27 janeiro, 2008

1-APOIO AOS IDOSOS // 2- OPOSIÇÃO PRECISA-SE...

1- APOIO AOS IDOSOS


O Presidente da Câmara Municipal de Chaves, Dr. João Baptista, distinto barrosão, natural da aldeia de Vila da Ponte, concelho de Montalegre, anunciou, que vai iniciar as obras, para adaptar a maioria das 50 escolas do primeiro ciclo, que fecharam devido à falta de alunos, em Centros de Convívio para idosos.
E João Baptista disse mais: Que as ditas escolas, vão ter obrigatoriamente uma finalidade de âmbito social, cultural ou recreativo, de acordo com o que ficou estipulado, na Carta Social de Chaves, que com uma população de 45.000 habitantes, tem 8.526 idosos, com mais de 65 anos.


Segundo o autarca, na Páscoa, “já haverá espaços a receber os mais idosos”.
Ora aqui está um belo exemplo!... E sendo assim, qual a razão, porque muitas outras Câmaras da região, não seguem esta magnifica atitude, por forma a rentabilizar os espaços das escolas encerradas, colocando-os ao serviço dos idosos das nossas aldeias, contribuindo assim e ao mesmo tempo, para a preservação de um património que dia a dia se vai degradando?...

2- OPOSIÇÃO PRECISA-SE

Recebi na última semana, um email de um digníssimo leitor desta página, muito indignado, pelo facto de alguns dos meus comentários, terem como alvo preferêncial, o actual Presidente do PSD, por quem, segundo o dito leitor, não deveria morrer de “amores”.

Puro engano!... O PSD – onde aliás tenho alguns amigos -, é um Partido que respeito, tal como outros, sejam eles o PS, o PCP, o CDS/PP, ou mesmo aqueles chamados “de minoritários”, que agora os “tubarões da política ”, parecem querer mandá-los às malvas.

Todavia, uma coisa é o respeito e a consideração, que se tem por qualquer deles e outra bem diferente, é dizer-se o que efectivamente se pensa. Já acreditei nos políticos!... Em grandes políticos como Sá Carneiro, Mário Soares, Álvaro Cunhal, Freitas do Amaral e tantos outros, que faziam da política a sua vida, defendendo principios e concepções, segundo os respectivos ideais.
Mas por ter acreditado em toda essa gente, não sou obrigado a acreditar na nova vaga. Uma nova vaga, que tudo tem feito, para a descridibilização da classe.

Ora é nessa perspectiva e não com qualquer outra intenção, que dirimo os meus comentários, e ao dirimi-los, todos – para o bem e para o mal – comem por tabela. A tabela de um desalinhado, que felizmente ainda preserva os valores, que devem reger a vida em sociedade.

Mas já agora, e voltando ao PSD - a este PSD se o dito leitor quiser -, é ou não verdade que é um saco de “gatos”?... Todos se arranham!... A alternância democrática é o sangue do regime.Usando uma imagem militar: Tem sempre de haver tropas de reserva. Mas como toda a gente já viu, Luis Filipe Menezes, ou está mal assessorado ou não encontrou ainda o caminho para ser alternância política.O PSD é assim como um saco com muitos gatos: todos se arranham a ver qual sai primeiro do saco. E sendo assim, o PSD tem de mudar de estratégia. A política é algo muito sério, muito complexo. Tem de haver sacrifícios pessoais , tem de haver planeamento, gabinetes de estudos, gente disponível para assumir o combate político sem olhar a benefícios económicos. Luis Filipe Menezes tem de ser profissional como Presidente do PSD, e não o é.
A primeira ruptura, deveria ser com a Câmara de Gaia e dedicar-se a tempo inteiro ao combate político.O chefe da oposição não pode fazer uma perninha em Gaia, e depois liderar a oposição. Fica sem credibilidade, sem tempo e sem espaço.Luis Filipe Menezes está fragilizado com esta situação, não tem tropas prontas para o ataque, para o cerco ao castelo do Poder. Não as consegue treinar nem comandar. E depois há os outros!... Os outros, a começar por Rui Rio, Aguiar Branco ou mesmo Durão Barroso. E das duas uma: ou avançam e dão a cara sem tibiezas, ou então calam-se e apoiam Menezes. A estratégia de bate e foge, a estratégia de sim, mas não , é própria de uma certa mentalidade portuguesa, mas hoje, ou o PSD acerta o passo e se constitui como alternativa ou é derrotado por "burrice" e por lhe faltar a disponibilidade para o debate, para a estratégia, para construir uma alternativa credível, arriscando-se mesmo a tornar-se na terceira força politica, caso Manuel Alegre avance com um novo partido.
O PSD tem de perceber que o tempo dos messias - tipo Cavaco Silva que chegou à Figueira da Foz, fazendo a rodagem ao seu carro, reuniu tropas e ganhou - acabou. A este PSD, faz falta:

