15 maio, 2013

A O.C.D.E. E O “SEU” RELATÓRIO "PAPA-TOLOS"!... COM UM GUIÃO ASSIM, A REFORMA DO ESTADO VAI SER UMA QUESTÃO DE “CORTE E COSTURA”...

Sem pôr nem tirar, são setenta e três páginas de um verdadeiro flop!... Porquê?!...

Primeiro ponto: Os números da despesa usados e que servem de referência às respectivas conclusões, são (veja-se só) do ano de 2010, os mais elevados de sempre; 


Segundo ponto: Os anos de 2012 e 2013, que seriam como é óbvio os periodos, que deveriam ser considerados na análise, são simplesmente ignorados, pese embora a abismal diferença nas despesas efectuadas em 2010 e nos anos referidos;

Terceiro ponto: É visivel aos olhos de qualquer “curioso”, que esta gente nem sequer se deu ao “luxo”, de lero Orçamento de Estado 2013 e verificar o brutal e criminoso aumento de impostos, dando-se por via disso até ao luxo de recomendar um agravamento fiscal.

Temos portanto, que O Relatório da OCDE, mais não é que um documento “papa-tolos” e que serve apenas de validação das medidas de austeridade do governo português. Tudo o resto é “conversa fiada e para inglês ver”...
Senão vejamos: A crer no primeiro-ministro, o relatório foi “solicitado” pelo governo à OCDE como “apoio” para a reforma do Estado: «Seria um grande disparate, para não dizer um grande desperdício, termos solicitado este apoio da OCDE e ignorarmos esse contributo que agora a OCDE nos prestou» (Afirmações de Passos Coelho, na apresentação do Relatório em Paris). Está tudo dito, não precisa mais nada...

O que o primeiro-ministro não disse, é se o Relatório é uma “oferta” da OCDE, ou se é um trabalho pago, e nesse caso, quanto custou ao erário público a respectiva “encomenda”. Era bom saber, porque num momento em que não há dinheiro, ou há muito pouco para as universidades e centros de investigação portugueses, o governo poderia e deveria ter optado por seleccionar uma instituição nacional para realizar o trabalho de elaborar um estudo deste tipo e uma proposta para a reforma do Estado em condições. Ou será, que o primeiro-ministro julga a sua incapacidade, à imagem dos portugueses?!...

Ao escolher a OCDE, e sem pôr em causa a respeitabilidade de que esta organização é credora, o primeiro-ministro não quis verdadeiramente um relatório rigoroso, actualizado e ancorado na realidade nacional. ESTA É QUE É A VERDADE!...Quis isso sim um atestado de “bom comportamento”, espécie de credencial para passar à “FASE SEGUINTE” da purga.
O momento da sua divulgação oficial, não é aliás inocente e coincide objectivamente com a validação da sétima avaliação da troika. 
Com o seu relatório, a OCDE cauciona assim perante a troika, as desastradas políticas deste governo. Para servir osinteresses do governo, uma instituição portuguesa não teria o mesmo peso, embora fosse seguramente mais independente e produzisse sem qualquer dúvida, um trabalho mais útil e melhor fundamentado.

O relatório da OCDE é pois um flop. Como relatório de um estudante universitário em processo de pós-graduação, talvez passasse. Há recolha de dados, gráficos comparativos, inferências, recomendações e pouco mais. Falta-lhe enquadramento, as fontes são restritas, em alguns aspectos é mais um meta-relatório, baseado noutros relatórios com poucas novidades.
Não explicita a metodologia utilizada nem aponta objectivos claros. Não se funda em “trabalho de campo” realizado no País, não usou ferramentas de investigação como questionários, entrevistas a determinados grupos e a cidadãos nacionais para verificação de hipóteses, confirmação de dúvidas e identificação de problemas, é enfim... um relatório feito por pessoas que não conhecemos nem possivelmente, nos conhecem (a ficha técnica não aparece no PDF) nem os autores se quiseram conhecer. Porque será?!...

É, no fundo, um relatório ideológico, que julga por exemplo, caber-lhe definir o papel do Estado num País visto através de gráficos.

Há no entanto neste relatório, algumas coisas que o governo devia ler e sobre as quais a própria OCDE passa por cima, como se sentisse que não as podendo ignorar não pretende salientá-las.Exemplo disso, a necessidade de mais e melhor educação e formação dos recursos humanos, mais e melhor investigação científica, maior ligação entre a investigação e a indústria, alargamento do Simplex a todos os níveis da administração pública, justiça mais eficiente e veloz.

Ora, este tipo de considerações não interessam ao governo porque para as realizar é necessária uma visão estratégica do País, pessoal habilitado para conceber políticas e uma administração pública preparada e não destruída para as implementar.

Com este relatório, o governo vai fazer a única coisa que sabe fazer: Vai despedir professores, abandalhar o ensino, cortar nos rendimentos dos funcionários públicos, despedi-los, aumentar impostos, afundar ainda mais a economia e colocar o País numa recessão de que não sairá tão depressa.

