08 outubro, 2021

O RESCALDO DAS AUTÁRQUICAS

Em qualquer eleição, por um voto se perde e por um voto se ganha!... É isso que fica para a História…

Nestas eleições e como é óbvio, também houve vencedores e vencidos. No primeiro caso, Orlando Alves, tendo cumprido e bem a sua missão, venceu. Isto é, à partida para o seu último mandato e à semelhança dos dois anteriores, fechou este último desígnio para lá chegar com chave de ouro, obtendo pela terceira vez consecutiva, uma maioria absoluta. E não foi por acaso que isso aconteceu!... Se o conseguiu, é porque tem obra e a esmagadora maioria do povo lhe reconheceu por isso mesmo mérito para lá chegar.Tudo o resto são falácias!. E mais: conseguiu-o de uma forma brilhante, resistindo a tudo!... Ao desgaste provocado pelos dois últimos mandatos; à rivalidade artificialmente criada por alguns, entre Montalegre e Salto; às acusações sobre a sua alegada familiaridade com a exploração mineira; e até à sua condição de arguido. Mas não só!... Orlando Alves, resistindo a tudo isso, resistiu também à ingatidão e às traições de eleitores, da sua própria área politica.

Foi por isso, que o resultado foi aquilo que foi!... Dando a cara, nunca se escondeu por detrás de uma qualquer barricada e com a sua conduta e a equipa que o acompanhou, ganhou não só a Câmara, como também, 19 das 25 freguesias do concelho, “reservando” para a Oposição e independentes apenas 6, para dividirem em partes iguais. Foi o povo que assim o ditou.

No segundo caso, é verdade que perdeu a “capital da república”, mas perdeu-a de pé e mais por mérito das circunstâncias, do que por demérito seu. Uma perda - diga-se, assente num triângulo de interesses, onde não faltaram comportamentos brejeiros por parte de quem faz vida nas redes sociais; de ressabiados do sistema; da nomenclatura do próprio clero local, ao meter o nariz– embora procurasse disfarçar -  onde não era chamado; e nunca por mérito de uma Oposição, com mais jeito para filmes policiais, do que para uma actividade  tão nobre como é – ou deveria ser – a politica.

Tais ditâmes não constituíram segredo e estiveram à vista de todos. Ora quando uma Oposição se dá ao luxo de perder – como perdeu – uma oportunidade com estes ingredientes, limitando-se a fazer umas “cócegas ao Presidente”, tal sugere, que tem ainda um longo caminho a percorrer, para desalojar alguém que no final de 2025 contará com 36 anos de presença contínua na gestão do Municipio.

Um facto, que constitui, tal como Boticas do outro lado da linha, um verdadeiro recorde. Não venham é agora justificar-se com a falta de democracia.

 (Texto escrito segundo a antiga ortografia)

 

06 outubro, 2021

A ARTE DA MENTIRA E AS “PROMESSAS DE AMOR ”…


Este executivo, foi aquele que conseguiu colocar Montalegre no mapa. E não foi pelos piores motivos como alguns pretendem fazer crer!... Foi pelo trabalho desenvolvido, ao contrário daqueles que sistematicamente o colocaram na lama... 

Em tempos de valores e realidades vertiginosamente mutáveis, é hoje perfeitamente perceptível, que o nono mandamento bíblico parece ficar cada dia mais difícil de ser cumprido. Antes, não bastava à mulher de César ser honesta, também precisava de o parecer. Hoje, e tomando como exemplo a politica concelhia, apenas precisaria de o parecer. E este, é um sinal fidedigno do investimento na aparência e na busca desesperada de algo que possa funcionar como verdades absolutas, para logo mudar, ao sabor das inevitáveis frustrações de quem promove tal conduta. É o mundo do faz de conta, a que alguns chamam de verdade, mas que não passa da “mentira melhor contada”. 

