16 janeiro, 2020

ANO NOVO VIDA NOVA

Entrámos num tempo novo, um tempo que se espera de renovação e de esperança para a nossa terra. E sendo assim, é nesse tempo que depositamos os nossos desejos num futuro melhor para o chão que sempre pisamos. É porém claro que não nos iludimos, e que não esperamos que tudo se resolva com a simples passagem de ano, ou varinhas mágicas de condão que amiudadas vezes se agitam a cada esquina, ou por entre as brumas ou as estrelas nestas noites frias de inverno – não há milagres. Não vale a pena por isso esconder a realidade e aquilo que ela nos diz!... E aquilo que ela nos diz, é que desde hà muito tempo que assistimos a desígnios e a promessas, especialmente a desígnios nunca concretizados por um Poder Central que nos continua a ignorar, e a promessas não cumpridas que levarão muito tempo a reverter. , há muito tempo também, que nos habituámos a uma resistência firme que nos faz fortes, embora cada vez mais desiludidos com as promessas de fazer “dos de lá”. Ainda assim não baixamos a guarda da esperança, e essa, só morrerá connosco ou quando Barroso começar a dar os últimos suspiros por não ter gente, ou não ter gente que saiba cuidar dele. Precisamos por isso de continuar a acreditar em quem lute por ele, e acima de tudo em gente que “puxe pela carroça”. Só com essa postura e com esses “guerreiros” do presente e do futuro, Barroso continuará a ter algum fôlego e também toda a resiliência que o tem mantido a respirar durante todo este tempo de abandono e de desconsideração. Andar cada um para seu lado a ver se consegue safar-se no seu carreiro, nunca ajudará a resolver os problemas da nossa terra. A verdade dos números assim o diz, e a realidade das coisas já não é um espelho que apenas reflecte o desinteresse do Poder Central. A realidade do nosso Barroso é muito mais por muito que isso nos custe admitir, apesar dos esforços que ainda assim muitos fazem para remarem contra a maré.

Não bastam os anúncios, os programas e as estratégias desenhadas, é pelo contrário necessário concretizá-las, sob pena de uma parte do território continuar a ficar para trás. É que o deserto vai avançando sem pedir licença; as casas vão ficando vazias; os velhos partiram, os novos tendem a seguir-lhe o exemplo; e as várias empresas tendem a fechar as portas com tão reduzido perímetro de negócio. Precisamos por isso de apoio tão depressa quanto

antes!... Um apoio, não apenas por nós e pela nossa terra, mas pelo nosso país que por ser tão pequeno em tamanho, não se pode dar ao luxo de condenar uma parte muito significativa do seu território ao chamamento das areias do deserto e dos ventos que sopram em paisagens vazias. É por isso tempo do interior acordar; é tempo de acordarmos todos. Se não acordarmos depressa e exigirmos aquilo a que temos direito, morreremos de vez. Estamos na fronteira que separa o vazio da esperança, e essa esperança está em nós, mais do que tudo o resto. É necessário que cada um cumpra o seu dever cívico e de cidadania, nem que seja apenas para gritar bem alto e ser escutado em Lisboa e Bruxelas!... È preciso dizer a essa gente, que aqui nas terras do interior, das quais fazemos parte, apesar de tudo, ainda há gente que respira e que precisa de tempo e de futuro para criar os seus filhos e ser feliz com o que conseguir fazer e produzir na sua geografia de afectos. Sim, precisamos que nesta região o desenvolvimento aconteça de uma vez por todas, e sendo assim, ou se faz ou vamos embora; ou fazemos ou morremos de vez - não temos mais opções. Neste tempo novo, nesta passagem, a esperança está no nosso horizonte visual. Saibamos ir à procura dela lançando-nos ao caminho antes que se faça tarde.

 

05 janeiro, 2020

A POLITICA EM MONTALEGRE: 
MANDATO AUTÁRQUICO!...  AS AVALIAÇÕES CADA QUAL FICA COM AS SUAS


Uma Oposição que se autoflagela admitindo estar apagada, que se diz sem liderança visível, e elogia o aparecimento de movimentos sem rosto como solução para o concelho, não pode ser levada a sério. Discursos destes, são sinónimos de incapacidade, de desistência e do atirar da toalha ao chão.


O Poder Executivo diz respeito a quem comanda!... E comandar, significa  procurar atravessar as cinzas do desânimo e da desistência, para desse modo se poder chegar ao centro  onde  o calor se oculta, se contém e se contagia. É o dever de procurar dar firmeza ao que afrouxa, e vigor aos que o perderam. É enfim, a procura permanente da ambição e da exigência. À Oposição, cabe por sua vez o dever e o direito de participação através dos seus representantes partidários, quer nas Assembleias Deliberativas, quer nas Câmaras Municipais, ainda que não assumam pelouros, poderes delegados ou outras formas de responsabilidade directa pelo exercício de funções executivas.De qualquer modo, cabe-lhe neste caso, o acompanhamento, fiscalização e crítica das orientações políticas dos órgãos executivos, bem como a apresentação de propostas visando os superiores interesses das populações e do concelho. De um e do outro lado, as diferenças têm-se revelado acentuadas – tudo normal, em nome da liberdade democrática e da democracia representativa. Analisando porém estes dois primeiros anos de mandato autárquico, há que ser justo, preciso e conciso na análise dos factos que os mesmos nos ofereceram. Assim, estamos perante um Executivo que faz das “tripas coração para que a república continue a sua marcha” na senda do êxito, e uma Oposição tentada em deixar-se transformar numa “vitima dela própria, numa potência sem acto, numa face sem cor, numa voz sem timbre, ou numa qualquer contrafacção sem autenticidade”. Não vale a pena “tapar o sol com uma peneira” – esta é a realidade. Estamos perante um “Governo” que carrega uma região, e uma Oposição que vive apenas de rótulos e que já se viu nada ter para oferecer aos barrosões. Senão vejamos: uma Oposição que se autoflagela, admitindo estar apagada, que se diz sem liderança visível e elogia publicamente o aparecimento de movimentos sem rosto como solução para o concelho, não pode ser levada a sério. Discursos destes – que diga-se não são novos, são sinónimo de incapacidade, de desistência e do atirar da toalha ao chão. Bastará a quem tiver dúvidas, estar atento ao que se passa, através dos seus canais de informação e às actas – que são públicas, para poder constatar tais condutas e discursos.
Ora chegados então aqui, a conclusão só pode ser óbvia: estamos perante uma Oposição onde não se vislumbra uma voz de comando e completamente à margem daquilo que dela se espera e exige. Estamos perante uma Oposição sem “escola e formação politica”, constituída por “grupos a agir por conta própria”, que vive de casos já politicamente julgados e espremidos na praça pública e nas redes e que não tem noção de que há mais vida para além de um reiterado clima de desconfiança, de mitos, e das bandeiras da demagogia e do populismo. Muito pouco para quem hà dois anos se apresentou como alternativa para gerir os destinos da “nação barrosã”. Propostas devidamente fundamentadas e consistentes que possam promover o desenvolvimento do concelho, ou esbarram na utopia das já referidas redes sociais, ou pura e simplesmente não existem. O último Plano e Orçamento para 2020 é disso um verdadeiro exemplo. No último verão, o signatário percorreu o concelho de lés a lés, falou com vários autarcas – alguns até eleitos através da então chamada Coligação A Força da Mudança, e a resposta foi sempre a mesma: ninguém os vê em lado nenhum – esqueceram as aldeias.
Ora sendo assim, resta aos barrosões  continuarem  a  apostar  na  persistência  e  na vontade de quem teima em continuar a “puxar pela carroça”, nas suas decisões exclusivas e na soberania do interesse do concelho, ao invés da maledicência, dos ataques pessoais, dos discursos requentados e fora de prazo e do quanto pior melhor
Neste dois anos de mandato, pese embora todas as dificuldades conhecidas, as calúnias “saloias” e nunca confirmadas e o despoletar contínuo de programas ditos de investigação feitos à “medida do dono”, e cujo objectivo já se viu é o de potenciarem o contrapoder, o povo de Barroso só tem que se sentir orgulhoso do seu “governo”!... Uma equipa que os honra, que dignifica a região e que na medida do possível, contra ventos e marés, vai puxando pela terra – não há milagres…É verdade que nem tudo corre como seria desejável, é verdade que é preciso fazer ainda melhor, ter políticas municipais mais eficazes e consequentes, fazer mais força para desfazer os nós que o Poder Central nos impõe, porém “Roma e Pavia não se fizeram num dia” e se olharmos para trás, a diferença do avanço conseguido nos últimos 30 anos comparativamente ao antecedente, está à vista de todos.É preciso por isso continuar a aposta, continuar a falar com a clareza e a coragem que não tem faltado, esclarecer para motivar e mobilizar e não o seu contrário, procurar captar sinais  dispersos que sabe-se existirem, e demonstrar uma postura e ética política indubitável e coerente, consistente e constante.Se este continuar a ser o caminho, Montalegre e o concelho, ficarão com certeza a ganhar e os barrosões agradecem…
Domingos Chaves - In a Barrosana Janeiro 2020

