos devem interessar. Os USA, mexem com tudo, e aquilo que nos resta é saber como irá Trump posicionar-se ante o bloco europeu e as várias frentes de guerra onde os EUA são decisivos na sua resolução.

Enquanto isso, Kamala Harris sofreu uma pesada derrota e deixou o Partido Democrata em cacos. Até onde pode agora minimizar o dano?!... Não pode. A sua carreira política fica por agora, suspensa.

Depois, é ainda difícil acreditar que isto não podia ter corrido pior, mas os EUA são isto e tanto mais. Seja como for, o povo é soberano e quem mais ordena, seja na América, Portugal ou em qualquer país democrático do mundo. E quando as democracias funcionam, respirar com elas é o melhor remédio, mesmo acreditando que está em causa um fenómeno passageiro. Não, não está!... Os Estados Unidos e muito provavelmente por efeitos de contágio, a Europa e o mundo estão de volta a uma nova ordem política. O sentido de progresso da Humanidade em direcção às Luzes que o Ocidente começou a construir há dois séculos, entrou outra vez em recuo. As trevas estão de volta e a democracia sofreu uma das suas maiores derrotas de sempre.

Resta afirmar, que o diabo não vem aí, porque ele já chegou há oito anos. Falta-nos saber para já, que inferno quererá construir em 2025 e seguintes...