ANO NOVO VIDA NOVA
Entrámos num tempo novo, um
tempo que se espera de renovação e de esperança para a nossa terra. E sendo
assim, é nesse tempo que depositamos os nossos desejos num futuro melhor para o
chão que sempre pisamos. É porém claro que não nos iludimos, e que não
esperamos que tudo se resolva com a simples passagem de ano, ou varinhas
mágicas de condão que amiudadas vezes se agitam a cada esquina, ou por entre as
brumas ou as estrelas nestas noites frias de inverno – não há milagres. Não
vale a pena por isso esconder a realidade e aquilo que ela nos diz!... E aquilo
que ela nos diz, é que desde hà muito tempo que assistimos a desígnios e a
promessas, especialmente a desígnios nunca concretizados por um Poder Central
que nos continua a ignorar, e a promessas não cumpridas que levarão muito tempo
a reverter. , há muito tempo também, que nos habituámos a uma resistência
firme que nos faz fortes, embora cada vez mais desiludidos com as promessas de
fazer “dos de lá”. Ainda assim não baixamos a guarda da esperança, e essa, só
morrerá connosco ou quando Barroso começar a dar os últimos suspiros por não
ter gente, ou não ter gente que saiba cuidar dele. Precisamos por isso de
continuar a acreditar em quem lute por ele, e acima de tudo em gente que “puxe
pela carroça”. Só com essa postura e com esses “guerreiros” do presente e do
futuro, Barroso continuará a ter algum fôlego e também toda a resiliência que o
tem mantido a respirar durante todo este tempo de abandono e de
desconsideração. Andar cada um para seu lado a ver se consegue safar-se no seu
carreiro, nunca ajudará a resolver os problemas da nossa terra. A verdade dos
números assim o diz, e a realidade das coisas já não é um espelho que apenas
reflecte o desinteresse do Poder Central. A realidade do nosso Barroso é muito
mais por muito que isso nos custe admitir, apesar dos esforços que ainda assim
muitos fazem para remarem contra a maré.
Não bastam os anúncios, os
programas e as estratégias desenhadas, é pelo contrário necessário
concretizá-las, sob pena de uma parte do território continuar a ficar para
trás. É que o deserto vai avançando sem pedir licença; as casas vão ficando
vazias; os velhos partiram, os novos tendem a seguir-lhe o exemplo; e as várias
empresas tendem a fechar as portas com tão reduzido perímetro de negócio.
Precisamos por isso de apoio tão depressa quanto
antes!... Um apoio, não apenas
por nós e pela nossa terra, mas pelo nosso país que por ser tão pequeno em
tamanho, não se pode dar ao luxo de condenar uma parte muito significativa do
seu território ao chamamento das areias do deserto e dos ventos que sopram em
paisagens vazias. É por isso tempo do interior acordar; é tempo de acordarmos
todos. Se não acordarmos depressa e exigirmos aquilo a que temos direito,
morreremos de vez. Estamos na fronteira que separa o vazio da esperança, e essa
esperança está em nós, mais do que tudo o resto. É necessário que cada um
cumpra o seu dever cívico e de cidadania, nem que seja apenas para gritar bem
alto e ser escutado em Lisboa e Bruxelas!... È preciso dizer a essa gente, que
aqui nas terras do interior, das quais fazemos parte, apesar de tudo, ainda há
gente que respira e que precisa de tempo e de futuro para criar os seus filhos
e ser feliz com o que conseguir fazer e produzir na sua geografia de afectos.
Sim, precisamos que nesta região o desenvolvimento aconteça de uma vez por
todas, e sendo assim, ou se faz ou vamos embora; ou fazemos ou morremos de vez
- não temos mais opções. Neste tempo novo, nesta passagem, a esperança está no
nosso horizonte visual. Saibamos ir à procura dela lançando-nos ao caminho
antes que se faça tarde.