Portugal tornou-se num obediente
protectorado alemão. Passos Coelho não tem consciência do lamentável papel que
vem fazendo com a sua cega obediência à Troika, isto é, à Finança e às
Corporações alemãs.
É hoje sabido que é a Alemanha que impõe
as medidas de austeridade aos países da Eurozona. E quando a prática já
demonstrou a ineficácia em termos de crescimento económico de tais medidas,
Merkel não se desvia um milímetro dos caminhos que teimosamente adoptou. Merkel
sabe que o acentuar da pobreza dos países da Eurozona, originada por tais
medidas, traduzem-se no reforço da riqueza da sua Alemanha. Enquanto os países
em dificuldades orçamentais assistem à subida dos juros das suas dívidas
soberanas (em Espanha está nos 6,5%) vendo-se obrigados a pagarem cada vez mais
caro pelo financiamento das suas economias, a Alemanha, precisamente ao
contrário, assiste com satisfação à descida dos juros da sua dívida soberana, a
ponto de se terem tornado negativos (tomando em conta o valor da inflação)
obtendo financiamento a custo zero.
O edifício do euro foi desenhado, hoje
não restam dúvidas, não para uma cooperação solidária entre países e a elevação
social e económica dos seus povos, mas para a satisfação dos interesses
financeiros e económicos da Finança e das Corporações dos países mais poderosos
da União, tendo à cabeça a Alemanha. Merkel não quer os chamados “eurobonds” ou
“euroobrigações” porque os juros do financiamento da sua economia não seriam
zero, como agora, mas da ordem dos 2 ou 3%.
Pouco importa que os países se afundem
cada vez mais, que a pobreza alastre nos seus povos, que as condições de vida
dos cidadãos regridam décadas, desde que a Alemanha continue ganhando com tudo
isto. Manter e reforçar este “statu quo” é o papel que joga a austeridade
imposta aos países “colonizados” pelo reich Merkeliano.
Passos Coelho, sem qualquer cultura
humanista, mostra-se um joguete, uma marionete, nas mãos destes poderosos
interesses. Miserabiliza o seu povo para agradar a Merkel e à Troika. Passos mais
parece um agente defensor dos interesses da Finança e Corporações alemãs do que
um representante eleito pelos cidadãos portugueses para defender os seus
legítimos interesses e direitos constitucionais.