07 junho, 2022

QUE É FEITO DO "VELHO PSD"?!...

Tinha este rascunho de molho e entretanto passou um mês!... Mas ontem, tropecei numa notícia sobre as internas do Partido e a primeira coisa que me veio à cabeça foi esta absoluta imbecilidade que a figura ao lado mostra. Um facto saído das hostes do PSD, como se não existissem muitas maneiras de criticar um Governo ou um governante. Maneiras aliás, bem mais eficazes, inteligentes e dignas!... Chegar a isto, é politicamente bater no fundo. É inclusivé, um grande favor que se faz ao PS.

Óh… meus senhores!... Um “regime totalitário socialista”?!... Será que contrataram os estrategas de marketing do “Chega Montalegre”, paus que são para vociferar em todos os tabuleiros, ou fazem do povo ignorante?!...

É claro, que o PSD é livre para praticar o estilo de propaganda política que muito bem entende!... Vivemos felizmente em democracia e somos livres para exprimir as nossas convicções e opiniões sobre as realidades que observamos, uma coisa é porém certa: agora se compreende o facto, de umas eleições para eleger o líder de um Partido tão relevante para o futuro colectivo do país e para a manutenção do regime democrático, terem sido tão ignoradas pela imprensa, pelos militantes e até pela população em geral.

  • Um “regime totalitário socialista”?!... Será que contrataram os estrategas de marketing do “Chega Montalegre”, paus que são para vociferar em todos os tabuleiros, ou fazem de nós ignorantes?!...
  • Posto isto, uma coisa salta desde já à vista: Marcelo não confia nesta gente e procura desde já,  que Carlos Moedas cresça na Câmara de Lisboa para assumir aquilo que para já se nos apresenta como transitório.
  • E a razão é muito simples!... É preciso “ver ao longe”.

Aquilo que transpareceu, é que apenas os interessados na política sabiam que havia dois candidatos, e que por menos inspiradores que pudessem ser, o agora eleito Montenegro, protagonizará a Oposição ao Governo. E depois, são ainda menos os que sabem, que o mesmo nem sequer tem assento na AR, o que dificulta a sua afirmação mediática e o escrutínio das suas qualidades.

Afirmação e qualidades, que sucumbiram logo à partida, quando até por razões de promoção do próprio PSD junto do eleitorado e do País, se negou ao debate e a discutir o programa, se acaso o tem, com o seu competidor Jorge Moreira da Silva.

Posto isto, uma coisa salta desde já à vista: Marcelo tem razão ao não confiar nesta gente e por isso aposta tudo no crescimento de Carlos Moedas na Câmara de Lisboa para assumir aquilo que para já se nos apresenta como transitório.

E a razão é simples!... É preciso “ver ao longe”. É que se a ausência do CDS na AR faz falta à democracia e deixou espaço a Partidos extremistas, é de imaginar o que acontecerá se o PSD for definhando alinhando por este discurso, que apenas serve os incautos.

No que diz respeito ao CDS, há quem se alegre com o seu desaparecimento, e não veja qualquer diferença entre Nuno Melo e o comediante do Partido fascista. Não partilhando dessa ideia, aquilo que entendo, é que só por miopia alguém não tenha reparado que um Partido integrado no PPE é condicionado a respeitar os direitos humanos e as regras democráticas. A União Europeia é o “guarda-chuva” da Europa e aquilo que se espera, é que o PSD exerça a liderança da direita democrática com todo o vigor, mas sem ceder ao populismo. Se o não fizer, para além de deixar de ser um pilar fundamental da democracia, arrisca alienar para os demagogos, o espaço que de hà uns tempos a esta parte vem perdendo em favor dos liberais e dos extremismos anti-democráticos.

E já agora: com a desmoralização que se nota, com que energia chegará o PSD ao seu 40.º Congresso, que se realizará nos dias 1, 2 e 3 de Julho no Coliseu do Porto?!...

É que perante os factos, não é apenas o futuro do PSD que interessa, é isso sim o do regime e do País, onde a direita democrática é fundamental para a qualidade e perpetuação da democracia e onde não há alternativas ao PSD.

                                                                                         Crónica do mês - Revista A Barrosana

FINALMENTE TEMOS ORÇAMENTO. E… AGORA?!...


Com o voto a favor dos 120 deputados socialistas e a abstenção dos deputados únicos do PAN, Livre e de três deputados do PSD/Madeira, finalmente temos Orçamento de Estado para entrar em vigor ao sétimo mês do ano corrente.  E temos também um Governo do PS com maioria absoluta, e por isso mesmo, sem absoluta desculpa para não fazer o que deve ser feito: um Portugal melhor, com mais qualidade de vida, menos pobreza e preparado para o futuro.

Mas será que vai ser assim?!.. Não se sabe. O que se sabe, é que desta vez, António Costa não se pode desculpar com o Bloco ou com o PCP. Nem mesmo com a Europa. É que mesmo com o caso da famigerada  guerra na Ucrânia, a nossa situação não é mais grave que a dos outros. É quando muito igual. Ao Partido Socialista, foram dadas pelos eleitores portugueses todas as condições necessárias para governar e para aplicar o seu programa - todas. E para ajudar, até a Oposição está entre a fraquinha representada pelo PSD, e a moribunda pelo PCP e BE. E depois, ainda temos o Presidente da República que António Costa conhece muito bem, e sabe que não quererá representar o papel de líder da Oposição. Recuando no tempo e na História, nem Cavaco Silva em 1997 beneficiou de um cenário tão positivo.


“Nestes estranhos tempos em que vivemos, aguardemos pois com expectativa o que aí vem, e já agora porque não dizê-lo com um pedido: um olhar para a interioridade. Pessoalmente não acredito no Pai Natal mas estou sempre pronto a mudar de ideias”…


Nestes estranhos tempos em que vivemos, aguardemos pois com expectativa o que aí vem, mas já agora com um pedido: um olhar para a interioridade. Interioridade, que até pode conter em si mesma, todas as perspectivas românticas e telúricas de um lugar feito de ausência, de terna calmaria e de são alheamento das coisas complicadas que lavram os dias. Ou até um lugar onde a vida corre descomplicada e serena. É claro que podia ser assim, mas não o é. É isso sim, um acto de fé onde tudo se vai desvanecendo à medida que o tempo passa e as evidências do abandono e do “deixa andar” se foram adensando fruto de um Poder Central, que tudo nos “arrebanha” e nada nos dá em troca.

Será que é agora com todos os seus poderes, que Costa nos irá surpreender?!... Pessoalmente não acredito no Pai Natal mas estou sempre pronto a mudar de ideias…


O meu editorial na Revista A Barrosana