Todos sem excepção!... Políticos, politólogos, economistas e toda a espécie de “comentaristas do sistema”, não se cansam de repetir a toda a hora e a todo o momento, nos meios de comunicação social ao seu dispôr, que os cidadãos portugueses estão a viver “acima das suas possibilidades”.
Vivendo esta gente, confortavelmente do “sistema” e para o “sistema”, tentam assim, com os poderosos meios de que dispõem, disseminar a sua “ideologia” para dessa forma perpetuarem os privilégios que ao longo das últimas décadas souberam acumular.
É preciso dizer basta!... É preciso dizer que toda esta conversa, não passa de uma falácia, de uma mentira, e que tem como único objectivo – em parte já conseguido - fazer aceitar passivamente as medidas de austeridade que ultimamente têm recaído sobre quem trabalha e preparar a plebe para outras que estão já na forja.
Será que estes mentirosos-profissionais, ignoram que 2 milhões de portugueses vivem abaixo do nível de pobreza?!... Que milhão e meio de cidadãos vivem com pensões inferiores a 330 euros (Cf. http://resistir.info/e_rosa/pensoes_2008_09.html)?!... Que mais de 660 mil portugueses estão desempregados?!... Que mais de 1,4 milhões de trabalhadores recebem um salário inferior a 600 euros (Cf. http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1688898), ou que a média salarial dos 3,8 milhões de trabalhadores por conta de outrem não chega aos 780 euros mensais (Cf. http://www.fnsfp.pt/pdf/ER06012011.pdf)?!... Eles não ignoram, eles sabem, mas... porque não lhes interessa, fazem-se esquecidos. E fazem-se esquecidos, porque a esta gente, pouco importa a situação económica de 85% dos cidadãos portugueses, pouco importa a recessão que já grassa no país, o desemprego dos jovens, a precariedade do emprego, a situação dos pequenos e médios empresários, e até o futuro já hipotecado dos nossos filhos, a quem caberá pagar a factura de grande parte dos desmandos desta politica.
Será que estes mentirosos-profissionais, ignoram que 2 milhões de portugueses vivem abaixo do nível de pobreza?!... Que milhão e meio de cidadãos vivem com pensões inferiores a 330 euros (Cf. http://resistir.info/e_rosa/pensoes_2008_09.html)?!... Que mais de 660 mil portugueses estão desempregados?!... Que mais de 1,4 milhões de trabalhadores recebem um salário inferior a 600 euros (Cf. http://www.dn.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1688898), ou que a média salarial dos 3,8 milhões de trabalhadores por conta de outrem não chega aos 780 euros mensais (Cf. http://www.fnsfp.pt/pdf/ER06012011.pdf)?!... Eles não ignoram, eles sabem, mas... porque não lhes interessa, fazem-se esquecidos. E fazem-se esquecidos, porque a esta gente, pouco importa a situação económica de 85% dos cidadãos portugueses, pouco importa a recessão que já grassa no país, o desemprego dos jovens, a precariedade do emprego, a situação dos pequenos e médios empresários, e até o futuro já hipotecado dos nossos filhos, a quem caberá pagar a factura de grande parte dos desmandos desta politica.
Mas vamos a factos: Em 1999, a dívida pública do Estado, não ultrapassava os 51,4% do PIB - abaixo portanto dos 60% recomendados pela UE - e a dívida externa líquida não ía além dos 33,1% do PIB. Ora sendo assim, o que mudou então tão radicalmente na economia portuguesa, para que tais dívidas tivessem um incremento tão abrupto, crescendo a dívida pública e a dívida externa líquida, para valores incomportáveis, superiores a 115% e 130% respectivamente, e que condicionam, por imposições externas (UE), toda a nossa vida social e económica?!...
Será que nestes dez últimos anos, a população portuguesa usufruiu de toda esta riqueza numa tal proporção?!...
Será que os salários ou as pensões dos trabalhadores duplicaram?!...
Será que as benfeitorias do Estado duplicaram?!...
Será que o chamado “estado social” duplicou os seus apoios sociais numa tal proporção?!...
Toda a gente sabe que não!... Toda a gente sabe, que os aumentos salariais e os apoios sociais foram superiores na década de 80 e 90, sem que tenha havido semelhante descontrolo financeiro. Ora sendo assim, a que se deve então, o estado deplorável das contas públicas?... Não terá tudo isto a ver com os lucros exorbitantes da banca e das empresas monopolistas nacionais, com o número de órgãos parasitários do Estado, com os vencimentos principescos de determinados gestores públicos, com a corrupção institucional, com a corrupção e os buracos no sector bancário, com o despesismo incontrolado, com contratos megalómanos de conveniência politica, com o dinheiro do erário público oferecido às instituições financeiras, agora pomposamente designadas por mercados?!...
Na verdade, mantendo-se o nível salarial e os apoios sociais praticamente constantes nesta última década, existindo um aumento crescente da riqueza nacional - em 1999 o PIB era de 144.193 milhões de euros e em 2010 de 170.000 milhões de euros -, permanecendo estável o número de habitantes e não existindo portanto diferenças significativas nas condições sociais dos cidadãos, entre o início e o fim da década, que outras obscuras razões existirão então, que não estas, que obrigam a nossa elite dominante a apregoar, só agora e com tanta insistência, “que vivemos acima das nossas possibilidades”?!...
É preciso dizer a esta gente, que o capitalismo produtivo e o mundo laboral, se encontram completamente à margem desta crise!... Sem margem para quaisquer dúvidas... É preciso dizer a esta gente, que não nos tomem por “toscos” e que os grandes responsáveis pela chamada crise, foram e continuam a ser os mesmos de sempre, a que se junta agora, a especulação financeira, as instituições financeiras e o capital financeiro.
A especulação financeira cada vez mais imaginativa, e movimentando cada vez maiores quantidades de dinheiro, fruto dos elevados rendimentos oferecidos, numa espiral de ganância incontrolável, com múltiplos e cada vez mais sofisticados produtos financeiros, ergueu uma fantástica e monstruosa pirâmide que não quer perder. Enquanto perdurou, acumulou ganâncias enormes que se alojaram em paraísos fiscais, quando entrou em decadência, provocou enormes perdas nas instituições financeiras, que os vários governos se vêm agora “obrigados” a cobrir... através da imposição de novos e mais gravosos impostos, cortes sociais e redução de salários.
Portanto meus amigos: Não se trata de “vivermos acima das nossas possibilidades”, trata-se isso sim, de aceitarmos ou não, a mais profunda e abrupta alteração de rendimentos entre a maioria, e uma minoria que mantém intactos os seus previlégios, entre uma elite dominante e uma maioria constituída não apenas de trabalhadores mas igualmente de empresários - o capitalismo financeiro actual ataca não somente os trabalhadores mas também os pequenos e médios empresários - trata-se de um agravamento abrupto das desigualdades sociais, trata-se enfim… de aceitarmos ou não, o suicídio económico e social de um país e consequentemente até a sua própria soberania.