Tinha este
rascunho de molho e entretanto passou um mês!... Mas ontem, tropecei numa
notícia sobre as internas do Partido e a primeira coisa que me veio à cabeça
foi esta absoluta imbecilidade que a figura ao lado mostra. Um facto saído das
hostes do PSD, como se não existissem muitas maneiras de criticar um Governo ou
um governante. Maneiras aliás, bem mais eficazes, inteligentes e dignas!...
Chegar a isto, é politicamente bater no fundo. É inclusivé, um grande favor que
se faz ao PS.
Óh… meus senhores!... Um “regime totalitário socialista”?!...
Será que contrataram os estrategas de marketing do “Chega Montalegre”,
paus que são para vociferar em todos os tabuleiros, ou fazem do povo
ignorante?!...
É claro, que o PSD é livre para praticar o estilo de propaganda política que muito bem entende!... Vivemos felizmente em democracia e somos livres para exprimir as nossas convicções e opiniões sobre as realidades que observamos, uma coisa é porém certa: agora se compreende o facto, de umas eleições para eleger o líder de um Partido tão relevante para o futuro colectivo do país e para a manutenção do regime democrático, terem sido tão ignoradas pela imprensa, pelos militantes e até pela população em geral.
- Um “regime totalitário socialista”?!... Será que contrataram os estrategas de marketing do “Chega Montalegre”, paus que são para vociferar em todos os tabuleiros, ou fazem de nós ignorantes?!...
- Posto isto, uma coisa salta desde já à vista: Marcelo não confia nesta gente e procura desde já, que Carlos Moedas cresça na Câmara de Lisboa para assumir aquilo que para já se nos apresenta como transitório.
- E a razão é muito simples!... É preciso “ver ao longe”.
Aquilo que transpareceu, é que apenas os interessados na política sabiam que havia dois candidatos, e que por menos inspiradores que pudessem ser, o agora eleito Montenegro, protagonizará a Oposição ao Governo. E depois, são ainda menos os que sabem, que o mesmo nem sequer tem assento na AR, o que dificulta a sua afirmação mediática e o escrutínio das suas qualidades.
Afirmação e qualidades, que sucumbiram logo à partida, quando até por
razões de promoção do próprio PSD junto do eleitorado e do País, se negou ao
debate e a discutir o programa, se acaso o tem, com o seu competidor Jorge
Moreira da Silva.
Posto isto, uma coisa salta desde já à vista: Marcelo tem razão ao não
confiar nesta gente e por isso aposta tudo no crescimento de Carlos Moedas na
Câmara de Lisboa para assumir aquilo que para já se nos apresenta como
transitório.
E a razão é simples!... É preciso “ver ao longe”. É que se a
ausência do CDS na AR faz falta à democracia e deixou espaço a Partidos
extremistas, é de imaginar o que acontecerá se o PSD for definhando alinhando
por este discurso, que apenas serve os incautos.
No que diz respeito ao CDS, há quem se alegre com o seu
desaparecimento, e não veja qualquer diferença entre Nuno Melo e o comediante
do Partido fascista. Não partilhando dessa ideia, aquilo que entendo, é que só
por miopia alguém não tenha reparado que um Partido integrado no PPE é condicionado
a respeitar os direitos humanos e as regras democráticas. A União Europeia é o
“guarda-chuva” da Europa e aquilo que se espera, é que o PSD exerça a
liderança da direita democrática com todo o vigor, mas sem ceder ao populismo.
Se o não fizer, para além de deixar de ser um pilar fundamental da democracia,
arrisca alienar para os demagogos, o espaço que de hà uns tempos a esta parte
vem perdendo em favor dos liberais e dos extremismos anti-democráticos.
E já agora: com a desmoralização que se nota, com que energia chegará o
PSD ao seu 40.º Congresso, que se realizará nos dias 1, 2 e 3 de Julho no
Coliseu do Porto?!...
É que perante os factos, não é apenas o futuro do PSD que interessa, é isso sim o do regime e do País, onde a direita democrática é fundamental para a qualidade e perpetuação da democracia e onde não há alternativas ao PSD.
Crónica do mês - Revista A Barrosana