Para além deste relatório não servir “coisissima nenhuma” para a reforma do Estado, o governo ainda por cima não sabe tirar dele algumas das ideias aproveitáveis que alegadamente possa conter. É que para isso também é necessário saber ler um relatório, coisa que alguns no governo saberão mas fingem que não sabem.

Com um “guião” assim, a Reforma do Estado vai ser uma questão de corte e costura.


06 maio, 2013

O PACOTE DA “MISERABILIZAÇÃO” NACIONAL E A "TRÓIKA À PORTUGUESA"...


Finalmente falou o Dr. Paulo Portas. Custou mas saíu!... O país já desesperava pela sua sábia palavra e ela chegou, passadas que foram 48 horas!... Ainda bem...

Com a coreografia do costume, isto é, pose de Estado, ar circunspecto e contido, verbo fácil e claro, o Dr. Portas falou e disse. Nada que se não espere de um Ministro de Estado.
Como vai sendo hábito, o Dr. Portas, um dos mais experientes políticos no activo e com um curso de manha política que não foi adquirido por equivalências, fez um discurso com que imagina corporizar um tão falado consenso, ou seja, ficar de bem com “Deus” e com o “Diabo”, e manter a sua zona de conforto, perdão, o acesso ao poder, acompanhado seja de quem for.

Dito de outra maneira, o Dr. Portas pretende instalar-se na mais improvável das cadeiras, “Poder” e “Oposição” simultaneamente. Como é óbvio, não é tarefa fácil, mas para um homem experiente, inteligente e com visão, é um caminho atractivo. O Dr. Portas é um sobrevivente em permanente disputa por um lugar no poder, e para isso, demonstra um jogo de cintura de fazer inveja a qualquer enguia.

Porém e permitam-me que o afirme, sustentar um governo que toma medidas brutais, e mesmo assim pretender fazer crer que se opõe, lágrima no olho, a cada malfeitoria, é jogo de cintura que já não cola no subconsciente dos portugueses.

Plantar notícias nos jornais e botar faladura nas televisões, sobre supostos enfrentamentos homéricos em conselhos de ministros e largar venenos sortidos sobre colegas de governo, para surgir como o parceiro "bom" da coligação, e que só está por lá, para garantir que as coisas não serão tão más como poderiam ser, numa espécie de imolação dos seus princípios para nos salvar, é próprio de COMEDIANTES.

Hoje, o Dr. Paulo Portas prestou-se a esse papael!... O papel de comediante...

O lider de um partido que sempre encheu a boca com os agricultores, com a família, com os reformados e desfavorecidos, um homem que manda cartas aos militantes a jurar que "com ele" não se aumentarão mais impostos e a seguir vota o maior aumento fiscal da democracia portuguesa e que agora assina por baixo não pode sustentar um governo que está a destruir o país e ao mesmo tempo querer aparecer como o santo protector cá da terra.

Se Paulo Portas tinha um ideário, deixou de o ter - à excepção do seu programa de sempre: Sobreviver e acabar com o PSD, para um dia poder vir a ser Primeiro-Ministro. Com o discurso de hoje, talvez até tenha conseguido angariar mais alguns incautos...

Quanto ao governo e ao seu DOCUMENTO DE ESTRATÉGIA ORÇAMENTAL, bem podem Vitor Gaspar e Passos Coelho prégar que à noite se seguirá o dia, porque já ninguém acredita nas suas palavras.

Um dia apresentam-nos um plano de fomento e crescimento - digno de um aluno de primeiro ano de Economia e para satisfazer o senhor Pereira - para uns dias depois ser apresentado o dito DEO, que torna inexequíveis quaisquer medidas, por muito ténues que elas fossem.

Não vou entrar em pormenores sobre este “novo programa de terrorismo" social que aí vem, porquanto se tornaria demasiado cansativo. O que vou dizer isso sim e em primeiro lugar, é que chegou a hora de dizermos basta a um lunático que dá pelo nome Vitor Gaspar, que para infelicidade dos portugueses, foi um dia incumbido de gerir as contas públicas deste país.

Este homem a quem já suportamos tudo, quer destruír o país, quer desgraçar o seu povo, e isso, é a última coisa que poderemos permitir. O senhor Vitor Gaspar, como alguém que até já foi membro do seu governo o afirmou, não passa de “um psicopata social” e de “um louco (como MST afirmou no Expresso), que desde há dois anos a esta parte, se propõe dar cabo do país e não deixar pedra sobre pedra, se não fôr urgentemente travado e mandado regressar à nave de loucos de onde se evadiu”.

Mas Vitor Gaspar não está só nesta cruzada!... E não estando só, é preciso dizer também basta ao seu “Chefe”, enquanto principal timoneiro e responsável máximo pela desgraça que aflige o nosso povo, que tal como Vitor Gaspar, e para infelicidade dos portugueses, conseguiu um dia chegar ao “trono”, depois da monumental burla em que foi o principal actor.

