04 junho, 2012

PARA QUEM FOI DESENHADO AFINAL O “EDIFÍCIO DO EURO”?!...


Portugal tornou-se num obediente protectorado alemão. Passos Coelho não tem consciência do lamentável papel que vem fazendo com a sua cega obediência à Troika, isto é, à Finança e às Corporações alemãs.
É hoje sabido que é a Alemanha que impõe as medidas de austeridade aos países da Eurozona. E quando a prática já demonstrou a ineficácia em termos de crescimento económico de tais medidas, Merkel não se desvia um milímetro dos caminhos que teimosamente adoptou. Merkel sabe que o acentuar da pobreza dos países da Eurozona, originada por tais medidas, traduzem-se no reforço da riqueza da sua Alemanha. Enquanto os países em dificuldades orçamentais assistem à subida dos juros das suas dívidas soberanas (em Espanha está nos 6,5%) vendo-se obrigados a pagarem cada vez mais caro pelo financiamento das suas economias, a Alemanha, precisamente ao contrário, assiste com satisfação à descida dos juros da sua dívida soberana, a ponto de se terem tornado negativos (tomando em conta o valor da inflação) obtendo financiamento a custo zero.
O edifício do euro foi desenhado, hoje não restam dúvidas, não para uma cooperação solidária entre países e a elevação social e económica dos seus povos, mas para a satisfação dos interesses financeiros e económicos da Finança e das Corporações dos países mais poderosos da União, tendo à cabeça a Alemanha. Merkel não quer os chamados “eurobonds” ou “euroobrigações” porque os juros do financiamento da sua economia não seriam zero, como agora, mas da ordem dos 2 ou 3%.
Pouco importa que os países se afundem cada vez mais, que a pobreza alastre nos seus povos, que as condições de vida dos cidadãos regridam décadas, desde que a Alemanha continue ganhando com tudo isto. Manter e reforçar este “statu quo” é o papel que joga a austeridade imposta aos países “colonizados” pelo reich Merkeliano.
Passos Coelho, sem qualquer cultura humanista, mostra-se um joguete, uma marionete, nas mãos destes poderosos interesses. Miserabiliza o seu povo para agradar a Merkel e à Troika. Passos mais parece um agente defensor dos interesses da Finança e Corporações alemãs do que um representante eleito pelos cidadãos portugueses para defender os seus legítimos interesses e direitos constitucionais.