Está visto
que a Oposição no concelho, não se dá bem com os Tribunais!... Quem não se
lembra do famigerado “Sexta às 9”, a propósito dos votos dos emigrantes
e das averiguações que se lhe seguiram por parte do Ministério Público?!...
Quem não se lembra da recusa a um pedido de perda de mandato do Presidente da
Câmara, interposto pela dita Oposição Junto do Tribunal Administrativo e Fiscal
de Mirandela?!... Tudo caíu em saco roto.
Mas como não
há duas sem três, acaba de averbar nova derrota!... Uma nova derrota, a propósito
da aquisição pela Câmara, de um painel publicitário a um munícipe, que a dita
Oposição entendeu ter sido feita à revelia da Lei e tratar-se por isso de um
acto ilícito, visando a retirada de dividendos monetários por parte de um dos
intervenientes. Resultado: mais uma vez, os Tribunais – agora o de Vila Real, ao
não lhe fazer a vontade, dando como não provados os factos, e por via de tal absolvendo
todos os acusados, onde se incluíam o Presidente e o Vice-Presidente do
Municipio.
Uma triste
sina desta Oposição, que à falta de melhor, apenas lhe resta a sistemática invocação
de alegadas ilicitudes até agora nunca provadas. Mas o pior vem depois: é que servindo-se
do guião, lá vêm depois os costumeiros, que de “pau em riste”, escusando-se
no contraditório enquanto regra elementar da deontologia jornalistica, ao não
hesitarem em dar-lhe “cobertura”, através dos bem conhecidos papéis impressos
cá do burgo, ou das redes da desonra que tudo permitem. Uma forma simples e
barata de desancar e procurar formatar os seus adversários, que permanentemente
se vêm assim confrontados com o constante assédio de extremismos que 48 anos de
liberdade - a comemorar já em 25 de Abril próximo - ainda não conseguiram
extinguir. Esquecem porém um pormenor e de todos o mais importante: o povo não
dorme, e sendo assim, vai repudiando todas estas tentativas de “corrupção de
mentalidades” que lhe pretendem impingir, o que significa que perante factos
desta natureza, os esgotos tendem a correr para algum lado, e depois, cada qual
– como se tem visto ao longo de décadas - tem aquilo que merece.
Chegados então aqui, e antes de me alongar mais no
tema, uma declaração de intenções: não ponho as mãos no lume por ninguém, mas enquanto defensor da verdade
e da Justiça, o que desta espero, e em qualquer circunstância, é que seja
implacável na forma como absolve ou condena qualquer tipo de
ilegalidades sob suspeita. Espero sempre dela, que qualquer pessoa formalmente
considerada como inocente seja absolvida, da mesma forma que provado o contrário,
seja punida em conformidade - seja quem for, seja onde for e doa
a quem doer. Mas o que também espero em nome da dignidade de quem a tem, é
que quem acusa se assuma olhos nos olhos, dê a cara, vá até às últimas consequências
e não se refugie nos “ingredientes” do anonimato ou da dissimulação enquanto
“criadores de factos” para lhes servir de “balão” na
concretização dos seus objectivos pessoais e politicos.
No caso em apreço e após a absolvição dos indiciados, sei
que o mais fácil seria não dizer nada, ficar impávido e sereno, e alinhar no
vasto oceano de distanciamento que se lhe seguiu e no qual mergulham agora os
denunciantes e propagandistas das redes sociais, como se nada se tivesse
passado. Porém, porque o caminho mais fácil nem sempre é o melhor, e porque
sempre me habituei a combater quer a justiça de pelourinho, quer os acórdãos de
taberna, decidi trazer à consideração dos leitores, não apenas o assunto em si,
mas também as notícias que o foram alimentando, que afinal, para outra coisa
não serviram, como ficou devidamente provado, senão para serem utilizadas como
arma de arremesso politico e devassa na praça pública.
E a questão é muito simples: toda a gente sabe que hoje em dia, mesmo
que a Justiça clarifique a situação, como de Facto e de Direito aconteceu, só o
motivo de serem levantadas suspeições e das mesmas se fazerem eco como se estivéssemos
perante condenações consumadas, já é infelizmente uma sentença de morte com
direito a carimbo, e meio caminho andado para servir os objectivos dos “pequenos
políticos”. Pequenos politicos, que à falta de melhor, usam este tipo de métodos
e de alarvidades como as suas principais armas. Um comportamento – diga-se, inconcebível
num Estado de Direito, que obviamente não serve a Justiça enquanto tal, e muito
menos serve as regras mais elementares de como deve ser entendida e promovida a
democracia, a participação e a dignificação da politica, e obviamente os
interesses colectivos de um povo.
Ora como nunca dei nada para este tipo de peditórios, é por isso
que sem hesitações afirmo, que tais comportamentos têm de ser objecto de um combate
sem reticências, designadamente, quando estamos perante gente sem escrúpulos, que
mesmo sendo feita a devida Justiça, se esconde agora num silêncio sepulcral. Uma
atitude própria de desilusão, de inveja e da promoção de escândalos para alimentarem
vidas infelizes.
Por isso, direi sempre, que em nome da Justiça, há momentos em que
sentimos ser importante assumirmo-nos sobre as injustiças!... Foi sempre essa a
minha postura, quer em termos profissionais ao longo de quarenta anos, quer em
termos pessoais – e assim continuará a ser. É verdade, que quando isso acontece
em temas mais sensíveis e fracturantes como este, nos expômos à também “justiça” de
quem nos lê, de quem concorda ou discorda com a nossa postura, porém, há um
principio sagrado do qual nunca abdicarei: a Justiça não pode ser feita à
medida do dono, ou de acordo com o umbigo de cada um. A Justiça faz-se nos
locais próprios que são os Tribunais e nunca no pelourinho ou na praça pública.
Faz parte, por isso se diz, que “a verdade é filha do tempo”.
Em jeito de conclusão, fica a seguinte questão: ao invés da
absolvição, o que se diria por aí agora, nos tais papéis impressos e redes da
desonra?!... Basta… A defesa da verdade ao contrário da conspiração, é
neste, como em qualquer outro caso, um dever de todos os que em qualquer
quadrante democrático não se resignam a assistir à calúnia, à insídia e à difamação
de pessoas que são pais de filhos, muito menos fragilizadores da democracia,
único regime que permite sob a capa do direito à opinião, bolçar alarvidades
execráveis como às que aqui me referi. À politica o que é da politica…
(Crónica para o Planalto Barrosão de Abril/2022)