VENHA DE LÁ A REGIONALIZAÇÃO…  

O tema da regionalização voltou à agenda politica!... Parece que mais de vinte anos após o referendo, se vai agora perdendo timidamente o receio de se usar a palavra que se tornou “
maldita” em 8 de Novembro de 1998 . O tabu parece ter chegado finalmente ao fim!... Ainda que contra a vontade dos liberais que pretendem o seu “trono”, Rui Rio assume finalmente a vontade de regionalizar,  o Primeiro-Ministro diz que será assunto para resolver na próxima legislatura, Marcelo continua a ser um entrave, Jerónimo de Sousa quer o referendo - constitucionalmente obrigatório - já em 2021, e a Direita não o rejeita, na esperança de que a consumar-se, um possível “não” do povo português, possa funcionar como a sua “tábua de salvação”, que de outro modo não é capaz de descortinar.
Dito de outra forma: estamos assim perante os ingredientes necessários para uma grande reforma estrutural em perspectiva!... Uma grande reforma que diga-se, nunca deveria ser entendida como uma questão ideológica, isso sim, como um imperativo nacional. E porquê!... Acima de tudo, porque a decisiva questão da gestão do território é – ou deveria ser, transversal a todos os quadrantes políticos, tal como deveria ser a percepção de que, apesar de sermos um país relativamente pequeno em área, temos um mosaico de problemas e de especificidades regionais que não se combatem com medidas planas e transversais. O território como é pacifico admitir não é todo igual, e não sendo todo igual, as soluções nunca poderão ser as mesmas para todo ele. Quando há territórios a tentarem manter-se à tona, comparativamente à prosperidade de outros, o tratamento de “igualdade” não funciona.
Não valerá por isso a pena repisar tudo o que já foi escrito sobre a regionalização e sobre o que se passou há exactamente 20 anos, quando a “partidarite” tomou conta do processo, dividindo, salvo raras excepções, a campanha que antecedeu o referendo numa batalha entre a direita e a esquerda parlamentar. O resultado foi o que foi e o assunto passou a ser um inexplicável e traumatizante “tabu”. De então para cá, a municipalização que alguns então defenderam não funcionou e hoje fala-se em “descentralização” e “transferência de competências”, uma coisa é certa:  a dita municipalização morreu logo à nascença, e a descentralização não pode ser entendida como “substituta da regionalização”.
É preciso defender o que se julga ser melhor para cada região e ser ela própria a gerir o seu destino. Só uma estrutura intermédia com capacidade de reflexão e de decisão e com uma ampla intervenção sobre o seu território nos conseguirá aproximar de outros patamares de desenvolvimento. Por muito que se tente afirmar o seu contrário, nada de decisivo ocorreu em termos de administração que fizesse os “regionalistas” mudar de opinião nos últimos vinte anos – antes pelo contrário. E tanto assim é, que os mais recentes indicadores demográficos continuam a atestar a hemorragia do interior e as fragilidades de afirmação económica, as quais apesar do enorme esforço de muitos dos seus actores, continuam evidentes perante todos. Infelizmente não nos fazemos ouvir para além do concelho, ou sendo um pouco mais optimista, da comunidade intermunicipal. Não há visão comum sobre os grandes desígnios do nosso território, não há quase nada que extravase os limites do pequeno lamento, mas ao contrário de outros, continuamos a pagar os encargos gerais da República, sem dos mesmos colhermos os benefícios que daí derivam.
Em 1998 tudo se disse impunemente, tudo se arremessou, mas ouviu-se pouco uma discussão com pés e cabeça sobre os benefícios da criação deste modelo de administração com regiões, com órgãos democraticamente eleitos, com recursos financeiros próprios, com efectiva proximidade aos problemas intrínsecos de cada território e com autonomia suficiente para agir sobre eles. Espera agora que a “dose” não se repita!...Por isso, ontem como hoje, se deve entender a regionalização como um imperativo nacional ao serviço do bem comum e não como vem acontecendo até aqui, de apenas uma parte.


SÓ UMA REDUÇÃO SUBSTANCIAL DOS IMPOSTOS SALVARÁ O INTERIOR…

Foi já durante a governação do Partido Socialista, que surgiu uma proposta de redução cirúrgica de impostos para os portugueses que emigraram nos anos de “chumbo”. Propunha então o Governo para os emigrantes que haviam saído do país entre 2010 e 2015 e quisessem regressar até 2020, que pudessem deduzir as despesas relacionadas com a reinstalação, e pagar durante três a cinco anos metade do IRS.
Como é óbvio, trata-se de uma medida tremendamente discriminatória!... Ou seja, uma medida que logo à partida esquece todos os que foram obrigados a emigrar antes do dito tempo, deixando entender que parece estarmos perante emigrantes de primeira e de segunda categoria. Por outro lado, acenar com uma redução para metade no IRS durante três a cinco anos é coisa que não convence o “diabo”, quanto mais gente.
O tempo em que com papas e bolos se enganam os tolos, já lá vai, e depois, outras questões se colocam!... Primeiro:como sabemos, a maioria daqueles que emigraram nos ditos “anos de chumbo”, é gente jovem e qualificada. Segundo: em 1995, convertido de escudos para euros, o salário mínimo rondava os 260 euros, e o ordenado com que um licenciado entrava no mercado de trabalho não era inferior a 650 euros. Ou seja, um licenciado em início de carreira ganhava 2,5 vezes o salário mínimo. Em 2020, o salário mínimo vai ser de 635 euros, nesta lógica um licenciado em início de carreira deveria auferir cerca de 1.587,50 euros. Ora sendo assim pergunta-se: quem chega a estes números, quando se sabe que aquilo que é oferecido a essa gente, amiúde, é metade desse valor?!... Qual é o jovem que após emigrar e estabilizar durante os últimos anos no estrangeiro, tem interesse em regressar para um país com salários e economia a este nível?!... E isto para já não falarmos na questão da interioridade onde o problema se agrava ainda mais. O problema tem por isso muito a ver com a falta de competitividade do país!... Enquanto Portugal continuar a ter comportamentos bicéfalos, com dois polos de desenvolvimento em Lisboa e Porto e o resto em declínio, não há volta a dar. Nem regressam os emigrantes, muito menos se concentram no interior. Na corrida da competitividade portuguesa, Lisboa e Porto recebem as sapatilhas, o capacete aerodinâmico e a bicicleta em fibra de carbono de baixo peso. O interior por sua vez, “pedala ainda de sócos, capacete à 1.ª Grande Guerra, e bicicletas pasteleiras”. E depois procuram vender-nos a ideia que o resto do país não é competitivo e que não pedala, esquecendo que para haver desenvolvimento, tem de necessariamente de haver melhores condições.
Dito isto, em lugar de atirar areia para os olhos das pessoas, como foi com a questão da redução dos impostos para emigrantes, que objectivamente não vêm condições objectivas para voltar, não faria mais sentido já no próximo Orçamento de Estado, o Governo assumir uma radical redução de impostos para o interior?!... Não será essa a única forma de verdadeiramente atrair população nova e também novas empresas?!... Não seria previsível que associada a essa possível expansão de actividade, se associasse também a contratação de mais trabalhadores, que objectivamente não existindo por cá, teriam de vir de fora?!... Não há ciência nenhuma nisto, trata-se isso sim de realidades que não podem ser escamoteadas.
Uma radical redução de impostos implicaria logo uma redução da taxa de IRS, algo que já é feito nos Açores em relação ao continente. Basta recordar que ali as taxas de IRS são em média 7 pontos percentuais abaixo das do continente – e o mesmo se aplica ao IVA. É verdade que esta utópica redução de impostos teriam um custo associado!... Resultariam em menos receitas que o Estado arrecadava, porém ver isto por esse prisma é um erro, e esse mesmo Estado tem que de uma vez por todas dizer o que pretende do Interior – se um território mais povoado e com mais empresas no futuro, ou lugares de explorações mineiras. O Presidente da República tem aversão à regionalização e nem sequer quer ouvir falar no assunto, e as politicas de descentralização, nada trouxeram de novo a não ser mais encargos!... o que se pretende então para o “país abandonado”?!… Dito isto não há outra opção: ou há espaço e capacidade financeira para alavancar uma radical redução de impostos no interior, desde que o tal Portugal bicéfalo consiga ver alguma coisa para lá do seu horizonte, ou nada feito. Estamos em mês de preparação do Orçamento de Estado, é por isso agora o tempo certo para implementar esta medida. É preferível reduzir os impostos, a manter o interior ligado à máquina de subsídios do morto-vivo. A subsidiodependência cria “escravos” e os “escravos” sendo muito mais fáceis de governar, não trazem progresso. A redução substâncial dos impostos, trata-se pelo contrário de um investimento que compensa. Enquanto assim nos mantivermos o interior nunca se levantará.
Domingos Chaves - a In Planalto Barrosão 1|12|2019