Vem isto a propósito, das próximas eleições autárquicas, agendadas para o próximo dia 26 deste mês!... Mas porque não chamo “verdade à mentira melhor contada”, desde já uma declaração de intenções: o meu claro apoio aos candidatos que compõem o actual Executivo Camarário. E não o faço, por razões ideológicas, partidárias, ou de amizade!... Faço-o, porque são os melhores e porque ao longo dos anos, foram aqueles que colocaram o concelho no mapa. A obra realizada está à vista de todos, e o que está à vista escusa candeia. Trata-se por isso de uma escolha que não me deixa dúvidas: são os que estão em melhores condições para responder às necessidades do concelho. Dito de outra forma: estamos perante uma escolha, entre o trigo e o joio. 

Dizem-me, que apenas adjudicam contratos aos amigos e familiares do concelho!... A esses, direi: pena não terem por cá muitos mais amigos e familiares, que ao invés de alguns candidatos e dirigentes da Oposição, em vez de o fazerem no estrangeiro, investem na sua própria terra criando emprego e consequentemente o sustento de muitas famílias, e o desenvolvimento da economia local. Não vale a pena por isso ir por aí – pessoalmente, faria exactamente igual. Depois, dizem-me também, que apoiam a exploração do lítio, utilizando até tal acusação como arma de arremesso politico. Nada de mais falso!... Os verdadeiros “pais do lítio”, que agora está em vias de “cair por terra” - sempre o disse e continuarei a dizer, baseado em factos irrefutáveis – foram o PSD-Montalegre que o inscreveu no seu programa eleitoral de 2017; foi Acácio Gonçalves; foi José Moura Rodrigues, que em Maio de 2019 “ainda sonhava em o trazer para o concelho”; e foi Carvalho de Moura, que hoje “reformado das listas”, e agora se auto-proclama anti-minas, foi aquele mesmo senhor que do mesmo fazia eco no seu jornal, e que durante os quatro mandatos em que foi Presidente da Câmara, nunca por uma única vez, levantou a voz contra a exploração mineira, designadamente na Borralha. E depois, falam-me das buscas na Câmara efectuadas pela Policia Judiciária e da constituição de arguidos!... 

Pois bem, Rui Rio, o Presidente do PSD, já foi constituído arguido seis vezes, e daí que se saiba, nunca foi condenado. Se alguém é constituido arguido – como de facto o foi, tal resultou apenas, do carácter de uma Oposição que não tendo ideias e projectos válidos, se serve da delação e de outros meios por todos conhecidos, para o “abrir de portas da Câmara às polícias”, à casa das pessoas e às sedes das empresas, com as quais agora dizem contar para a criação de emprego. Mau de mais para tanto devaneio, mas que nos mostra uma grande virtude: “quem não serviu para chefe de divisão em Felgueiras”, muito menos pode servir para Presidente de Câmara em Montalegre. E para terminar, lembremos ainda aquela velha “estória” dos votos dos emigrantes. Mas que falta de vergonha!... É verdade que em 2017 vieram – e vieram muito bem – votar!... Mas fizeram-no para os dois lados e não apenas para um, como mentirosamente argumentam. 

Mas já que é assim, e para quem é tão critico do voto emigrante, fica o seguinte desafio: quem os foi agora buscar a França – onde têm a sua residência habitual e permanente – para os integrar nas suas listas de candidatos?!... Ora é exactamente a essa pergunta, que a Oposição tem de responder, e talvez um Sexta às 9, fosse o palco ideal para o fazer. Assim como tem de explicar, as razões pelas quais integram essas mesmas listas, cidadãos com cartão de cidadão espanhol e meia dúzia de meses de permanência em Portugal, os quais se recensearam à pressa, para que o pudessem fazer. Será por conhecerem melhor o concelho que aqueles que por cá habitam e labutam?!... Não – não é!... Sabendo das suas parcas hipóteses, é simplesmente pela “caça ao voto”. 

Ora é exactamente por tudo isto, que me recuso a pactuar com este embuste, cujo principal protagonista, nada mais tem para oferecer ao povo barrosão, senão a “arte da mentira e promessas de amor no Facebook” sem direito ao contraditório e ao uso da mordaça para quem se lhe opõe. Os Homens assumem-se e os políticos também… 

(Texto escrito segundo a antiga ortografia)