"O que mais preocupa, não é o grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-carácter ou dos sem-ética. O que mais preocupa, é o silêncio dos bons"
Martin Luther King
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Dado o descontrolo do Défice Público que atingiu os 9,4% do PIB em 2009, o Governo viu-se obrigado a apresentar, por imposição da Comissão Europeia, um plano a quatro anos, pomposamente apelidado de "estabilidade e crescimento". Uma única imposição reclama a UE – a redução do défice para 3% do PIB.
Pouco importa à UE, se tal redução é obtida através de receitas de privatizações, de cortes sociais, de aumento de impostos, de redução da despesa pública ou mesmo da venda de território como à Grécia foi recomendado (a venda das suas ilhas).
É absolutamente irracional esta cega exigência da UE, como se da redução do défice através de aumento de impostos ou de redução da despesa pública resultassem os mesmos efeitos no crescimento económico.
É absolutamente irracional esta cega exigência da UE, como se da redução do défice através de aumento de impostos ou de redução da despesa pública resultassem os mesmos efeitos no crescimento económico.
Enquanto o aumento de impostos afecta negativamente a produção, o desemprego, o crescimento económico e social, a redução da despesa pública corrente primária provoca precisamente efeitos contrários.
Não são portanto indiferentes as opções tomadas, bem pelo contrário, enquanto uma não resolve nem ultrapassa os problemas estruturais dos países, adiando, empurrando e agravando as dificuldades sempre crescentes para anos posteriores, a redução da despesa corrente primária fomenta um crescimento económico sustentado.
Não pode assim ser tratado como plano de estabilidade e crescimento (PEC) um plano que apenas se preocupa com a redução do défice, indiferente aos seus efeitos no crescimento económico e social, tornando os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, o que significa, que seria seguramente mais correcto, chamar-lhe de plano de redução do défice, em vez de plano de estabilidade e crescimento (PEC). Não tem nada que saber…
Já o disse e repito!... O crescimento económico de 0,7% previsto pelo Governo para o corrente ano, não passa de uma ilusão-mentirosa. As previsões, apontadas hoje pelo Banco de Portugal, assim o dizem e não podem ser mais elucidativas. Não vale a pena "tapar o sol com uma peneira"...
Ora sendo assim, o que significa isto?!...
Não são portanto indiferentes as opções tomadas, bem pelo contrário, enquanto uma não resolve nem ultrapassa os problemas estruturais dos países, adiando, empurrando e agravando as dificuldades sempre crescentes para anos posteriores, a redução da despesa corrente primária fomenta um crescimento económico sustentado.
Não pode assim ser tratado como plano de estabilidade e crescimento (PEC) um plano que apenas se preocupa com a redução do défice, indiferente aos seus efeitos no crescimento económico e social, tornando os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos, o que significa, que seria seguramente mais correcto, chamar-lhe de plano de redução do défice, em vez de plano de estabilidade e crescimento (PEC). Não tem nada que saber…
Já o disse e repito!... O crescimento económico de 0,7% previsto pelo Governo para o corrente ano, não passa de uma ilusão-mentirosa. As previsões, apontadas hoje pelo Banco de Portugal, assim o dizem e não podem ser mais elucidativas. Não vale a pena "tapar o sol com uma peneira"...
Ora sendo assim, o que significa isto?!...
Significa, que o PEC que nos foi oferecido pelo Governo (e pelos vistos contra-vontade de muito boa gente, que teima em não se assumir), não procura a diminuição do défice através da redução da Despesa Corrente Primária (DCP). Este é um dado adquirido. Aliás... face aos previlégios que por aí abundam, nem outra coisa seria de esperar...
Recordemos que enquanto no período 1986-1995 a DCP representava 29,7% do PIB, no período 1995-2001 ela galgou para 35,0%. Uma subida astronómica e não justificável por não ser acompanhada por quaisquer melhorias nos serviços prestados pelo Estado.
Que diferença e que melhorias, sentiram os cidadãos na Educação, na Saúde, na Justiça ou na Segurança?!... Nada!... A única diferença que sentiram, foi verem os seus bolsos cada vez mais vazios, para alguém fazer face, à subida da verba correspondente ao aumento de 5,3% do PIB neste periodo, a qual foi completamente desbaratada sem constituir qualquer benefício para esses mesmos cidadãos.
Recordemos que enquanto no período 1986-1995 a DCP representava 29,7% do PIB, no período 1995-2001 ela galgou para 35,0%. Uma subida astronómica e não justificável por não ser acompanhada por quaisquer melhorias nos serviços prestados pelo Estado.
Que diferença e que melhorias, sentiram os cidadãos na Educação, na Saúde, na Justiça ou na Segurança?!... Nada!... A única diferença que sentiram, foi verem os seus bolsos cada vez mais vazios, para alguém fazer face, à subida da verba correspondente ao aumento de 5,3% do PIB neste periodo, a qual foi completamente desbaratada sem constituir qualquer benefício para esses mesmos cidadãos.
E sabem como?!... A criação de empresas municipais e outros órgãos do Estado paralelos aos serviços existentes, com dirigentes recrutados das clientelas partidárias, são o principal exemplo desta fortíssima subida da DCP. E mais: Este é um dos principais “edifícios” da Administração Pública, que de tão bem arquitectado pelos nossos políticos, se tem ampliado de forma contínua, a tal ponto que quase leva ao sufoco de uma classe média, em vias de extinção, para fazer face aos desvarios da DCP.
À semelhança do desperdício, da ociosidade e da corrupção que grassa pelos diversos sectores da sociedade e que todos conhecemos (é mentira?), este é assim, mais um dos múltiplos ónus, que os portugueses desde então, pagam anualmente com o seu trabalho, com o seu suor e com os seus impostos.
Ao contrário de medidas de congelamento de salários na Função Pública como o PEC agora determina, num país com os mais baixos salários da UE15 (vejam só: o salário médio em Portugal é de 645 euros. Na Grécia, o segundo país com mais baixos salários na UE15 é de 1.167 euros, dados 2008), o combate à DCP deveria iniciar-se iniciar-se isso sim, por uma verdadeira Reforma da Administração Pública, que extinga as empresas municipais e os outros órgãos do Estado parasitários, criados sobretudo a partir de 1995, e que não prestando qualquer serviço útil à sociedade, acarretam como vimos, gastos na ordem dos seis mil milhões de euros.
A sociedade portuguesa terá que ver-se livre destes ónus, destes fardos que pesam sobre os seus ombros, e que todos os anos se tornam mais pesados e inviabilizam um crescimento económico saudável e convergente com a UE. Em 2011, será ainda pior!... E em 2012, e por aí fora, caso as coisas não mudem de figura, serão os nossos filhos a pagar uma factura, para a qual em nada contribuíram...
Para que tal não aconteça, teremos de ver-nos livres deste “sistema” que já nada tem para oferecer ao povo, destas elites políticas, destes partidos de notáveis, e desta nova aristocracia sufragada pelas televisões e sondagens. Acreditem numa coisa: O “diabo” tem duas capas!... Uma tapa, a outra destapa. Não tardará muito, em que uma das capas seja suficiente, para continuar a tapar o que já se tornou intapável…