A “RESSURREIÇÃO DE BENTO MONTEIRO”…

Ao contrário dos corajosos que apenas “morrem uma vez”, os covardes “nascem e morrem” tantas quantas o “diabo” - adquirente da sua alma - deles necessite para alimentar a sua desonra e a vergonha que nunca tiveram. Vem isto a propósito de uma crónica publicada e assinada por um tal Bento Monteiro, na edição de 17 de Setembro do jornal Noticias de Barroso, sob o título “Chegou a hora de serem eles a terem medo de nós”!...  Exactamente aquele mesmo Bento Monteiro já aqui denunciado, nado, criado e alimentado que foi e continua a ser, por um qualquer energúmeno a quem serve de embuste para alimentar planos e estratégias maquiavélicas, só comparáveis ao mais torpe terrorismo fundamentalista. Sempre ouvi dizer e é pacifico entre as pessoas de bem, que quem é verdadeiro não precisa de máscaras!... Que quem tem coragem de olhar de frente olhos nos olhos, não precisa de se esconder. Mas há quem se esconda e faça do seu esconderijo refúgio!... E para se esconder, nada melhor então que o recurso a um contumaz sem registo de nascimento, para sob a sua capa se livrar não só de actos e acusações que por medo não assume, como também, porque  sabe que se o fizer, isso iria ter um preço: consequências.
Bento Monteiro funciona assim como o “testa de ferro” de quem utiliza a sua máscara, e é o exemplo vivo do que se acaba de afirmar. Gente fraca com vestes de gente brava, gente que manipula, gente que age como quem contrata mercenários ou crianças para o seu exército, que as motiva para serem elas a dar a cara, para escreverem, para dizerem o que os próprios não são capazes, para gritarem, gente que dá sugestões e lhes diz o que diria nos seus lugares. Esses, são os tais covardes escravos da sua própria língua que teimam e apostam em viver da manipulação encostados á pornografia dos seus actos. São os tais “Bentos Monteiros encapuçados” que insinuam, que caluniam, mas que despudoradamente afirmam que “chegou a hora de serem eles a ter medo de nós”, sem dizerem efectivamente de quem se trata. Erraram no alvo!... A táctica de atacar na sombra ou a coberto de alguém, é um principio só adoptado por arruaceiros para atirarem pedras em nome de falsos ideais!... É um principio adoptado por gente – se é que de gente se trata, cujo único compromisso com a verdade é o seu próprio ego e o culto à sua própria personalidade com falácias, procurando seduzir o povo para a luta, mas que na hora da verdade se esconde atrás e nas últimas fileiras da cruzada com medo das “balas” que os possam atingir. É este tipo de gente, que por ter a personalidade de um covarde, nem sequer se exime de fazer alianças nas sombras para conseguir galgar aquilo que pretende, nem que seja pela “portas das traseiras”. São os tais parasitas de alheia coragem a tentar “comer” os frutos da árvore que não plantaram e a repoltrearem-se à farta na mesa que não puseram. São os tais “asquerosos” que cavalgam a onda da Liberdade e da democracia com ar de enfado, que “sonham com uma manhã de nevoeiro” e sentem azia das madrugadas. Sim!... São eles mesmo, os chulos da democracia e os proxenetas da liberdade. São os bôbos-da-corte disfarçados de filósofos e comendadores para conduzir o povo ao precipício a pretexto do progresso. Trata-se de gente que definitivamente não merece a confiança de ninguém, gente traiçoeira, gente cujo legado que deixa é o de funcionar como víboras que atacam à primeira oportunidade disponível.
Os dados ficam por isso lançados: assumam-se. Quem faz uso da máscara para se esconder debaixo do anonimato e a partir daí caluniar e difamar, para além de criminoso é necessariamente um frouxo. Oxalá por isso os “Bentos Monteiros” cá da nossa praça saiam da pocilga e concretizem as suas insinuações ao invés de as remeterem para as redes da inimputabilidade como complemento - basta isso. Se o fizerem, será meio caminho andado, para se saber de que lado está a razão e o povo agradece…
Domingos Chaves - In Planalto Barrosão 1|10|2019


ALELUIA!... “MORREU O BENTO MONTEIRO”… BARROSO NÃO PAGA A TRAIDORES…

ALELUIA!... “MORREU O BENTO MONTEIRO”…   BARROSO NÃO PAGA A TRAIDORES…

À falta de assento de nascimento na Conservatória do Registo Civil de Montalegre, sabe-se agora que o “quadrilheiro” foi nado, criado e amancebado no “cartel da desonra”, onde se especializou na arte do chiqueiro politico. Estudou pelos livros da promiscuidade, e não admira por isso, que tal desiderato tenha vindo a ser apresentado ao longo da sua “vida” como ponto de honra do seu vasto caderno de encargos. Só que o diabo tem duas capas!... Uma tapa e a outra destapa, e tal como outros “Begueiros” deste país, a máscara de Bento Monteiro caíu. Agora está finito – sucumbiu nas trevas do pântano da mediocridade. Não havendo crimes perfeitos, resta agora como herança em jeito de consolação ao cartel seu criador, a medalha da vergonha – que nem a comparação feita a Miguel Torga nas redes sociais evitou. Mas para que se saiba, Bento Monteiro é um embuste!... Um embuste a quem alguém com responsabilidades públicas e de forma leviana resolveu dar vida, contrariando as mais elementares regras do Direito e da Ética Republicana, em que a justiça e a equidade valem sempre muitíssimo mais que o amiguismo e a procura de dividendos em beneficio próprio. Mau de mais, mas é a verdade dos factos!... Bento Monteiro serviu assim como máscara daqueles que se “especializaram” na arte da promoção da suspeição e da ofensa a pessoas e instituições, que se especializaram na procura da “justiça” na praça pública e no pelourinho das redes sociais, e se especializaram em dar vida aos frustrados que utilizam a politica como droga para alimentar o seu próprio ego. Pior que isto, só mesmo esses tais com as ditas responsabilidades públicas a quem se exige o cumprimento da Lei, darem-se ao luxo de publicitarem este tipo de devaneios em todas as ferramentas de que dispõem, menos naquele a que estão obrigados por Lei a fazê-lo, esquecendo ou até ignorando - quem sabe, que  num Estado de Direito, a promoção da Justiça compete a esse mesmo Estado e a afirmação de determinado facto como crime, implica sempre a averiguação dos pressupostos da punição criminal.
Apresentado inicialmente como um herói e “enterrado” que foi como um verdadeiro tunante ao longo do seu percurso, cabe agora à gente séria e atinada, proceder à limpeza e à desinfestação que se deseja. É por aí que se começa!... Barroso não paga a traidores… 
Domingos Chaves - In Planalto Barrosão 1|09|2019.

AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS NO CONCELHO VISTAS AO RX

AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS NO CONCELHO VISTAS AO RX...   

Se em termos nacionais os resultados eleitorais de 6 de Outubro passado não constituíram qualquer surpresa, o mesmo não se poderá dizer do concelho de Montalegre, onde tradicionalmente o PSD quase sempre levou a melhor em Eleições Legislativas. Desta vez porém, a regra inverteu-se, e o PSD-Montalegre para além de ter sido o grande derrotado da “jornada”, teve ainda o condão de ter que se defrontar com o pior resultado de sempre da sua história desde 1976. Um PSD-Montalegre, que logrando 2 empates, perdeu em 17 das 25 freguesias do concelho, registando um decréscimo em número de votos, correspondente a 50% do seu eleitorado tradicional, desde as legislativas de 2011 até agora.
Mas para efeitos de análise estatística aos diversos intervenientes partidários, centremo-nos então no seguinte: o número de inscritos em 2015 foi de 15.009 eleitores e o número de votantes de 6.108. Em 2019, fruto da nova legislação que determinou o recenseamento automático e obrigatório dos emigrantes para efeitos de eleições Legislativas e Presidenciais, o número de inscritos baixou para os 14.260 inscritos, o que significa uma diferença de 749 eleitores. Ora sendo assim, era suposto e até aceitável, que a maioria dos Partidos que se apresentaram a sufrágio sofressem a erosão e as consequências dos ditos ajustamentos ocorridos nos Cadernos Eleitorais.
Só que tal não se verificou e as ditas consequências foram tão variáveis quanto surpreendentes, senão vejamos: a CDU relativamente a 2015, subiu 2 votos; o Bloco de Esquerda passou de 182 para 204 votos, ultrapassando o CDS que conseguiu apenas 165; por sua vez o PS que havia perdido as eleições em 2015 com 2.563 votos, venceu-as agora com 2.516, e o PSD que em Coligação com o CDS havia conseguido 2.944 votos, registou agora, mesmo que somados aos seus, os votos do dito CDS seu parceiro, um decréscimo de 828 votos em todo o concelho num universo de 5.060 votos válidos, o que representa apenas entre 2015 e 2019, uma perda de 16,36% do seu eleitorado.
Outra das particularidades destas eleições, foram ainda o facto do PSD-Montalegre e o seu parceiro de Coligação CDS, em conjunto, terem perdido freguesias que “eram suas”, e derrapado com menos 95 votos na sede do concelho, 109 em Salto onde em 2015 haviam vencido as eleições, e nas aldeias mais pequenas, 39 em Meixedo/Padornelos, 21 em Gralhas e 14 em Santo André.
Ora isto revela duas de três coisas: a desacreditação da linha orientadora do PSD-Montalegre junto dos eleitores, o discurso ruinoso dos seus principais dirigentes e aliados “à la carte” que não olham a meios para atingir os fins, a relegação dos interesses dos munícipes para plano secundário e a morte politica do CDS suplantado que foi pelo BE.
A terminar e se numa primeira leitura podemos inferir que eleições legislativas e autárquicas nada têm a ver umas com as outras, factos são factos e os números não enganam: se o PS local mesmo perdendo eleitores relativamente às autárquicas de 2017, consegue ainda assim esta vitória, a pergunta que fica no ar é como será quando ocorrer a próxima disputa eleitoral em 2021. É que neste caso, a que acrescem os emigrantes que não desdenham da sua terra, quase que apetece dizer, que os Barrosões se revêm muito mais nos líderes da autarquia do que no Primeiro-Ministro António Costa. Uma ilação que cabe agora retirar, àqueles homens de bem que restam do PSD-Montalegre – os tais que têm a capacidade de saber separar o trigo do jóio, que puxam pelo concelho, que resistem, que dão emprego e que fizeram o que lhes era possível fazer, para que o seu Partido não se viesse a transformar em “ramboiadas fantasmagóricas” e no “grupo de amigos” em que se transformou. Foi sempre assim e continuará a ser: “a politica de casos é a arma dos fracos”…
Domingos Chaves - In Planalto Barrosão 15|10|2019

