1- O crime económico é um problema grave e a sua investigação é um fenómeno recente.
Foi nos últimos anos que se multiplicaram os processos BPN, BCP, Face Oculta, Portucale, Submarinos, Parque Expo, Freeport e Operação Furacão.
Estes processos geraram milhares de notícias, centenas de arguidos, poucos condenados e quase nenhum preso. Como é isto possível?!...
Muito simples: As sanções são relativamente brandas e o "trânsito em julgado" prolonga-se ad eternum….
Na investigação, é a força, a carolice e o profissionalismo de alguns policias e procuradores que movem os processos, mas este crime não se combate sem “armas potentes e sofisticadas”. E não se combatendo sem essas ditas armas, seria de bom tom, que os governantes deste país – que andam demasiado preocupados com fait divers sem nexo – se preocupassem com o que efectivamente se devem preocupar, para combate a este cancro, que assola a sociedade portuguesa. Se assim não for e se a Ministra da Justiça se encolher, as raízes ramificar-se-ão cada vez mais e então meus amigos, não haverá nem policias nem procuradores que nos valham…
2-Warren Buffett é um dos homens mais ricos do mundo. É um super-investidor nos mercados financeiros e accionista de uma das mais cotadas agências de ‘rating’. Buffett, escreveu recentemente um artigo no ‘The New York Times’, a pedir que aumentassem os impostos sobre quem tem mais património: A propósito dizia Buffet: "Enquanto a maior parte dos americanos luta para fazer face às despesas, nós, os mega-ricos, continuamos a ter isenções fiscais extraordinárias".
Pensemos neste repto e extrapolê-mo-lo para Portugal. Há aumentos de impostos por todos os lados, o último dos quais no IVA sobre a electricidade e o gás. Mas o maior aumento tem sido sobre os rendimentos, nomeadamente do trabalho, sobre os quais estão a incidir sucessivos aumentos de taxas, de taxas extraordinárias, de fins de benefícios e de cortes, passando-se completamente ao lado dos rendimentos provenientes de capitais.
Diz-se e bem, que o IRS é um imposto progressivo!... Que paga mais quem recebe mais. Mas o erro, é dizer-se que esses são os ricos. Não são não!... Esses não são os ricos… Rico, não é quem ganha um ordenado médio ou acima da média. Rico, é quem tem muito património, muitas vezes sem saber de onde vem. Warren Buffett tem de vir a Portugal ensinar umas coisas. E não só a ganhar dinheiro: também a tributá-lo…
3-O Primeiro-Ministro de Portugal, escapou-se habilmente à “polémica madeirense”, remetendo a censura para o acto eleitoral que decorrerá no arquipélago no próximo mês de Outubro. Porém, Passos Coelho, sabe que não vai haver censura alguma. A haver essa censura seria dos eleitores do continente, que pagam a factura hoje, como pagaram ontem e como continuarão a pagar amanhã, se o bom senso não prevalecer. Quem conhece, ou já viveu dinâmicas eleitorais, sabe que o povo chamado às urnas não quer saber de notícias, nem de opiniões. O povo, vota por afecto, vota por conveniência, e na Madeira, não existe figura mais conveniente do que Alberto João.
O tal Alberto João, que transformou a Madeira, que lhe deu modernidade e qualidade de vida, que fez crescer a riqueza, que criou trabalho e mobilidade. A "república" da Madeira, com uma área semelhante ao concelho de Montalegre, comparativamente a regiões como Trás-os-Montes ou Alentejo, é um paraíso. Foram precisos milhões para essa transformação. Para tanto, Alberto João desde muito cedo percebeu, que a chantagem, o insulto, a ameaça independentista, o enxovalho - quem não se recorda dos ataques ao senhor Silva, as humilhações a Marques Mendes, a arrogância contra Passos Coelho, as brejeirices contra os inimigos do continente. desde os ‘cubanos’, aos colonialistas, aos comunistas, à maçonaria, aos inimigos inventados e ao folclore continental – eram a sua melhor arma!... Davam-lhe tempo de antena, visibilidade e a possibilidade de “esmifrar” o que podia, o que não podia e o que não devia.
Porém, a Madeira dá 4 deputados à Assembleia da República, que são essenciais para a conquista de maiorias. E sabendo disso, os líderes do PSD temiam-no, os primeiros-ministros por mais discursos rígidos que fizessem, soçobravam e sendo assim, a chicana de Alberto João, pô-los a todos em sentido e de cócoras. Pelas atitudes agressivas e insultuosas, os comentadores do sistema desvalorizavam o chorrilho de palavras, e com este andar guerrilheiro e trautileiro, Alberto João foi construindo um dos cantos mais bonitos do país.
Mas é bom que os portugueses saibam, QUE A SUA DIVIDA É MAIS DO DOBRO, DAS AUTARQUIAS CONTINENTAIS TODAS JUNTAS, e isto é inconcebível num Estado de Direito, principalmente quando os nossos autarcas, têm sido o saco de boxe dos sucessivos governos, que nos vêm (des) governando.
Voltando a Passos Coelho e à questão da confiança politica que o povo madeirense deve dar ou não, a Alberto João, aquilo que me apetece dizer, é que se fosse madeirense, votava no homem. E votava no homem, porque afinal de contas, ele representa a história e o progresso da Madeira. É o único dirigente politico, que num Estado sem rumo, sabe sacar para aqueles que governa aquilo que muito bem entende. É o verdadeiro colonialista a sugar a colónia continental. E para que haja justiça mínima, até auguro aquilo que não é muito difícil de prever: Os madeirenses vão dar-lhe mais uma vez, maioria absoluta nas próximas eleições. Dessa forma , continuaremos nós, cá no continente, a não passar de uma colónia da Madeira, devidamente avalizada pelo actual Primeiro-Ministro....