Desta vez, o epicentro desta “conversa”,
vai ter a ver com o tal “filme de terror” que assentou arraiais lá para
os lados da Casa da Democracia – e arredores, onde em mais uma das múltiplas
CPI`s, tudo se vende e tudo se compra, ao preço da uva mijona!... Ora é o
computador roubado ou o computador furtado; ora são as agressões; ora é o
computador roubado ou furtado com documentos classificados que originou a
chamada do SIS; ora é o facto de se o SIS devia ter sido ou não chamado; quem é
que chamou o SIS; quem é que aconselhou a chamada; quem é que sabia que o SIS tinha sido
chamado; o que é que o Presidente da República acha disto tudo; se acha o mesmo
que achava há 15 dias atrás; o que é que militante Cavaco queria dizer com
aquilo que disse no encontro de autarcas do seu Partido; o que é que ele queria
dizer com o que não disse; enfim… muita parra e pouca uva.
Numa tão breve quanto insondável súmula, uma
coisa é porém certa: andamos a navegar entre aparições, suposições, “achismos”
e acima de tudo muito nervosismo, num país que se está a tornar politicamente
num verdadeiro caos. Ou seja: vivemos diariamente confrontados com um debate
que de esclarecedor não tem nada, e acima de tudo, que procura apoderar-se do
espaço público e politico, com fantasias sobre quem pressionou quem; sobre quem
fez o quê; sobre quem mandou fazer o quê; sobre quem ocultou o quê; sobre quem
ainda tem condições para governar; sobre até quando vai durar este Governo
eleito há pouco mais de um ano; sobre se há uma alternativa viável; sobre se
afinal, com isto tudo, as instituições ainda funcionam regularmente; e depois
com a cereja no topo do bolo, com um Ministério Público a “contribuir para a
festa”, despejando ipsis verbis o que pretende seja despejado pela comunicação social.
Basta!... Portugal, liderado pela principal figura do Estado, anda assim
entretidíssimo na produção de “filmes”, enquanto o mundo continua a
girar, enquanto a escalada das taxas de juro continuam a fazer subir os valores
pagos pelos créditos da habitação, enquanto a inflação continua a pressionar
implacavelmente os orçamentos familiares, enquanto o preço da habitação se está
a tornar proibitivo, e… por aí fora.
Com uma guerra em curso na Europa, com um país
ainda a tentar recuperar do severo abalo social e económico da pandemia, com um
PRR em execução e com os fundos do Portugal 2030 como mais uma - quem
sabe a derradeira - oportunidade para Portugal esbater a distância
que tem para os países mais desenvolvidos da Europa, não seriam estes motivos
suficientes para esta gente se conter, pensar no essencial em vez no acessório
e assumirem-se?!... Uma coisa é certa: a
continuarmos assim, arriscamo-nos a
viver num limbo de inércia dominado por um corrupio sem freios, cujo alvo nada
tem a ver com os interesses do país e do seu povo, isso sim com intenções
desvairadas de luta pelo Poder, sem olhar a meios para atingir os fins.
Aquilo que se pede, é que as instituições
competentes esclareçam tudo o que tem de ser esclarecido e que se tirem as
ilações que devem ser tiradas, custe a quem custar e sem demoras excessivas. E
quando tudo isto terminar - porque um dia terminará - e
mesmo não se sabendo como terminará, de uma coisa podemos ter já alguma
certeza: quando olharmos para estes dias, teremos a percepção de que
perdemos algo; que os problemas continuam a fazer fila à nossa porta; e que não tardarão um após outro, a entrarem no nosso quotidiano sem pedir
licença. Se não forem capazes, chamem a Policia…