1- Não inventar;
2- Ouvir quem tem que ouvir;
3- Não se fazer de vítima;
4- Não sonhar com fantasmas, e pegar o “boi pelos cornos”;
5- Fazer sentir a quem de direito, que quem faz leis no Parlamento, não pode ter clientes privados;
6- Denunciar os vergonhosos negócios que ocorrem em certas zonas “mal iluminadas” do nosso sistema de justiça;
7- Atacar o combate à corrupção;
8- Um programa verdadeiramente social-democrata, que víncule todo o "exército" em vez do pensamento único;
9- Um gabinete de estudos alargado;
10- A criação de um movimento de reflexão e debate nacional aberto a personalidades independentes para alargar a base de apoio;
11- Apresentar propostas alternativas, num combate homem a homem, numa “defesa à linha e com grande profundidade do meio campo”;
12- Apresentar um "Governo Sombra", dando a cara sector a sector, com propostas bem estruturadas e arrojadas;
13- Inspirar a confiança nos portugueses;
14-E dizer aos potenciais candidatos, que podem aspirar a ser Presidentes do Partido. Não podem é minar o Partido por dentro...
Afinal de contas, têm de perceber, que ser Presidente de uma Câmara, de um Banco ou da Comissão Europeia, é só isso, nada mais. Quanto ao resto, são militantes do PSD.
Está mais que visto, que hoje, os portugueses exigem que haja Oposição. Uma Oposição credível, com propostas alternativas, e que os Partidos, a começar pelo PSD, deixem de ser esse saco de gatos e se transformem em gente afinada, responsável e com militantes dispostos a fazer sacrifícios pessoais pelo país e pelos cidadãos.

ESTA, É QUE É A VERDADE...

20 janeiro, 2008

A GESTÃO DA CRISE E O VELHO RECEITUÁRIO

Aqui há uns dias, em conversa com um amigo, que por acaso é deputado do PSD, questionei-o sobre uma coisa muito simples: “Quando é que o seu Presidente se decidia a fazer uma verdadeira oposição ao Governo?”. A resposta foi pronta e sarcástica até: “ Oh... companheiro!... O meu Presidente anda muito ocupadooo!...”

Tais palavras dizem tudo, isto é: Para além de muito ocupado, - como disse o meu amigo -, anda também distraído e a gerir a crise, com velhos receituários, senão vejamos:

É ou não incompreensível, a estratégia de aproximação do PSD ao PS, levada a cabo por Luís Filipe Menezes?... Ota/Alcochete, Tratado Europeu, política do “estado mínimo”, nova lei eleitoral das autarquias, aprovada na última sexta-feira na assembleia da Republica, entre tantas outras matérias, são apenas alguns exemplos?...
Quando tudo faria prever uma estratégia baseada na acentuação das diferenças, única via - julgo eu -, para a formulação de uma alternativa política sólida à governação de Sócrates, eis que, depois dos ameaços da “oposição hoje, de manhã, à tarde e à noite” o que o cidadão nota é uma aproximação política cada vez mais acentuada entre os dois partidos do bloco central.
Isso mesmo, esteve patente nas jornadas parlamentares do PSD do passado fim-de-semana. Nenhuma das intervenções escutadas ali, se apresentou como uma verdadeira alternativa ao Governo. Todas se voltaram para o interior do Partido, onde pelos vistos e aí sim, parecem residir os verdadeiros adversários do leader. Todas se propunham gerir a crise, mas nenhuma exibiu qualquer proposta capaz de ultrapassar a crise económica e social que o País atravessa.
Parece ser desta forma, que o líder do PSD pretende convencer o eleitorado (votem em mim, porque eu, seguindo a politica de Sócrates, serei na sua aplicação ainda mais eficiente).
É de facto lamentável, a constatação, de que em boa verdade, o PSD de hoje, nada tem a apresentar e a acrescentar, à política de Sócrates, cada vez mais nas "nuvens", dada a ausência de alternativas. E tanto assim é, que Luis Filipe Menezes, nas ditas Jornadas Parlamentares do PSD, insistiu, insistiu e voltou a insistir, em apresentar-se uma vez mais, como vítima – só lhe faltou mesmo chorar -, de uma contestação interna, mantendo-se em guerra com os seus próprios fantasmas. Quanto ao resto, nem uma palavra sobre o combate à despesa pública parasita, ao parasitismo de múltiplos órgãos do Estado, que em nada contribuem para a eficácia e melhoria das prestações da Administração Pública para com os cidadãos, e elevam a despesa pública para défices insuportáveis, sendo responsável tal desgoverno pelos aumentos de impostos, pelos cortes sociais a que todos os dias assistimos, e pela paralisia do desenvolvimento económico nacional. Nada de novo portanto, no receituário do PPD/PSD.