Pedro Passos Coelho é um homem vingativo, um homem rancoroso e um homem que não olha a meios para atingir os seus fins. O ajuste de contas com os Juízes do Tribunal Constitucional, efectuado na última sexta-feira quando da sua comunicação ao país, é o melhor exemplo do seu carácter. Afrontando claramente este Orgão de Soberania, Passos Coelho com o "pacote anunciado", repôs tudo quanto este lhe havia rejeitado ao seu Orçamento. Por via diversa, “atirou a matar”, atingiu ainda com mais violência os mesmos alvos que o Tribunal havia protegido e para cúmulo, com o prazer acrescido e que foi notório de que “L`ÉTAT, C`EST MOI”.

Isso mesmo!... Passos Coelho não passa de um ditador, a quem um dia só restará emigrar, tal o ódio que o acompanha por esse país fora...

É verdade que Passos Coelho não anunciou o aumento de mais impostos!... Passos Coelho fez pior: Optou por ir directamente ao ganha-pão de cada uma das pessoas que trabalham para o Estado ou daquelas que descontaram uma vida inteira e têm reformas ou pensões. Os factos falam por si, e os aumentos da TSU dos FP para 13,50% (11%+2,5%), os cortes em salários públicos, pensões e despesas sociais, pois é dessas que se trata nos anunciados cortes de 10% nos ministérios, são o melhor exemplo.

São cortes e mais cortes para fazer frente ao que chamou de emergência nacional, ou seja, o estado a que o país chegou pela sua mão e pela do incompetente Gaspar.

São 4,8 mil milhões de euros que Passos fingiu querer discutir e dialogar com os parceiros sociais, mas vai impôr ao longo dos próximos anos e no Orçamento Rectificativo. Isto é um principio nunca visto e próprio de um Estado totalitário.

No meio disto tudo, o que mais aflige é o ataque a reformados e pensionistas. É um modelo insensível, impiedoso e carregado de injustiça, afectando os mais indefesos e os que já contribuíram e não têm expectativa de melhorar a sua vida.

Durante algum tempo, vieram-nos com o discurso, de que os sacrificios impostos, se deviam ao facto de termos vivido acima das nossas possibilidades!... Perante o facto, “levaram-nos a acredita” que viver uma vida digna, ter direito a segurança social, a saúde, a uma educação quase gratuita, não era para nós portugueses. Tinhamos que pagar as “asneiras” cometidas!... Tiraram-nos uma percentagem do ordenado, os subsidios, aumentaram o IVA e o IRS, despediram milhares de trabalhadores, encerraram empresas e estrangularam o comércio, tudo em nome do buraco de milhares de milhões, que Portugal deve e tem que pagar.

Afinal, agora ficamos a saber, devagar, muito devagarinho, que depois do BPN e do BPP e de outros BPNs e BPPs rebatizados, foram feitos outros negócios lesa-majestade, que lesando apenas alguns, têm de ser pagos por todos.

Ficamos a saber, que os tais buracos não se devem ao excedente de funcionários públicos, às pensões, ao Serviço Nacional de Saúde, às Escolas Públicas, isso sim, a “saláfrios” que fizeram contratos ruínosos que agora nos fazem comer o sangue que o diabo amassou. Ficamos a saber que nos enganaram e ficamos a saber, que afinal os desempregados, os pensionistas, os doentes, os estudantes, todos nós, não vivemos acima das nossas possibilidades. Os outros, esses sim, é que viveram e continuam a viver. 

Mas quanto a isto, o discurso de Passos Coelho foi completamente oco e vazio de conteúdo!... Sobre o desemprego nada, sobre retoma quase nada, sobre PPPs e sobre SWAPS nada de nada.

É lamentável, triste, miserabilista e indigno de qualquer homem que diz querer o melhor para o seu país e para os portugueses, ser tão forte com os fracos e tão fraco com os fortes.
Ao contrário de um Social-Democrata que não pode deixar de se indignar, Pedro Passos Coelho não tem vergonha na cara!... E não tem vergonha na cara, porque é um homem sem principios, um homem que em vez de defender o seu país e os interesses dos portugueses, apenas se preocupa com os elogios de Schauble e da ditadora Merkel.

Àparte tudo isto e se não fôr colocado um travão, que atire para bem longe esta gente sem principios, adulados pelos ditos Schauble e Merkel, tudo irá piorar e será muito difícil a qualquer Governo que se siga a esta trupe de fanáticos incendiários recuperar e reconstruir tudo o que está a ser destruído.

Começam a faltar palavras para descrever o mal que está a ser feito ao país e aos portugueses, e é estranho, muito estranho, que lá do seu Olimpo pessoal, o Presidente da República continue a observar tudo, como que nada seja parecido, a tantos episódios que em outras épocas o tivessem levado a fazer comunicações ao país.
Possivelmente jogará num campeonato muito próprio, mas uma coisa é certa: A História fará juz a tão fracas e perigosas figuras que nos governam.