O SÁBIO PODE MUDAR DE OPINIÃO, O IDIOTA NUNCA!...

A opinião é hoje em dia um amontoado de problemas e virtudes para a Humanidade!... No que às suas armadilhas diz respeito, direi que depois do carbono, a opinião desvirtuada é a grande intoxicação da espécie humana - todos temos opinião sobre tudo e mais alguma coisa. Ou dito de outra forma: todos somos Cavaco - “nunca nos enganamos e raramente temos dúvidas”.
O “Homo Sapiens” foi assim evoluindo até chegar a esta espécie do nosso tempo — o “Homo Opinativus”, de que as redes sociais são o melhor exemplo, ao substituírem a velha taberna ou o agora tradicional café, como espaço de debate. É por assim dizer, o preço da democratização da opinião e a sua massificação, em que as ditas redes sociais dão voz a uma “legião de imbecis” que nada fazem na vida, a não ser debitar em falsos perfis ou via mascarados à la carte, suspeições, estudos pseudo-científicos, ou opiniões de colunistas que pensam como eles, para caucionar a sua própria visão da sociedade e do mundo. Para conforto de tal pagode, é só ir ao Google e procurar o que melhor serve aquilo que já atempadamente pensam, colocar o cachecol do respectivo “clube” e aprontar-se para insultar “árbitros e adversários”.
Nesta senda, basta perguntar-lhes o que pensam dos Bolsonaros ou dos Kim Jong-Un`s que gravitam por esse mundo fora, e depressa passaremos a saber com um enorme grau de certeza, a sua opinião sobre António Costa e a Geringonça, sobre Rui Rio ou Jerónimo de Sousa, ou sobre a carga fiscal ou a exploração do lítio. São as tais “manadas de opinião” que se movem em bloco e com um objectivo comum: promover o confronto e abafar tudo que choque com a sua visão de sociedade e respectiva organização. Escarnecer, inventar factos, difusão de fake news e de estudos e ciência de pacotilha é a palavra de ordem para justificar a sua visão e procurar submeter a dos outros.
É pois neste “caldinho de gritaria”, que vemos nascer os discursos de malevolência, que depois se propagam como uma pestilência via ferramentas ao dispor de certos “líderes”, que alimentando o ódio pessoal e o preconceito, fazem de tudo isso armas de arremesso na procura de dividendos que de outra forma não conseguem. Sou já do tempo em que costumava dizer-se, que na vida podemos mudar de roupa, de carro, de emprego, de mulher ou de marido, de Partido, mas de clube de futebol nunca. Hoje em dia tal premissa deixou de ter validade!... É que a única coisa que temos mesmo muita dificuldade em mudar, é de opinião. Em primeiro lugar, porque isso exigiria um exercício de auto-crítica — porque é que eu penso assim sobre este assunto?!.. E em segundo, porque se estudássemos os assuntos sobre o qual temos opinião formada, para eventualmente poder criar aquela centelha de dúvida no espírito e aceitar a máxima de Churchill raramente ocorre.- “não há mal nenhum em mudar de opinião, desde que seja para melhor”. 

Domingos Chaves - In Planalto Barrosão 15|09|2019

AGOSTO O “MÊS DOS EMIGRANTES”…

Tal como ocorre em outros pontos do país, também pela “república do barroso”, Agosto continua a ser considerado como o mês dos emigrantes. O seu regresso e a passagem pelos diversos postos fronteiriços, são até em permanência, registados nos telejornais, numa época em que as televisões – não fora os incêndios - têm muito pouco para mostrar.
Mas a emigração hoje é diferente, porque o mundo também o é!... Acima de tudo, muito menos redundante. Noutros tempos, “chegada a hora” do regresso, faziam fila em Vila Verde da Raia, hoje porém, muitos optam já por chegar e partir em voos low costs preferindo cruzar os céus da Europa, o que significa que talvez seja por isso, que vemos cada vez menos matrículas com “sotaque francês” a circular por cá. E por falar em emigrantes, direi que já aqui falei mais do que uma vez sobre aqueles que partiram, mas não me lembro de abordar os seus curtos regressos, que cada vez mais já não se limitam ao Verão. A oferta das companhias aéreas permite agora uma nova versão da emigração, picotando o calendário com pequenos regressos e outras tantas partidas.
Ainda assim, Agosto continua a ser o mês que associamos ao emigrante “filho do povo” barrosão, inequivocamente muitas vezes mal tratado e desconsiderado pelas chamadas elites mais urbanas supostamente intelectuais, que no Verão até preferem migrar da cidade para praias quase semi-exclusivas, nas quais se reúnem com os amigos. Praias essas onde não há emigrantes, apenas o primo que vive no Dubai ou o tio que tem negócios em qualquer outra parte do mundo - a tal emigração chique, a tal  sociedade composta de pessoas diferentes e com estatutos e posições sociais alegadamente diferenciadas. Nunca fui emigrante, mas é um prazer conviver com eles, principalmente com aqueles que se agarram à sua – nossa - identidade com unhas e dentes, ainda que alguns dos que por cá ficaram como referi, os olhem com desdém e desprezo por tudo quanto respeita à nossa região – apostando no “quanto pior melhor”, pese embora nem tudo seja seguramente assim tão maus.  E louvo-os ainda, porque tendo saído muitos deles revoltados e desiludidos com um país que não os soube reconhecer e acolher,  quando da partida, já estão a olhar com saudades para a família e amigos, recordando alguns detalhes que fazem de Barroso essa terra à qual apetece sempre voltar.
Agosto continuará por isso a ser um mês querido por todos os que partiram, independentemente da motivação ou condições. E diga-se em abono da verdade, que bem precisamos deles!... Agosto, seria sempre Agosto, mas não era a mesma coisa. Barroso, estar-lhe-à por isso agradecido. Voltem por isso sempre…
Domingos Chaves - In Planalto Barrosão15 Agosto 2019