Diga-se aliás em abono da verdade, que este PSD, tem sido mesmo ultrapassado pelo CDS/PP em matéria de oposição, em muitos dos assuntos em discussão, como aconteceu na última semana -, na avaliação externa da política da saúde, requerida pelo Ministro da tuiela, fazendo lembrar ao executivo, que é ao Parlamento, que cabe a tarefa de fiscalizar a sua acção, acusando mesmo Correia de Campos de “pretender legitimar a desastrosa condução da sua política”, com o inedetismo, de pretender ser fiscalizado, escolhendo o seu fiscalizador, ao contratar para o efeito uma universidade estrangeira. Do PSD, que apenas faz alarde de questões acessórias, nem uma palavra.

Ora perante tudo isto, este PSD e este leader, apresentam-se como sendo uma alternativa muito modesta, uma alternativa disposta apenas a gerir a crise, mas não a ultrapassar a crise, o que estará muito longe de uma verdadeira e mobilizadora alternativa ao Governo.

13 janeiro, 2008

PS E PSD MENTIRAM AOS PORTUGUESES

RATIFICAÇÃO PARLAMENTAR
OUTRA PROMESSA INCUMPRIDA

Quero desde já deixar bem claro que sou totalmente favorável ao Tratado Europeu que foi assinado no passado dia 13 de Dezembro em Lisboa. Considero-o aliás, um passo fundamental para fortalecer a Europa e consolidar o projecto europeu. Uma Europa unida e vencedora é hoje indispensável, e desse contexto, todos os países europeus retirarão vantagens, incluindo naturalmente Portugal.

Porém, do meu ponto de vista, é muito diferente, para os portugueses, que a ratificação do Tratado de Lisboa seja feita através de um referendo ou por via parlamentar. Enquanto pelo referendo teriamos uma Europa dos cidadãos e com estes a saber, do que efectivamente trata, o Tratado de Lisboa, sem referendo, teremos uma Europa dos Estados, com mais de 90% da população a "jogar" no escuro, por imposição do senhor Sarcozy e da senhora Merkel.
Nem sequer vou usar o argumento - e poderia fazê-lo -, de que nunca foi realizado nenhum referendo europeu no nosso país, e que portanto, esta seria uma óptima ocasião para o fazer, tanto mais que a vitória do “sim”, seria garantida praticamente a 100%, segundo rezam as sondagens, e ainda porque a esmagadora maioria da população, sendo favorável ao projecto europeu, assim o garantia. A questão coloca-se noutra perspectiva: O referendo, foi uma promessa eleitoral feita pelo dois maiores Partidos Portugueses, na última campanha para as eleições legislativas. E o que é prometido aos seus eleitores deve – tem que!... – ser cumprido.

Já estamos todos cansados de ver promessas feitas durante campanhas eleitorais, serem depois colocadas no lixo, ou metidas na gaveta, porque “as circunstâncias se alteraram”. Lembram-se do “choque fiscal” de 2002?... Das promessas de não introduzir portagens nas SCUT e de não aumentar os impostos em 2005?... Ou, cá está, da promessa de referendar o Tratado Europeu, que quer PS-Partido Socialista, quer PSD-Partido Social Democrata, fizeram na última campanha para as legislativas, em Fevereiro de 2005?...
Tem sido referido pelos nossos digníssimos politícos, que o Tratado de Lisboa é muito diferente do Tratado Constitucional que franceses e holandeses, fizeram abortar em referendos realizados na Primavera de 2005; que a promessa eleitoral dizia respeito a “esse” Tratado Constitucional; que o facto de Portugal poder referendar o Tratado de Lisboa poderia tornar mais difícil a vida em outros países “menos europeístas” - cujo expoente máximo é o Reino Unido -, no sentido em que poderia ser mais fácil reivindicar a realização de um referendo, que poderia levar à rejeição deste Tratado; que com ratificação parlamentar em todos os países da União Europeia (excepto na Irlanda em que, por imperativos constitucionais tem que ser realizado um referendo, mas aí o resultado não será problemático), o problema não se coloca; que não há nenhum exemplo referendário “voluntário” a que recorrer e que – imagine-se -, "as pessoas", não tendo lido o Tratado, não são capazes de se pronunciar sobre ele...

