E sendo assim, lamenta-se igualmente a
fraca participação eleitoral dos militantes, o que significa, que a vitória eleitoral
de Luís Montenegro, não foi assim tão expressiva como se pretende fazer crer. É
verdade que ganhou com cerca de 73% dos votos, mas também é verdade que tal
percentagem corresponde a apenas mais 11.972 votos que Jorge Moreira da Silva,
num universo de apenas cerca de 17 mil militantes.
Estamos por isso perante um resultado
enganador!... tão enganador como o ocorrido em Montalegre. Em Montalegre, onde
nos diz a concelhia local, que Luis Montenegro venceu com 59,26%!... Pois
venceu, só que tal percentagem corresponde apenas a 16 votos.
Transpondo então estes números para os
totais nacionais, aquilo que se verifica, é que o PSD, está a léguas daquilo
que já foi, quer em termos nacionais, quer locais. Um Partido com 44.629 militantes em
todo o país e além fronteiras, dos quais apenas 26.984 se dignaram ir às urnas,
é um Partido que tem urgentemente de ser repensado, sob pena de colapso.
E sendo assim, impõe-se desde logo uma
pergunta: será Luis Montenegro o homem capaz de “virar a página”?!...
Não se sabe!... O que se sabe isso sim,
é que a sua equipa de apoiantes, começou muito mal – os factos são conhecidos.
Alguns exemplos: na Madeira, tivemos militantes com duplicidade de militância
no Chega e no PSD, a votar em si; e no
Continente muitos dos eleitores que votaram Montenegro, eram fantasmas. Em
Castelo de Paiva por exemplo, onde Jorge Moreira da Silva não tinha qualquer
delegado na mesa, com 108 militantes, votaram 105 - todos em Luís Montenegro.
Mas até aqui tudo bem - haveria apenas 3 militantes que não tinham votado, e os
que votaram podiam todos ter votado no candidato vencedor. Só que se veio a
apurar, que dezenas de militantes confirmaram que não tinham ido votar, uns por
estarem fora nesse sábado e outros porque estavam isolados com Covid-19.
Mais: em Vimioso, no concelho de
Bragança, houve pessoas que pretenderam votar sem apresentar o respectivo
cartão de cidadão. Aí, já com a candidatura de Jorge Moreira da Silva representada
na mesa, essas pessoas foram barradas, vindo a apurar-se que os nomes por que
se identificavam correspondiam a emigrantes, ausentes da terra.
Com tais episódios, pode lamentar-se o desinteresse
por estas eleições no PSD, mas mais se lamenta estes exemplos de batota e
caciquismo, fazendo-nos lembrar os tempos em que os mortos votavam ...
Pelo pouco que foi dado a perceber nesta
disputa eleitoral, havia alguma diferença de ideias entre os dois candidatos
que disputaram a liderança. Diferença, que Jorge Moreira da Silva não quis
explorar, tendo em conta que estávamos perante questões de perfil, de carácter
e de comportamento, que estas notícias – hoje públicas - apenas
confirmam e reforçam.
Por isso, Luís Montenegro bem pode
anunciar-se como candidato a Primeiro-Ministro. Pode ser, basta que dure quatro
anos e chegue às próximas eleições legislativas. Mas ninguém acredita muito que
seja uma pessoa destas a levar o PSD de volta ao Governo. É que não há só
fantasmas nos eleitores!... Depois destes episódios, COM QUE CARA SE
APRESENTARÁ AO CONGRESSO, a começar
neste primeiro dia de Julho?!...