OS “SECA RIOS”…

OS “SECA RIOS”…

Metáforas à parte, vamos lá então ao que interessa!... Não é de hoje que Rui Rio, à semelhança de tantas outras, é uma personalidade politica que admiro.  Já o disse por várias vezes e reitero-o. E admiro-o, porque não é, nem nunca foi ao longo da sua vida pública, pessoa de ceder à chantagem – assume-se. Trata-se de um homem sério, um social-democrata à “moda antiga”, é rijo e disciplinador e tem feito o possível para tentar o regresso do seu Partido à matriz ideológica de origem. Como um dia Sá Carneiro havia afirmado, não hesitou sequer em repetir, que – “o PSD não é um Partido da Direita”, princípio suficiente, para o ter em boa conta.
De posse de tal perfil e aproveitando a descida de Passos Coelho às catacumbas, os dados estavam assim lançados para finalmente poder vir a exibir em pleno os dotes que os seus mais fiéis seguidores sempre lhe reconheceram. Só que as coisas não têm sido fáceis!... A fornada das correntes formadas nas madrassas do neo-liberalismo que invadiram o Partido; os alérgicos à social-democracia; os saudosistas infiltrados – alguns agora em debandada; e fundamentalmente aqueles que ainda não digeriram os tempos em que Rio acusava o Governo passista de  “inação política” e de “subserviência à tróika“, continuam activos e com um único objectivo: arrasar Rio e regressar ao passado recente – uma postura que António Costa agradece, e se vem traduzindo em custos que não param de crescer. Perante esta realidade, as consequências são aquelas que todos conhecemos: estamos perante um PSD em permanente conflitualidade; irreconhecível, e acima de tudo uma verdadeira “casa de gatos”, com fortes possibilidades – a fazer fé nas últimas sondagens – de vir a obter nas próximas legislativas, o pior resultado eleitoral da sua história.   
Mas o Presidente Rio não está só nesta equação!... Com o seu “homónimo de Montalegre” – agora adstrito à Mesa do Plenário, passou-se e passa-se o mesmo figurino – salvo, as diferentes nuances em termos de personalidade e exigência. Certo, é que também este, de posse dos seus reconhecidos créditos de outrora, procurou usar uma fórmula semelhante para a capital do Barroso. Apostou em colocar a “casa em ordem” e regressar a um passado já distante, que os seus seguidores nunca lograram conseguir – o PSD-Montalegre, perdeu todas as eleições nos últimos trinta anos.  Só que, como lá por “baixo”, também cá por “cima”, as barreiras têm sido mais que muitas, e algumas até insanáveis. E não há como o esconder: tal como o original Rio - o afilhado “tirano e estalinistade Paula Teixeira da Cruz - também por estes lados não faltou quem se arregimentasse para servir de padrinho ao “Rio caseiro”. Desde supostas traições internas, até ao alegado namoro com os socialistas de outrora, tudo serviu para a construção de um leque de feridas que continuam por sarar.  Porém – e tal como actualmente sucede com Rio, resolveu ir à luta. Perdeu e agora saiu, não se percebe bem em que condições – mas enfim.
Dizia-me hà dias um ilustre transmontano, que “reina lá para os lados de S. Bento em terras mouriscas”, que “saiu de onde nunca deveria ter entrado”. Uma frase lapidar, que significa e me leva a concluir, que tudo tem a sua oportunidade e razão de ser. E  porquê?!... Porque o mesmo “virus” que vem agora atacando o seu colega da Santana à Lapa, também já se havia já instalado na capital e arredores da “república barrosã”, donde por “obra do diabo” nunca foi debelado, isto é: um “vírus” com origem numa semelhante “casa de gatos” onde moram os tiranetes; os que desprezam a democracia; os que desrespeitam quem por ela lutou; os que cultivam ódios de estimação; onde já se entoa o “hino da nova portugalidade”; e acima de tudo, onde a verborreia mentirosa polui tudo que são redes sociais e afins. É claro que contra isto, não há “Rios” que resistam. A “desconfiança” permanente e a defesa de umbigos próprios marcam o ritmo.
Esta é pois a realidade!... E sendo a realidade, não constitui por isso qualquer surpresa, que o PSD-Montalegre tenha sido mais uma vez ignorado e excluído das listas do Partido, pelo Circulo de Vila Real, às próximas eleições legislativas de Outubro. Ninguém o leva a sério, o que não sendo de estranhar – se entranha. Estamos perante um PSD-Montalegre completamente isolado do “mundo” e entregue ao destino que ele próprio se encarregou de “cavar”. Não vale a pena andar com rodeios!... Em Junho de 2017, já Passos Coelho, zangado, se recusou a fazer aquele desvio de meia dúzia de quilómetros entre São Vicente e Montalegre, para ouvir as suas “queixas” que mais tarde se vieram a verificar não passarem de fumaça. E tudo isto se regista - ninguém poder “alinhar” com realidades que em vez de ajudar, estorvam.  Num mundo global como aquele em que vivemos, “nada se perde, tudo se transforma” e sendo assim e como já se afirmou, seja na São Caetano à Lapa, ou na Praça de França, em Montalegre, não há “Rios” que resistam. Os seus “caudais” são cada vez mais reduzidos, e a “poluição” – que ambos detestam enquanto ambientalistas – invadiram o Partido.
Estamos por isso perante uma Direita globalmente contaminada, da qual nos deu conta Marcelo Rebelo de Sousa muito recentemente, quando afirmou existir “uma forte possibilidade de haver uma crise na direita portuguesa nos próximos anos”!... Claro que existe e não é pequena. Lá por baixo, mesmo à “estadulhada” ou perto disso como por cá se diz, a limpeza está já em marcha – e de que maneira. Cá por cima, tudo se vai resolvendo com recurso a “analgésicos”, para inglês ver.
Domingos Chaves - In Planalto Barrosãp 1|08|2019

A LIÇÃO DO PROFESSOR MARCELO…

Fosse para agitar as águas, ou fosse para reforçar ainda mais o espaço para a sua recandidatura, certo é, que o professor Marcelo nos brindou hà uns dias a esta parte, com aquilo que ele considera estarmos perante uma “crise da direita”, admitindo até, a "forte possibilidade de essa crise se prolongar durante os próximos anos", ao ponto de a arredar do Poder por muito tempo. Como resposta, fosse por se fazer de desentendido e continuar a assobiar para o lado como se nada fosse com ele, fosse porque não percebeu mesmo nada do que se disse, nem do que se passa, Rui Rio achou as declarações do professor como demasiado "optimistas e superficiais". As superficiais até se compreendem!... No mínimo, servem para desvalorizar. É que seja para continuar a assobiar para o lado, seja para disfarçar as suas alegadas insuficiências de percepção, Rui Rio precisa mesmo de o fazer, isto é, desvalorizar os conteúdos críticos.  O "optimista", é que não há mesmo forma de se compreender, e das duas três: ou Rui Rio quis dar uma “estadulhada” no Presidente acusando-o indirectamente de propteger os socialistas; ou falou para não ficar calado e nem pensou no que disse; ou ainda ao dizer que o professor é “optimista”, ao prever que PSD e CDS estão condenados a um longo “período de nojo”, tem claro na sua mente que o cenário para a direita portuguesa é de mera sobrevivência. E de facto é – de mera sobrevivência. E disso mesmo fez questão de dar nota o Presidente do PSD à saída da audiência que o Presidente da República lhe concedeu após as referidas declarações, afirmando com todas as letras, “não sou hipócrita” e “a culpa não é toda minha”. Uma frase que os jornais do último fim de semana agarraram e a que deram a devida ênfase. Ora chegados aqui e face a tais declarações, é então altura de se dizer que Rui Rio tem toda a razão!... E tem toda a razão, porque não só encontrou um Partido minado, como anda muito mal acompanhado. E nem sequer é preciso falar dos neo-liberais passistas, dos liberais santanistas, ou dos populistas de extrema-direita do Chega, uma casta que ao longo dos anos aviltou a matriz ideológica do Partido de Francisco Sá Carneiro. Basta olhar por esse país fora e pegar até no exemplo do interior Barrosão – que é aquele que nos está mais próximo – para se chegar a essa conclusão, ao constatarmos o número de “políticos de aviário” que invadiu esse grande Partido e que por lá se mantém, fazendo da falta de civismo e de cultura democrática a sua principal arma; promovendo o “ódio” contra tudo que seja socialista; e que não hesita em enxamear com “lixo tóxico” as redes sociais, ao ponto até de criarem adversidades entre portas. É claro que com gente deste calibre, Rui Rio não vai a lado nenhum!... Gente que se presta a glorificar os seguidores de Salazar, Trump ou Bolsonaro, não merece envergar as insígnias da Social-Democracia, e por isso os eleitores jamais lhe perdoarão. É assim um pouco no país global, e é assim nas regiões, onde no caso concreto do concelho de Montalegre não vencem umas eleições hà trinta anos. A missão de um militante não é promover o ódio, é pelo contrário e acima de tudo ganhar todos os dias mais um adepto para as suas fileiras. Acusar permanentemente os seus adversários sem apresentar alternativas é sinal de fraqueza e incapacidade. Um Partido Social-Democrata não se compadece com este estado de coisas, muito menos com gente que se alheia de tudo quanto de bom se faz no país ou numa região. E assim sendo, como diz o professor Marcelo, pior que a tal “crise da direita” ou “ficar afastado do poder por muito anos”, é a de passar a lutar apenas pela sua sobrevivência. A matriz social-democrata, jamais se compadecerá com o retrocesso civilizacional que essa gente defende, exigindo-se-lhes no mínimo como já fizeram outros, que mudem de “poiso”. O PSD, não é certamente o lugar para eles…
Domingos Chaves - Planalto Barrosão 15|06|2019 

04 janeiro, 2020

A EXPLORAÇÃO DO LITIO!...  VAMOS SER CLAROS, PRECISOS E CONCISOS!...