Nada mais falacioso. Por um lado, basta uma leitura atenta, para percebermos que o essencial do conteúdo do Tratado Constitucional, está presente no Tratado de Lisboa. Numa percentagem, digamos, não inferior a 90%, nada de substancial muda do Tratado Constitucional, apenas “Alterações de circunstância” e pelo outro, pretendo questionar o seguinte:
Primeiro: Não deverá cada país tomar a decisão que julgar mais adequada e não optar por esta ou aquela solução apenas porque outro(s) país(es) a tomou. Não é cada um dos Estados em causa soberano?!...
Segundo: Mesmo tendo o Tratado de Lisboa sido assinado em Portugal, poderá o nosso país ser a referência para a Europa em matéria de referendo?!...
Será que o peso e a influência de Portugal é de tal ordem que outros Estados-Membros se veriam impelidos a imitá-lo?!...

Terceiro: Honrando os irlandeses a sua Constituição, não seria de “BOM TOM”, que "este" Partido Socialista e "este" Partido Social Democrata, em vez de formarem uma nova "União Nacional", honrassem também a palavra dada aos Portugueses, promovessem o debate público, em vez de enveredar pela MENTIRA?... Então a PALAVRA dos HOMENS, já vale apenas, aquilo que vale?... Lembrar-se-ão os chefes destes Partidos, do exemplo de Egas Moniz, que se apresentou ao rei de Leão, de corda ao pescoço, pelo incumprimento da sua palavra?!... AO QUE ISTO CHEGOU...

Então e essa, de que "as pessoas", não tendo lido o Tratado, não são capazes de se pronunciar sobre ele, não será de chamar-nos “otários”?...
Meus senhores: Por essa ordem de ideias, como "as pessoas" não costumam ler os programas eleitorais dos partidos, também não serão capazes de se pronunciar em eleições legislativas. E por muito que isso talvez agradasse a José Sócrates, ainda não ouvi ninguém avançar com a hipótese de acabar com elas. É verdade ou não?...
Sinceramente!... Por mais argumentos que os nossos “queridos políticos” invoquem, a minha opinião, é que nenhum deles se sobrepõe à HONRA, à DIGNIDADE, à PALAVRA dos HOMENS, e aos compromissos assumidos internamente, entre quem vota e quem é escolhido.Creio que não andarei longe da verdade, se disser que poucos factores existirão, que distanciem ainda mais o eleitorado e os eleitos, e que mais descredibilizem a classe política, do que prometer e depois não cumprir.
Isto, para além, de que proceder assim, é um total desrespeito para com os portugueses. E sendo assim resta-me perguntar: Que motivos terão as populações para confiar em eleições seguintes e naqueles que prometeram e depois não cumpriram?!... E se este sentimento for generalizado, que motivos existem realmente para se ir votar?!... Pois é, não há mesmo volta a dar: o que se promete aos eleitores nas campanhas tem mesmo, depois... que ser cumprido. Se assim não acontecer, é a DESILUSÃO TOTAL e é a própria democracia que é colocada em xeque.

06 janeiro, 2008

“LIDERES” E “LIDERES”...

Começo por confessar que ando tão descrente com a política, que a única voz que me apetece ouvir é a do senhor Presidente da República. Pelo menos, este não engana ninguém!... Ou é, ou não é. Aliás, estou mesmo convicto, de que actualmente, poucas serão as vozes audíveis - porque credíveis -, neste nosso Portugal do século XXI.

Ora vejamos: Quando determinados gestores da nossa “praça”, auferem salários mensais a rondar os 22.000 €, o que significa, 30 vezes mais que o vencimento médio nacional - 779 € nos serviços; 636 € na indústria, construção e energia; e 489 € na agricultura, silvicultura e pesca, segundo dados do INE -, quando 41% da população portuguesa tem vencimentos que variam entre os 310 e os 600 Euros, quando a justiça, a segurança e o desemprego, andam pelas ruas da amargura, e quando o CONFORMISMO REINANTE, de quem devia denunciar esta calamidade e não o faz, prolifera, é perfeitamente natural e normal, que o senhor Presidente da República se interrogue, se tais salários não serão desproporcionados à média nacional; do porquê de tantas injustiças no meio da justiça; do número de mortes que vão acontecendo, como consequência da insegurança em crescendo por este país inteiro e de tanta pobreza, cada vez mais enraízada na nossa sociedade.
Cavaco Silva, na sua mensagem de Ano Novo, demonstrou assim, as suas preocupações aos políticos, que da política fazem o seu ganha-pão e aos cidadãos do seu país, preocupações essas, que a meu ver, são aliás inteiramente legítimas. Tão legítimas, como igualmente outras, que também não esqueceu, designadamente o caminho traçado para os cuidados de saúde, que hoje constitui uma tremenda inquietação para toda a comunidade.

