O papel dos governantes europeus actuais, não é como seria normal e desejável, atenuar as desigualdades sociais e proteger a sociedade dos ataques indiscriminados dos especuladores financeiros dos mercados, mas ao contrário, convencer as populações a aceitar pacificamente a miséria a que a querem sujeitar. A Grécia, com um espólio histórico de se lhe tirar o chapéu, "mãe" das democracias e das liberdades é o melhor exemplo do ataque feito por agiotas e especuladores, que pouco a pouco, está a dizimar o país, não olhando a meios para atingir os fins.Quem põe cobro a isto?!... Que Europa é esta, que não se preocupa com os seus "filhos"?!... Quem será a próxima vitima?!...
Desde 1980 que duplicou a riqueza no mundo. Na Alemanha, de 2000 a 2008, a riqueza produzida aumentou 30%, enquanto a massa salarial apenas aumentou 8%. Os países industrializados apresentam este mesmo padrão. O aumento da riqueza não corresponde em igual proporcionalidade aos rendimentos auferidos pelas populações, quer em salários, quer em quaisquer outros benefícios sociais. Os rendimentos provenientes do aumento da produtividade, os rendimentos provenientes do aumento da riqueza produzida, estão a ser canalizados para os mais ricos. A Europa de hoje, está a transformar uma sociedade cada vez mais desigual. Uma sociedade em que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
A conversão massiva ao mercado e à globalização neoliberal, a renúncia à defesa dos pobres, do Estado de bem-estar e do sector público, a nova aliança com o capital financeiro e a banca, despojaram a social-democracia europeia dos principais traços da sua identidade. A cada dia que passa, fica mais difícil para os cidadãos distinguir entre uma política de "direita" e outra “de esquerda”, já que ambas respondem às exigências dos senhores financeiros do mundo.
Na actual conjuntura, será muito difícil convencer os cidadãos da bondade das novas e radicais medidas neoliberais que se querem impor nos países periféricos, em especial na Grécia e em Portugal. Será muito difícil mesmo, convencer a população a trabalhar, para que 10% da população que acumula 90% da riqueza, se converta em 9% acumulando 91%. Assim não vamos lá...