Sobre este assunto, podemos discutir tudo e o seu contrário, mas a verdade que ressalta à vista, é que insistimos em fugir da discussão mais importante e fundamental!... A tal discussão, que deveria ser prioritária, ou seja: como poderemos pugnar pelo desenvolvimento da nossa terra. Não vale a pena por isso manipular, instrumentalizar, encher tudo o que são redes sociais com “lixo tóxico”, ou importar imagens degradantes de territórios asiáticos para impressionar, criar impacto, pânico e a revolta das populações que nada resolve, antes complica. Mas estes são os factos!... Factos a que até o PSD-Montalegre se associou, como se constata no seu comunicado publicado nas redes sociais em 14 de Maio, dando um verdadeiro exemplo de como este assunto não deve ser tratado. Recorrer a tais métodos não abona em favor de ninguém, designadamente quando se trata de assuntos de tamanha responsabilidade e relevante interesse para a região. Mas o que se estranha, é que no meio da contenda, também o PS-Montalegre se tenha alheado desta discussão, quando deveria ser o primeiro a liderá-la e sair em defesa de um território, de um Executivo que suporta, e do respectivo Presidente que à boleia desta demanda estava a ser “trucidado na praça pública”, tal qual estivéssemos perante alguém com poderes decisórios. Dito isto e porque estamos perante um dilema que não deve ser trabalhado em função de interesses instalados, políticos ou corporativos, sejamos por isso claros e acima de tudo sérios na sua abordagem. A questão do lítio é em primeiro lugar um processo que não se resume às Terras do Barroso!... É pelo contrário isso sim, um processo de âmbito nacional que está a decorrer em todo o território e que surge como uma das soluções que fazem parte da actual “transição energética”, que necessariamente o país terá de ser capaz de fazer em termos de redução das emissões de gases com efeito de estufa a partir de 2020. É assim que o determina o Tratado de Paris, subscrito – no caso português – e bem, pelo Governo de Passos Coelho em 2015, e que no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as mudanças climatéricas, rege as medidas de redução de emissão de gases a partir de 2020.
Não é aliás por acaso, que decorrem já vinte e dois processos deste género em toda a região minhota, cerca de uma dezena na Beira Interior - que foram inclusivé objecto de um parecer favorável, após estudos levados a efeito pelo IPG-Instituto Politécnico da Guarda em colaboração com a Associação Portuguesa de Geólogos e especialistas em ambiente da Federação Europeia de Geólogos - e os que por cá são conhecidas. Todos sabemos que o armazenamento de electricidade em baterias de lítio é o futuro próximo e que entre as várias indústrias directamente dependentes deste mineral, se coloca a título de exemplo a indústria automóvel, que continuando a produzir milhares de automóveis diariamente, terá obrigatoriamente que optar por uma crescente opção dos carros eléctricos, adoptando progressivamente as medidas que vão de encontro ao subscrito pelos parceiros europeus no dito Tratado de Paris. E perante estes factos, surge a questão óbvia: será que algum Governo, seja ele de que área politica fôr, vai abdicar dos recursos naturais existentes – que diga-se sempre foram explorados desde os tempos do paleolítico – para cumprir os desígnios nacionais, sejam eles de natureza ambiental, económico ou até político?!...  É evidente que não, e quem disser o contrário ou é ignorante ou demagogo. Mas ainda assim pergunta-se: quais são as alternativas?!... Colher aquilo que é produzido no “quintal do vizinho”?!...
Razão tem pois o povo de Morgade, que se calhar ciente desta realidade não vacilou, “saíu de cima do muro” e foi peremptório: “não queremos a exploração do lítio a céu aberto” – ponto final. Uma verdadeira lição para todos aqueles a quem tem faltado coragem para se assumirem e dizerem aquilo que efectivamente deve ser dito, sem delongas ou objectivos escondidos. O que está aqui efectivamente em causa e de que ainda ninguém falou, foi da ausência de uma Avaliação Ambiental Estratégica a esse designio nacional, como se fez na Guarda.  E isso cabe ao Governo fazê-lo. É preciso por isso, que sejam dados os passos necessários para que essa exploração - a concretizar-se - não se faça contrariamente ao respeito pelo ambiente, ou a troco da promessa de 500 postos de trabalho, fábricas de cerâmica ou passadiços para turista ver, em que ninguém acredita, muito menos se circunscreva à exploração mineira a céu aberto.Tudo deve ser por isso estudado, tendo por base um referencial de sustentabilidade e a necessidade já expressa pelo Governo, de garantir que todo o ciclo de processamento do lítio nas diversas fases seja realizado no território e com as devidas recompensas. 
Desiludam-se por isso, todos aqueles que se proponham “lutar” por tudo quanto possa ultrapassar estas regras, muito embora, sem prejuízo de jamais hipotecarmos os desígnios de uma região que é Património Agricola Mundial, e de fazermos ecoar as memórias do volfrâmio da Borralha, que mais não serviu senão para alimentar a economia de guerra a alemães e americanos na II Guerra Mundial, por entre a tosse da silicose que facturava com a morte, o desenvolvimento do concelho. Haja por isso bom senso de todas as partes envolvidas, e coloquemos de parte todos os “fait-divers” que envolvem um problema que não sendo de ninguém em particular, é comum a todos. Aquilo que efectivamente se espera é que sendo – como dizem, o concelho de Montalegre a segunda maior reserva de litio da Europa, não tenhamos que um dia assistir no terreno, à chamada da GNR para mediar a atitude dos seguranças privados das empresas exploradoras e da população, para dirimir conflitos num faroeste que não se deseja.

A CEGUEIRA DOS CRITICOS…

A campanha eleitoral para as eleições europeias de 26 de Maio e a luta pelos míseros 21 assentos e respectivas mordomias no Parlamento Europeu já começou. 
Porém e como é já costumeiro na luta política em Portugal, a dita campanha mais uma vez se apoia em discursos mentirosos e em casos reais ou fictícios, o que significa, que só raramente se abordam programas e intenções dos Partidos concorrentes e dos seus candidatos. O discurso preferêncial, assenta fundamentalmente em dizer-se mal da “sardinha do vizinho”, ao invés de se procurar demonstrar por “A” mais “B”, que a sua é substancialmente melhor para “consumo” dos portugueses. E é precisamente nessa linha e á falta de melhor, que tem sido desenvolvida uma campanha suja contra o Governo e os seus parceiros parlamentares, campanha essa, a que até – veja-se só - o professor Anibal se associou, tratando com veemente insistência, vários casos que traduzidos valem aquilo que valem, e de forma particular as famigeradas nomeações familiares para os gabinetes ministeriais. Professor Anibal - diga-se com toda a frontalidade, que sendo até pessoa que menos autoridade tinha para o fazer, mas que à boleia resolveu dar-lhe gás, mesmo sujeito a "enterrar-se" até ao pescoço. E assim foi como se constatou, depois de alguém se ter encarregado de ir rebuscar nas profundezas dos armários, os "cozinhados" feitos para alimentar a rapaziada que se espalha  e espalhou ao longo dos anos pelos gabinetes e assessorias , desde S,Bento ao Terreiro do Paço. Dito então isto e antes que me alongue na conversa, quero desde já deixar bem claro o seguinte: a nomeação para cargos ministeriais de “maridos, mulheres, filhos e filhas, genros e noras, enteados, sogros, primos e primas, amigos, amigos dos amigos e por aí adiante”, fere a meu ver, não só a ética republicana, como é também politicamente condenável. Porém e há que dizê-lo – embora uma coisa não justifique a outra – sempre foi uma prática corrente em Portugal, o que quer dizer, que nas avaliações que fazemos devemos ser sérios, ou dito de outra forma, “não atirar pedras, tendo telhados de vidro”. Sempre assim foi, quer nos diversos governos, quer nas autarquias, quer nas empresas públicas - Passos Coelho e Paulo Portas em final de mandato, nomearam mais de 100 “compadres” e ninguém se pronunciou. Por isso, o “petróleo” há muito que tinha sido descoberto, e assim sendo, facilmente se percebe o efeito “boomerang” que esta campanha se virasse contra os acusadores, ao ser revelado e provado, que no passado haviam feito exactamente aquilo que agora tanto criticam sem qualquer pudor. E desses, lá consta também o nome do senhor Anibal, que para além de recordista em nomeações do género, até se deu ao luxo de nomear a cunhada para assessorar a sua Maria, que tanto quanto se sabe, não tinha direito a assessoras pagas pelos contribuintes. E pasme-se!... Depois de dois mandatos, a dita cunhada – ao contrário do que sucedeu com o nosso padre Lourenço Fontes que tanto tem dado à nossa terra, mas viu o pedido de condecoração pelos seus feitos ser ignorado - teve até direito a ser condecorada com um alto grau da Ordem do Infante D. Henrique. Como se diz na nossa terra e é bem verdade, “só fala quem tem que se lhe diga”!... Mas que é uma vergonha para um ex-Presidente depois de ter feito o que fez e vir agora “atirar pedras” aos outros, lá isso é. Não sei se será amnésia, ciumeira, descontrolo psíquico ou até um qualquer caso de pequenez. Seja lá o que fôr uma coisa é certa: que falta nos faz Almada Negreiros para nos escrever uma nova versão do seu Manifesto Anti-Dantas…
Domingos Chaves - In Planalto Barrosão 15|04|2019

BONITO FOI, MAS NÃO CHEGA!... É PRECISO FAZER MAIS...

