No momento em que se celebra mais um aniversário do 25 de Abril, e perante as profundas transformações que na última década vêm fustigando o campo do trabalho no nosso país, fará sentido interrogarmo-nos se valeu a pena e onde pára o espírito da Revolução dos Cravos!...
Há que dizer com toda a frontalidade, que nenhum português de boa fé, poderá colocar em causa a LIBERDADE.
Em boa verdade, vão longe os tempos das velhas ilusões colectivistas e dos ideais socialistas da época – a solidariedade, a igualdade, a justiça social. Porém, também não tenho dúvidas, que estamos longe do equilibrio e que o actual cenário social e laboral é marcado pelo individualismo, pela indiferença e por sentimentos de vulnerabilidade, de insegurança e de dependência. Hoje, é corrente verificar-se, que em vez de formas de gestão modernas e democráticas, da responsabilidade social das empresas, do diálogo social, da autonomia individual, do respeito pela cidadania – salvo as poucas e honrosas excepções – prevalece o autoritarismo e um absoluto seguidismo imposto pelas hierarquias.
Hoje, revolta-me verificar, que sejam os próprios subordinados, trabalhadores e funcionários, a abdicar dos seus direitos, na expectativa de com isso preservarem o emprego, ou consolidarem a sua posição. Com tal postura, o elo fraco está cada vez mais fraco e a aversão ao sindicalismo – ou a qualquer outra forma de associativismo autónomo – tornou-se a regra. A cultura anti-sindical ou associativa, vai-se impondo a partir do topo, e estende-se já, a algumas franjas da base da pirâmide. A luta que resta é hoje meramente individual e pela segurança, ou seja, regressámos às necessidades primárias.
É por tudo isto, que penso ser inaceitável, que mais de três décadas após o 25 de Abril, o espírito obediente, submisso e acrítico, seja premiado, em clara contraposição à verdade, à lealdade e à frontalidade! A falta de verticalidade tem hoje grandes vantagens, contrariamente ao espírito livre e autónomo. E obviamente que quem ascende pela obediência, jamais pode aceitar que abaixo de si, subsista a mais leve irreverência. Resulta daí, que aqueles que mostrem a mais pequena veleidade em questionar as opções da cadeia hierárquica, embora competentes, entram de imediato nas listas de candidatos à “prateleira” ou à eterna estagnação na posição subalterna ou burocrática que ocupam, quando não são simplesmente despedidos no final do contrato. Este tipo de comportamentos, é hoje perfeitamente visível e são os próprios Partidos, sustentáculos da nossa Democracia, que muitas vezes os promovem e incentivam. Esta é a verdade, e quer se queira ou não, a obediência cega, vem-se tornando um padrão, um requisito já não para progredir, mas tão somente para agarrar o emprego a todo o custo.
O ponto nevrálgico de toda esta situação, está pois nas lideranças e no espectro do desemprego. Estamos perante uma lógica em cadeia, imposta de cima, que penetra nos níveis intermédios e atinge os inferiores, isto é, num processo em que as chefias, os directores, os coordenadores, no fundo, aqueles que centralizam o poder em diferentes sectores, sobem e ganham protagonismo, não pelas suas qualidades e talento, não porque possuam reconhecido mérito ou grandes competências técnicas, não porque sejam inovadores e tenham mais iniciativa do que os outros, mas pelo contrário, eles sobem justamente, quando já deram repetidas provas de que obedecem à “voz do dono”, de que seguem até ao “tutano”, a vontade e a estratégia de poder daqueles que os promoveram ou os propuseram.
É sobretudo por isso que são nomeados, chamados para encabeçar listas, para assumir cargos públicos e controlar posições-chave dentro das instituições. A “lealdade” e a “confiança”, em vez de traduzirem dedicação à instituição, à sociedade e às causas, tornam-se meros paliativos para esconder obediências pessoais.
Este é um poder social que não possui um único centro. É um poder que se dissemina no mundo empresarial, na administração pública, no parlamento, nas universidades, assumindo formas distintas e cobrindo âmbitos diversos.