Neste seu discurso, o Presidente falou para os portugueses o entenderem. Aliás, falou pela voz dos portugueses, com quem tem contactado por esse País fora, apontando as mesmas preocupações do povo e os mesmos problemas por resolver, e falou pela voz daqueles, que antes da chegada ao poder tudo prometem e depois se vão esquecendo, e pela de outros, que outrora prometeram fazer oposição de manhã, à tarde, à noite, onde fosse necessário, mesmo que na rua, mas que hoje consideram populismo, fazer essa mesma oposição, à porta das fábricas, pactuando assim, com o sistema vigente ...
Em boa verdade, Cavaco Silva, quase parecia o líder da oposição!...
Face a todo este "entrelaçado", lembrei-me dum Sermão do Padre António Vieira que reza assim:
" uma das cousas de que se devem acusar e fazer grande escrúpulo os ministros é dos pecados do tempo, porque fizeram no mês que vem o que se devia fazer no passado; porque fizeram amanhã o que havia de se fazer hoje; porque fizeram depois o que se havia de fazer agora; porque fizeram logo o que haviam de fazer já...e o tempo não tem restituição alguma."
Daqui se depreende, que na hora, o Presidente não se esconde nem tem medo das palavras. Não promete, nem inventa uma coisa de manhã e diz outra à tarde, para se contradizer à noite. O Presidente não mandou dizer por ninguém, de que é preciso explicar com verdade às pessoas; de que é preciso explicar porque são necessárias as mudanças; com que garantias elas se vão executar; e que benefícios delas virão a colher as populações.
É que pelo andar da carruagem, SÓCRATES JÁ NÃO TEM QUE SE PREOCUPAR EM CUMPRIR AS SUAS PROMESSAS. OS PORTUGUESES É QUE TERÃO QUE FAZER POR MERECÊ-LAS, uma coisa mais ou menos parecida, como ganhar o "reino dos céus"...
Mas vamos ao que interessa:
Serão razoáveis, vencimentos tão díspares, como aqueles que se verificam em Portugal, que o colocam nos primeiros lugares -pela negativa -, no ranking da UE?... Quando o nosso governo, vais buscar exemplos que lhe convém, a outros países da Comunidade, porque não faz o mesmo nesta matéria?... Porque não cita o caso alemão, francês, inglês e tantos outros?...
Será razoável, que o governo apenas saiba conjugar o verbo encerrar, no que respeita à área da saúde?... Se quanto aos SAP`s, até admito que alguns sejam encerrados, já que foram uma verdadeira aberração quando criados, consumidores de recursos e incapazes de acudir a uma situação verdadeiramente grave, que normalmente terá de culminar no hospital, certo é, que o Governo prometeu soluções alternativas, antes de os encerrar e não cumpriu!... Portanto, se não cumpriu... não os devia encerrar!...
Aliás tal como no caso dos SAP`s, o Governo antes de encerrar urgências de alguns hospitais concelhios, de maternidades, de blocos de partos, prometeu garantir reforços na área do socorro pré-hospitalar, ou não é verdade?... O Governo prometeu, mas não cumpriu... e se não cumpriu, não os devia encerrar!...
E na justiça?... Não há nada a fazer?.... É preciso o Presidente chamar o PGR, para que determinados escândalos, não se tornem ainda mais monstruosos?...
Vamos continuar a assistir aos atropelos por todos conhecidos?...

E quanto á segurança?... Vamos continuar passivos e serenos como até aqui, "metendo a cabeça na areia", como que nada se esteja a passar?...
Vamos ficar à espera de mais uma “presidência aberta para a inclusão” em áreas como o emprego?
Ora foi exactamente a estas situações que o Presidente da República se referiu, ao alertar ser "importante que os Portugueses percebessem para onde vai o País...”.
O que é certo, é que duvido que as suas palavras produzam qualquer efeito...
E é pena, porque quando um Povo se sente alheado, distante, sem se rever em lideranças, porque nelas já não acredita, prevê-se um futuro morno, num tipo de gestão imediata e de técnica de "navegação à vista". Na verdade há "LIDERES" e "LIDERES".