Foi bonito e digno de se ver pelo segundo ano consecutivo, os seis Municípios do Alto Tâmega participarem conjuntamente na BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa. Ali foi dito em discursos de circunstância, terem “deixado uma forte mensagem colectiva de coesão e solidariedade territorial” e que “um dos objectivos desta participação, passa por afirmar a marca do Alto Tâmega como um marketing territorial forte, e ao mesmo tempo, suscitar o interesse por este território”. Muito bem – é isso mesmo!... Mas serão tais pressupostos suficientes?!... Penso que não. É preciso ir mais além!...É preciso termos também presente, que essa dita “coesão e solidariedade territorial” não se pode esgotar nos termos em que foi dada a conhecer. Como todos sabemos, o tempo foge-nos das mãos e o território vai “definhando” – será pacifico. Ora sendo assim, a CIM, terá também neste âmbito, fruto dessa dita coesão e solidariedade territorial, uma palavra a dizer na procura da inversão dos dados. Precisamos de cuidar do que é nosso, e isto, é válido para as nossas vidas, para a vida das empresas que teimam em resistir, e para o espaço público onde a política dos Partidos e da cidadania, determinam as questões do presente e do futuro. É pois aqui que reside o fulcro da questão: para que o grande desiderato da política seja verdadeiramente colocado ao serviço do território e das pessoas, precisamos também neste âmbito, de juntar forças e fortalecer o entendimento regional para acautelarmos o futuro do chão que pisamos todos os dias. E porquê!... Porque apesar de todos os horizontes de esperança – agora com a chamada descentralização ou o “cozinhar às escondidas” das linhas orientadoras para um novo referendo à regionalização - sentimos que o Interior continua a desfilar por um caminho de morte lenta, de esvaziamento e de partidas. É claro que vamos resistindo como podemos, vamos fazendo o possível e tantas vezes o impossível para que a vida num território condenado há décadas a uma espécie de fronteira do subdesenvolvimento, seja ainda uma realidade. Mas atenção: as portas e janelas das nossas aldeias vão-se fechando, os silêncios vão-se instalando paulatinamente, a vida vai perdendo o seu fulgor, a única cidade vai sendo tomada por espaços vazios, lojas e empresas fechadas e já agora porque não dizê-lo também, por geografias degradadas que representam mais o passado do que o futuro – é preciso por isso agir. É que se não agirmos, aqueles que estudam também há décadas as questões do desenvolvimento e da coesão do nosso território, também se vão cansando de dizer quase sempre a mesma coisa e de alertarem, ano após ano, para as consequências evidentes de não tomarmos o futuro nas nossas mãos. É verdade que as autarquias vão fazendo o que podem - e fazem muito!... Mas isso não chega para fintar o destino de uma terra que vai perdendo espaço e tempo. Há quem possa fazer mais – muito mais!... Mas para os obrigar, precisamos de juntar as ditas forças e de olhar para a nossa terra como uma plataforma onde todos devemos dar o nosso contributo para que ele seja mais forte, coeso e com maior capacidade para enfrentar os desafios do presente e do futuro. Não se pense contudo, que este “apelo e esta convocação” emocional, poderá de alguma forma deixar de lado a discussão política, o debate de ideias, a confrontação de projectos ou a participação activa da cidadania. É claro que não!... Aquilo que se pretende dizer, é que juntar forças não significa aplanar as forças, e que só com a força de todos e com todas a visões alternativas se pode desenhar um futuro melhor. É por isso, que este caminho pode e deve ser trilhado pelos responsáveis eleitos e pelos que verdadeiramente gostam da sua terra e nela depositam as sementes de esperança num futuro melhor. Se nos conseguirmos entender nas diversas frentes, podemos juntar forças respeitando as diferenças e construir uma verdadeira agregação regional que confira sentido a um tempo novo. Aquilo que nos une, é muito mais importante – tem que ser -que aquilo que nos separa. Afeições, valem aquilo que valem. Do que precisamos sim, é que as forças vivas se juntem na construção de um sentido único, e que reivindiquem tudo a que temos direito para alcançar o futuro, e sobretudo, para fazer com as próprias mãos o que faz falta, de modo a invertermos o ciclo de desertificação e envelhecimento que grassa. O futuro é já ali à frente e não podemos perder tempo.

Domingos Chaves - In Planalto Barrosão 1|04|2019

MONTALEGRE EM ALTA!...

À beira da comemoração do 746.º aniversário, cujo feriado lembra a data em que o rei Afonso III concedeu à capital do Barroso o seu primeiro foral e se espera venha a ser um dia de verdadeira festa, também a  recente apresentação do RMP-Rating Municipal Português, da responsabilidade da Ordem dos Economistas Portugueses - único modelo integrado de avaliação da sustentabilidade dos Municípios portugueses -, levada a efeito no pretérito dia 7 de Maio, no Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, terá sido e com toda a certeza, também um grande motivo de orgulho para todos os barrosões onde quer que os mesmos se encontrem. E terá sido motivo de orgulho, não por uma razão qualquer, mas porque e perante as difíceis condições inerentes à interioridade por todos nós conhecidas, conseguiu ainda assim, um lugar nos oitenta primeiros Municipios classificados em termos de avaliação global, deixando para trás 230, alguns dos quais sediados nas grandes áreas metropolitanas ou no litoral. Um feito que não é para todos!... E não é para todos, tendo em conta o rigor que sustenta a referida avaliação na definição dos indicadores e respectivos ponderadores, em que tiveram participação activa académicos internacionais, o Tribunal de Contas, a DGAL – Direção Geral das Autarquias Locais, a IGF – Inspeção Geral de Finanças, a ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses e o TIAC – Transparência Integridade e Associação Cívica, entre outras entidades e individualidades do sector, que se propuseram avaliar os Municipios Portugueses, integrando nessa avaliação quatro dimensões de análise, tais como a Governação Municipal, o Serviço aos Cidadãos, o Desenvolvimento Económico e Social e a Sustentabilidade Financeira.
Ponderados e avaliados então todos estes elementos, o Municipio de Montalegre foi considerado o 78.º do Ranking nacional, do qual como é óbvio e sem surpresa resultou o 1.º lugar de Lisboa, logo seguido do Porto, e com o último a situar-se em Celorico da Beira, um concelho que por acaso ou não, até faz parte da lista das autarquias que pela sua interioridade e dimensão, necessitaram de benefícios para incentivar o seu desenvolvimento económico. E o mesmo aconteceu nos Municípios do final da tabela: todos os 20 piores do ranking divulgado, são de pequena dimensão do interior, e estão incluídos no Programa Nacional para a Coesão Territorial.
Mas ainda em termos globais nacionais, refira-se que Montalegre para além de se situar na 78.ª posição, ficou bem à frente dos concelhos vizinhos de Boticas – 195.º, Vieira do Minho - 226.º, Cabeceiras de Basto - 247.º e Terras de Bouro – 258.º, sendo apenas batido por Chaves, que apesar do desenvolvimento económico inerente a uma cidade e até por se tratar de uma região transfronteiriça, se quedou pelo 59.º posto. Outro dado não menos importante, é que na provincia de Trás-os-Montes, dos 26 Municipios avaliadas e para além de Chaves já referido, apenas Vila Pouca de Aguiar e Bragança, suplantaram Montalegre.
É claro que poderíamos fazer melhor!... O ideal seria até ocuparmos os lugares cimeiros de Lisboa ou Porto, só que “milagres nesta guerra” não existem. E não existem por um lado, porque os diversos Governos e desde sempre nos votaram ao abandono e entregues a nós próprios, e pelo outro, porque a iniciativa privada só investe, se tiver garantias do respectivo retorno. Foi assim durante o Estado Novo, e continua a ser assim, desde hà 45 anos. Guerra colonial, esvaziamento dos serviços do Estado, deficientes politicas de admissão para os serviços públicos com ratios desajustados e emigração, são a génese de um problema, que por muito que se diga, dificilmente terá retorno. Ainda assim, o concelho de Montalegre está hoje muito melhor do que estava há 10, 20, 30 ou 100 anos. Valha-nos isso…
A ÉTICA REPUBLICANA …