Há que dizer com toda a frontalidade, que nenhum português de boa fé, poderá colocar em causa a LIBERDADE.
Em boa verdade, vão longe os tempos das velhas ilusões colectivistas e dos ideais socialistas da época – a solidariedade, a igualdade, a justiça social. Porém, também não tenho dúvidas, que estamos longe do equilibrio e que o actual cenário social e laboral é marcado pelo individualismo, pela indiferença e por sentimentos de vulnerabilidade, de insegurança e de dependência. Hoje, é corrente verificar-se, que em vez de formas de gestão modernas e democráticas, da responsabilidade social das empresas, do diálogo social, da autonomia individual, do respeito pela cidadania – salvo as poucas e honrosas excepções – prevalece o autoritarismo e um absoluto seguidismo imposto pelas hierarquias.
Hoje, revolta-me verificar, que sejam os próprios subordinados, trabalhadores e funcionários, a abdicar dos seus direitos, na expectativa de com isso preservarem o emprego, ou consolidarem a sua posição. Com tal postura, o elo fraco está cada vez mais fraco e a aversão ao sindicalismo – ou a qualquer outra forma de associativismo autónomo – tornou-se a regra. A cultura anti-sindical ou associativa, vai-se impondo a partir do topo, e estende-se já, a algumas franjas da base da pirâmide. A luta que resta é hoje meramente individual e pela segurança, ou seja, regressámos às necessidades primárias.
É por tudo isto, que penso ser inaceitável, que mais de três décadas após o 25 de Abril, o espírito obediente, submisso e acrítico, seja premiado, em clara contraposição à verdade, à lealdade e à frontalidade! A falta de verticalidade tem hoje grandes vantagens, contrariamente ao espírito livre e autónomo. E obviamente que quem ascende pela obediência, jamais pode aceitar que abaixo de si, subsista a mais leve irreverência. Resulta daí, que aqueles que mostrem a mais pequena veleidade em questionar as opções da cadeia hierárquica, embora competentes, entram de imediato nas listas de candidatos à “prateleira” ou à eterna estagnação na posição subalterna ou burocrática que ocupam, quando não são simplesmente despedidos no final do contrato. Este tipo de comportamentos, é hoje perfeitamente visível e são os próprios Partidos, sustentáculos da nossa Democracia, que muitas vezes os promovem e incentivam. Esta é a verdade, e quer se queira ou não, a obediência cega, vem-se tornando um padrão, um requisito já não para progredir, mas tão somente para agarrar o emprego a todo o custo.
O ponto nevrálgico de toda esta situação, está pois nas lideranças e no espectro do desemprego. Estamos perante uma lógica em cadeia, imposta de cima, que penetra nos níveis intermédios e atinge os inferiores, isto é, num processo em que as chefias, os directores, os coordenadores, no fundo, aqueles que centralizam o poder em diferentes sectores, sobem e ganham protagonismo, não pelas suas qualidades e talento, não porque possuam reconhecido mérito ou grandes competências técnicas, não porque sejam inovadores e tenham mais iniciativa do que os outros, mas pelo contrário, eles sobem justamente, quando já deram repetidas provas de que obedecem à “voz do dono”, de que seguem até ao “tutano”, a vontade e a estratégia de poder daqueles que os promoveram ou os propuseram.
É sobretudo por isso que são nomeados, chamados para encabeçar listas, para assumir cargos públicos e controlar posições-chave dentro das instituições. A “lealdade” e a “confiança”, em vez de traduzirem dedicação à instituição, à sociedade e às causas, tornam-se meros paliativos para esconder obediências pessoais.
Este é um poder social que não possui um único centro. É um poder que se dissemina no mundo empresarial, na administração pública, no parlamento, nas universidades, assumindo formas distintas e cobrindo âmbitos diversos.
