Para além de “morno” e dos fretes protagonizados por alguns deputados, que mais
pareciam “bandarilheiros” numa qualquer tourada, preparando o terreno ao
primeiro-ministro para responder aos interpelantes, nada de mais significativo
se viu. Passos Coelho, esse continua igual a si próprio!... Sem “pôr nem tirar”. E então quando lhe falta a "almofada", nem vale a pena.Continua a demonstrar em todas as suas intervenções públicas, um completo
desconhecimento da realidade económica e social do país e uma total incompreensão do funcionamento da economia nacional.
Em clima de recessão como a que vivemos, tal
afirmação constitui um tal disparate, que qualquer aluno do 1.º ano de
economia, consegue “desmontar”!... Tentar o equilíbrio das contas públicas numa
economia em recessão, tentar o equilíbrio das contas públicas reduzindo
salários e agravando impostos sobre o trabalho e o consumo, só um
“lunático” não compreende ou não quer compreender, que tal politica provocará uma maior recessão, que por sua vez
exige dentro desta mesma lógica infernal, mais aumentos de impostos, numa
espiral recessiva sem fim.
Infelizmente para os portugueses e para
o país, esta vai sendo a tese que vinga para sairmos desta crise. Tese que não
é, a de que devemos reduzir os custos de trabalho ou de contexto; tese que não
é a de que temos de crescer economicamente; que não é a de que devemos
renegociar a dívida; que não é a de que devemos sair do euro; que não é, nem a
tese neoliberal nem a tese keynesiana; que não é, a tese da austeridade ou do
investimento público. É isso sim, a tese que não exige nenhum debate, nenhum
esforço intelectual, nenhum confronto político. É isso sim a TESE DO
“CRIADO”!... FAZER O QUE NOS MANDAM E ESTAR
CALADINHO E À ESPERA QUE SE ESQUEÇAM DE NÓS.Esta é afinal de contas, a tese um
pouco à moda do "Não lhe pago para pensar", como dizem os patrões demasiado
burros para suportarem as ideias dos outros...
O melhor exemplo deste servilismo foi a
ratificação do Tratado Orçamental. Aquele que, para além de definir
vitaliciamente, sem ter em conta as variações do contexto económico e as
necessidades de cada economia, os limites para o défice e para dívida, ainda
decide como lá chegar, tornando o processo democrático e o parlamento em
absolutas inutilidades. A pressa de parecer bem comportado foi
tanta, que fomos os primeiros fazê-lo. Os ÚNICOS a fazê-lo!... Uma vergonha,
como se verá a curtíssimo prazo.
Com a vitória de François Hollande muita coisa mudou
na Europa e até o parlamento alemão adiou a aprovação do
tratado. Ou seja, com a pressa de não ficarmos sozinhos, o
primeiro-ministro acabou mesmo por ficar. São estas as tristes figuras que faz o
capacho: no seu vanguardismo servil acaba por correr os riscos que queria
evitar.
Entretanto e “seguindo a viagem”, nota-se que Seguro e Passos andam
zangados por causa de qualquer coisa. Vai daí, o
senhor Presidente da República deixou um aviso: "Este é um tempo que requer
muito bom senso e muita serenidade. Diz o Presidente: “ os nossos dois principais ativos são o consenso político e o consenso
social". Consensos que, digo agora eu, a existirem, não resultam de qualquer
desígnio nacional ou rumo para sair desta crise. Resultam isso sim do MEDO de
não agradar a quem nos tutela. Ou seja: Para alguns, os alicerces para sairmos
da crise, terão que passar pela nossa anemia democrática e por aquilo que
verdadeiramente interessa lá fora. O que interssa, é que julguem que isto é
uma democracia, e que os partidos até se entendem...
Ora isto é aquilo que não pode acontecer. Pelo menos para quem detesta as
APARÊNCIAS. À PALA DAS APARÊNCIAS, É QUE PORTUGAL CHEGOU ONDE CHEGOU.