SEMPRE ASSIM FOI, E ASSIM
CONTINUARÁ A SER!... A VERDADE É COMO O AZEITE…
Há um ano e meio quando
da formação do Governo da “geringonça”, quiseram convencer-nos que o fim só não
estava próximo, porque a experiência não duraria um mês!... Depois, de um
passou para dois, de dois para o meio ano, e o que é certo, é que o tempo
passou e a “profecia” ainda hoje está por cumprir. Para aqueles que apostavam
tudo no quanto pior melhor, o destino que nos esperava estava mesmo traçado,
algures entre a Venezuela e a Coreia do Norte, tudo controlado por perigosos
comunistas e bloquistas que afugentavam todo e qualquer investidor; que fariam
o desemprego subir em catadupa; que fariam o défice disparar; e que deixariam a
economia de tal forma arrasada, que o único cenário possível seria mais uma
bancarrota e um novo resgate.
Porém, um ano e meio após
o início das profecias cataclísmicas, a “geringonça” mantém-se firme e
hirta!... Devolveram-se rendimentos que PSD e CDS haviam projectado apenas para
2020, aumentou-se o salário mínimo, criaram-se postos de trabalho, reduziu-se a
carga fiscal, o crescimento económico é o que se vê, e até o défice está
hoje controlado, apesar das projecções que o consideravam aritmeticamente
impossível. A tal bancarrota e o tal “resgate” anunciado pela pior direita que
a democracia pariu, ficou assim adiado, e o “diabo” sempre à espreita, refugiou-se
em parte incerta desconhecendo-se o respectivo paradeiro.
Hoje, de cabeça perdida,
os “profetas da desgraça” não encontram melhor alternativa, que não seja
contemplar-nos com verdadeiras fábulas que apenas servem para “alimentar”
crianças inocentes!... Os sucessivos trambolhões em tudo o que é sondagem, é a
prova inequívoca, de que a sua narrativa não tem qualquer aderência à
realidade.
E tanto assim é, que foi
até o todo poderoso Wolfgang Schäuble, que desde 2005 é o Ministro das Finanças
da Alemanha a reconhecê-lo, quando há dias afirmou que Mário Centeno é o
“Ronaldo do Ecofin” - o grupo de Ministros das Finanças da União Europeia.
Wolfgang Schäuble, que durante alguns anos se destacou pela arrogância com que
se referia a Portugal, abusando da passividade e do estilo bajulador de Vítor
Gaspar e de Maria Luís Albuquerque, humilhando Portugal muitas vezes com as
suas frequentes ameaças de sanções económicas, e mais recentemente, com a sua
hostilidade para com o actual Governo português. Agora, teve que “engolir o
sapo”, e antes tarde que nunca, teve que se render às evidências e ao seu
preconceito ideológico.
Com os bons resultados
económicos a aparecerem em Portugal, como consequência de muitas
circunstâncias, mas sobretudo devido ao clima de optimismo e confiança que se
instalou na sociedade portuguesa, o Ministro Schäuble, ao contrário de
alguns que por cá gravitam, aprendeu a lição e rendeu-se ao mais
qualificado dos vinte e três Ministros das Finanças que Portugal já teve desde
1974, não fora ele o único a frequentar provavelmente a melhor universidade de
economia e gestão do mundo – a Universidade de Harvard.
Como tudo era então
diferente!... Há doze meses atrás, fruto das politicas do anterior Governo,
Portugal estava à beira de sanções económicas da União Europeia e o sucesso do
seu novo Governo de coligação de esquerda estava longe de ser assegurado. Hoje,
já não viola as regras orçamentais da UE, prepara-se para sair do Procedimento
por Défice Excessivo, e espera apenas luz verde da Comissão Europeia, para
pagar antecipadamente 10 mil milhões de euros ao FMI, correspondentes à divida
contraída em 2011.
Agora, que o “diabo
emigrou de vez” e foi chão que já deu uvas, agora que o mercado de emprego está
em crescendo e a economia a subir, os mensageiros da desgraça resolveram virar
o disco, tentando fazer-nos crer que esta “obra” afinal também é sua,
procurando varrer da memória dos portugueses todos os prognósticos feitos hà um
ano e meio, as famigeradas criticas contra os dois Orçamentos de Estado apresentados
na AR, e pior que tudo, tentar passar uma esponja sobre a mais brutal
legislatura da Democracia portuguesa, plena de intencionalidade e fulgor
punitivo, sobre quem diziam “viver acima das suas possibilidades” e que por via
disso teríamos que empobrecer – custasse o que custasse. Uma legislatura com
verdadeiros laivos de sadismo, que se abateu sobre milhões de portugueses e que
a memória perpetuará.
Tirem porém o “cavalinho
da chuva” e não se iludam!... Os portugueses sabem muito bem que Portugal só é
hoje um país, porque a mãe de Afonso Henriques andava a tratar do galego Peres
de Trava, em vez de tratar do que devia ser tratado; sabem que o 25 de Abril
só existiu, porque vivíamos em ditadura; sabem quem andou a vender o país
a pataco; e sabem também, quem foi o único Primeiro-Ministro que até hoje
entregou o país com menos riqueza do que aquela com que o havia recebido,
registando nos quatro anos e meio do seu “consulado” - conforme rezam as
estatísticas oficiais - uma redução real do PIB de 4,5%. Números, que bateram
mesmo os de Durão Barroso quando o país estava de “tanga” entre 2002 e 2004, e
os de Mário Soares que entre 1983 e 1985 se viu também confrontado com a
presença do FMI no país.
Dito isto, a gente sabe
que “dói”, principalmente àqueles que apostaram tudo na desgraça e se arrogam
de uma famigerada “direita politica” de triste memória!... A falta de pudor com
que reivindicam agora os louros de uma política que combateram com violência e
ressentimento, é a prova evidente de tal facto e reveladora do carácter desta
gente que esqueceu Sá Carneiro, e que nunca se adaptou ao respeito pelo voto
popular, aos Partidos segundo a sua representação parlamentar, à alternância
democrática e sobretudo às alternativas políticas. Felizmente que o país está hoje
muito melhor e os portugueses também. A verdade é como o azeite!... Vem sempre
ao de cima…
Domingos Chaves