Perante isto, aos cidadãos e trabalhadores – dos que já esqueceram as promessas de Abril e aos mais jovens que as ignoram –, cabe perguntar se o discurso tecnocrático, hoje novamente dominante, sobre a aposta nas pessoas, nas qualificações, nas oportunidades e no mérito, não será uma enorme falácia e o que é feito do espírito de Abril?...
Pela minha parte e como sempre, não me resigno!... Por circunstâncias da vida, participei activamente na “revolta” e jamais esquecerei a noite maravilhosa de 25 de Abril, as peripécias que a envolveram e os dias que se lhe seguiram. È por tudo isto, que continuo a pensar... VALEU, E VALE A PENA LUTAR POR ABRIL!...
2. FINAL TRISTE...
A candidatura e posterior eleição de Menezes, para a presidência do PSD, foi sem sombra de dúvida, um erro de casting na história do Partido.
A sua carreira politica, tem uma marca da qual jamais se livrará, e essa marca tem um nome: "Congresso do Coliseu" em Lisboa.Aí, Menezes mostrou o tipo de pessoa que é, e o seu estilo, que decisivamente viria a pesar e a comprometer o seu percurso politico. Parece que ainda hoje estou a ouvir, a tremenda assobiadela com que ali foi contemplado, e as suas "lágrimas" de "Madalena arrependida"...
Mas Menezes não aprendeu!... Pela parte que me toca, havia-lhe dado como tempo limite para a manutenção do seu mandato, o final do ano, porém, para bem do PSD e do próprio país, folgo, que tal tenha acontecido a destempo.
É que em boa verdade, os genuínos Sociais Democratas - notáveis ou bases -sofriam e sentiam-se incomodados com os sucessivos episódios...
É que em boa verdade, os genuínos Sociais Democratas - notáveis ou bases -sofriam e sentiam-se incomodados com os sucessivos episódios...
Os comentadores comentavam...
Os críticos criticavam...
Os tácticos calculavam...
E os "sucessores" ameaçavam...
Não sei o que vai seguir-se no PSD. O que sei isso sim, é que como estava, o estiolamento era o próximo passo. Sei eu, e sabe toda a gente, excepto Ribau, Santana & C.ª!...
Porém e há que dizê-lo, foi triste ao que assistimos. Luis Filipe Menezes desabafou um putativo “basta” de proporções magnânimas. De seguida, "amigo" do Partido e do «povo» social-democrata, marcou eleições directas para 24 de Maio de 2008, concedendo um prazo de 37 dias, para os «terroristas» e respectivos «mandantes», bem como outros «quejandos» (repare-se na elegância do estilo utilizado), se organizarem.
Meus senhores:
O que impressiona em Menezes já não é tanto a nulidade doutrinária que o habita, a vocação para franco-atirador de ideias erráticas, desgarradas e ininteligíveis, o péssimo gestor de conflitos, o agitador por interposta pessoa. O que mais impressiona é a forma como este homem não percebeu, que como líder de um partido com ambições de poder, foi um tremendo e horrendo erro de casting. O que perturba, é ele não perceber ainda, quem foi, quem o acompanhou, e o mal que fez ao PSD.
Até na saída, Menezes foi ridículo, triste, injurioso e abjecto.
Até na saída, Menezes foi ridículo, triste, injurioso e abjecto.
PARA TERMINAR, UM VOTO:
Que o patriotismo Social-Democrata, do PSD – e não do PPD/PSD, entenda-se - obrigue, agora e já, a centrar esforços numa "lufada" de credibilidade. de um partido que nunca esteve ausente das grandes reformas no Portugal pós 25 Abril, de um partido que traçou uma matriz ideológica e demarcou um espaço político que só ele preencherá.
Haja coragem e autenticidade…
Que o patriotismo Social-Democrata, do PSD – e não do PPD/PSD, entenda-se - obrigue, agora e já, a centrar esforços numa "lufada" de credibilidade. de um partido que nunca esteve ausente das grandes reformas no Portugal pós 25 Abril, de um partido que traçou uma matriz ideológica e demarcou um espaço político que só ele preencherá.
Haja coragem e autenticidade…