Sentar à direita ou à esquerda do rei, foi “chão que já deu uvas”. Ainda assim e seguindo o “senso comum”, que tem por hábito posicionar-nos de um dos lados da “corôa”, direi que não tenho problemas de identidade!.... Sento-me sem hesitar à esquerda do “monarca” por formação e sensibilidade, por memória do passado, por esperança no futuro, e por desejo de uma  maior justiça social. E faço-o, sem interesses pessoais ou sujeição a obediências partidárias. Mas se para uma determinada direita “virulente e hipócrita” em tempo de conquistas, vale tudo, do outro lado, também “esquerdas e esquerdas”…
Isto para dizer, que me surpreende hoje uma certa esquerda, que teima em considerar justas e atendíveis todas as reivindicações, e não percebe, ou faz por não perceber, que o que alguns arrecadam a mais, é proporcional ao que outros recebem a menos.
Um exemplo: quando se fala de propinas e da sua eliminação no ensino público universitário, sou contra, ainda que “alinhando” na esquerda. E sou contra, porque infelizmente, o ensino superior não obrigatório, continua destinado aos mais afortunados, e não me parece justo que sejam os contribuintes – via Orçamento de Estado,  a pagar para os que mais podem. As bolsas, deviam servir isso sim, para os que sendo alunos de mérito, comprovadamente não pudessem pagar os estudos superiores. Porém, com uma condição: a exigência do ressarcimento do investimento estatal após a formação. Não será esta uma atitude de “esquerda”, no estrito respeito pelos contribuintes?!...
Outro exemplo:Portugal, sendo um país rico a nível global, é pobre face à União Europeia, mas duvido que muitos de “esquerda”, aceitassem a perda do seu poder de compra, a favor dos países do terceiro mundo, embora se julguem com direito ao nível de vida dos mais ricos. Paradoxalmente, aceitam que os mais qualificados – como é o recente caso dos médicos - com os cursos mais caros e pagos por todos nós, emigrem para países mais ricos e que pagam melhor, transferindo os recursos do país que os formou, sem qualquer ressarcimento. Esta não é obviamente a minha “esquerda”…
Meus senhores: tal como as árvores não crescem até ao céu, também os recursos do planeta não são inesgotáveis, nem o crescimento económico imparável. Não podemos considerar-nos de “esquerda” e aceitar o crescente fosso entre ricos e pobres, no próprio país e a nível planetário. É por isso uma pena, que haja quem viva cada instante como se fosse o último, alheio à herança que deixa. Por mim, prefiro os que vivem todos os dias como se a sua vida fosse perpétua e a pensar nos recursos de que viessem a precisar nos próximos séculos. Não me preocupo por isso, com o quadrante ideológico onde me classifiquem. A ética vive um pouco em todo o lado e a imoralidade também. Sou por isso contra o desrespeito pelos valores em sociedade e ponto final. Só há um planeta para todos, e sendo assim, caberá por isso ao “rei” explicar a quem se senta ao seu lado, os princípios em que assenta o respeito, a igualdade, a fraternidade e os direitos e deveres de cada um…
PNI – PLANO NACIONAL DE INVESTIMENTO, PORTUGAL 20.30 -  UMA OFENSA AO INTERIOR…

Não nos venham falar de descentralização, da defesa do interior, ou de incentivos para a fixação das populações. A prova de que tudo não passa de discursos de intenção está à vista, e o que está à vista escusa candeia. À falta de coragem politica para a institucionalização de um direito constitucionalmente consagrado como é a regionalização, no passado dia 11 de Janeiro, o Governo remeteu à Assembleia da República, uma proposta do PNI - Plano Nacional de Investimento, Portugal 20.30, através do qual se prevê aplicar cerca de 22 mil milhões de euros em diversos projectos, durante os próximos 10 anos. Surpresa ou talvez não, certo é que depois de tanto se “badalar” sobre a defesa do interior, o dito projecto para apreciação dos deputados, não contempla um cêntimo sequer para toda a região do Alto Tâmega - onde se inclui o concelho de Montalegre. Significa isto, que como sempre e ao longo dos mandatos dos sucessivos Governos, a “estória é sempre a mesma”!... Continuamos esquecidos e colocados à margem e ao abandono por um Poder Central que teima em reconhecer que também somos Portugal. O que não constitui qualquer surpresa – talvez por estarmos perante verdadeiras “fábricas de votos” - é que a maior parte do investimento constante do dito PNI, está totalmente direccionado para o litoral e particularmente para as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, facto que implicará, com que os desequilíbrios já existentes, se tornem cada vez mais acentuados.
Perante os factos e tendo em conta que a decisão final cabe aos deputados, para a qual se exige uma maioria de 2/3, é por isso nossa obrigação, através das diversas instituições representativas, especialmente da CIMAT-Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega, indagar junto dos Partidos com representação parlamentar e dos deputados eleitos pelo Circulo de Vila Real, o que pretendem afinal para a nossa terra.
No caso do concelho de Montalegre, somos uma terra que continua a “sangrar”, vendo o melhor que tem - a sua juventude, a ter que continuar a emigrar ou a encontrar soluções de vida no litoral; uma terra onde os índices demográficos continuam em decréscimo; uma terra sem apoios sustentáveis, sem investimento público e sem alternativas de emprego. Mas sabemos que não estamos sós!... Estamos inseridos numa região com uma área de cerca de 3.000 quilómetros quadrados e com uma população a rondar os 100.000 habitantes que sofrendo das mesmas “maleitas”, não pode contentar-se com os esforços que são feitos pelo Poder Local, para procurar reverter esta situação. É preciso por isso “começar a falar grosso”!...  Uma  região  onde na  última década e meia a população diminuíu cerca de 15%; onde a perspectiva de recuperação – ainda  que  a  médio/longo  prazo se afigura como muito fraca; uma região onde a taxa média de envelhecimento é elevada – cerca de 270 idosos por cada 100 jovens - numa escala duas vezes superior á média nacional; uma região onde a população continua a diminuir face à dificuldade de fixar jovens e à competitividade do mercado laboral se situar em grande escala no litoral; uma região onde na última década 50% do crescimento actual do PIB per capita ter sido conseguido à custa da perda de população, e uma região onde o número de empresas nos últimos 10 anos diminuiu cerca de 20%, não pode atirar a “toalha ao chão”, sob pena de contribuirmos para o “fecho de portas” das nossas aldeias. A próxima década, é por isso fundamental e apresenta-se como vital para a nossa região – ou sim, ou sopas. Será que alguém ainda não percebeu, que com o desaparecimento das gerações de 40 e 50, será o desmoronamento total?!...É tempo por isso de dizer basta e exigir que sejamos tratados com “olhos de ver”. Não bastam discursos de intenção ou promessas vãs para “dar vida á nossa terra”. É preciso mantê-la de pé, e para a manter de pé o Poder Central terá que assumir as suas responsabilidades. Portugal vai muito mais para além de Lisboa e Porto, e sendo assim é preciso “cerrar fileiras” e colocar um ponto final nesta arbitrariedade.

03 janeiro, 2020

25 DE ABRIL!... UMA DATA A NÃO ESQUECER…

Perfizeram-se no passado dia 25 de Abril, 45 anos sobre “a madrugada que eu esperava” ou “o dia inicial inteiro e limpo”, como ainda hoje o assinalam as inspiradas palavras de Sophia de Mello Breyner a propósito da data em que a Liberdade foi resgatada pelos gloriosos militares de Abril. Foi um dia memorável que saltou para as páginas da História e se tornou num referencial para muitos povos e para as diferentes gerações que aspiravam pelo dia em que tal pudesse ocorrer. Portugal e os portugueses, mas também os povos dos territórios coloniais, então designados por províncias ultramarinas, estavam desde 1926 sujeitos a um regime autoritário, intolerante e repressivo!... Um regime hostilizado até pela comunidade internacional, incapaz que era de se renovar ou de compreender os ventos da História. Em 1974, após quase meio século de ditadura, eram chocantes os índices de obscurantismo e de subdesenvolvimento do país, havia medos e ameaças que nos cercavam por toda a parte e que moldavam as nossas mentalidades, e acima de tudo, instalara-se o cansaço por uma guerra dolorosa e sem sentido. O país ansiava por isso pela mudança, e no dia 25 de Abril de 1974, um grupo de militares organizado em torno do Movimento das Forças Armadas iniciou o desafio e a missão histórica de abrir as portas à democratização, à descolonização e ao desenvolvimento porque o povo ansiava. A partir daí e aos poucos, fomos então percebendo que a libertação do país era irreversível, que a velha e tenebrosa ditadura de quase 50 anos havia caído de podre, e que aquele dia passara a ser um dos dias mais importantes da História de Portugal.
Foi como já se disse há 45 anos, e muita gente não tem já memória do que era então o país, do que era um regime totalitário que tudo nos negava. E tudo, é tudo mesmo!... Quando se rouba a dignidade a um homem ou a uma mulher rouba-se-lhe tudo.
Hoje, 45 anos depois, faz por isso todo o sentido lembrar a quem disso não tem memória, e fazer-lhes sentir que a democracia, a liberdade e o Estado de Direito são factores inegociáveis da dignidade humana. E faz sentido lembrar também, que a Europa e o mundo rejubilaram com o fim da “mais velha ditadura da Europa” e que Portugal é hoje um país transformado para muito melhor. Com a democratização e a descolonização, Portugal retomou o seu lugar no concerto das nações.
Uma palavra final de reconhecimento para os barrosões Fernando Gesteira, que deu a vida pela liberdade, para o João “Milosas”, também ele já falecido, e para o Alcéu Afonso, pelo papel que cada um deles teve, nesse dia de libertação e de esperança. 


Domingos Chaves - Planalto Barrosão 01|05|2018