11 maio, 2012

NA VANGUARDA DO SERVILISMO!...


Hoje foi dia de debate quinzenal na Assembleia da República!...
Para além de “morno” e dos fretes  protagonizados por alguns deputados, que mais pareciam “bandarilheiros” numa qualquer tourada, preparando o terreno ao primeiro-ministro para responder aos interpelantes, nada de mais significativo se viu. Passos Coelho, esse continua igual a si próprio!... Sem “pôr nem tirar”. E então quando lhe falta a "almofada", nem vale a pena.Continua a demonstrar em todas as suas intervenções públicas, um completo desconhecimento da realidade económica e social do país e uma total incompreensão do funcionamento da economia nacional.

Mais uma vez, não se cansou de afirmar, que “só teremos crescimento económico após o equilíbrio das contas públicas”.
Em clima de recessão como a que vivemos, tal afirmação constitui um tal disparate, que qualquer aluno do 1.º ano de economia, consegue “desmontar”!... Tentar o equilíbrio das contas públicas numa economia em recessão, tentar o equilíbrio das contas públicas reduzindo salários e agravando impostos sobre o trabalho e o consumo, só um “lunático” não compreende ou não quer compreender, que tal politica  provocará uma maior recessão, que por sua vez exige dentro desta mesma lógica infernal, mais aumentos de impostos, numa espiral recessiva sem fim.
Infelizmente para os portugueses e para o país, esta vai sendo a tese que vinga para sairmos desta crise. Tese que não é, a de que devemos reduzir os custos de trabalho ou de contexto; tese que não é a de que temos de crescer economicamente; que não é a de que devemos renegociar a dívida; que não é a de que devemos sair do euro; que não é, nem a tese neoliberal nem a tese keynesiana; que não é, a tese da austeridade ou do investimento público. É isso sim, a tese que não exige nenhum debate, nenhum esforço intelectual, nenhum confronto político. É isso sim a TESE DO “CRIADO”!...  FAZER O QUE NOS MANDAM E ESTAR CALADINHO E À ESPERA QUE SE ESQUEÇAM DE NÓS.Esta é afinal de contas, a tese um pouco à moda do "Não lhe pago para pensar", como dizem os patrões demasiado burros para suportarem as ideias dos outros...
O melhor exemplo deste servilismo foi a ratificação do Tratado Orçamental. Aquele que, para além de definir vitaliciamente, sem ter em conta as variações do contexto económico e as necessidades de cada economia, os limites para o défice e para dívida, ainda decide como lá chegar, tornando o processo democrático e o parlamento em absolutas inutilidades. A pressa de parecer bem comportado foi tanta, que fomos os primeiros fazê-lo. Os ÚNICOS a fazê-lo!... Uma vergonha, como se verá a curtíssimo prazo.
Com a vitória de François Hollande muita coisa mudou na Europa e até  o parlamento alemão adiou a aprovação do tratado. Ou seja, com a pressa de não ficarmos sozinhos, o primeiro-ministro acabou mesmo por ficar. São estas as tristes figuras que faz o capacho: no seu vanguardismo servil acaba por correr os riscos que queria evitar.
Entretanto e “seguindo a viagem”, nota-se que Seguro e Passos andam zangados por causa de qualquer coisa. Vai daí, o senhor Presidente da República deixou um aviso: "Este é um tempo que requer muito bom senso e muita serenidade. Diz o Presidente: “ os nossos dois principais ativos são o consenso político e o consenso social". Consensos que, digo agora eu, a existirem, não resultam de qualquer desígnio nacional ou rumo para sair desta crise. Resultam isso sim do MEDO de não agradar a quem nos tutela. Ou seja: Para alguns, os alicerces para sairmos da crise, terão que passar pela nossa anemia democrática e por aquilo que verdadeiramente interessa lá fora. O que interssa, é que julguem que isto é uma democracia, e que os partidos até se entendem...
Ora isto é aquilo que não pode acontecer. Pelo menos para quem detesta as APARÊNCIAS. À PALA DAS APARÊNCIAS, É QUE PORTUGAL CHEGOU ONDE CHEGOU.