29 setembro, 2016

QUE CANDIDATOS A SECRETÁRIO-GERAL DA O.N.U. SE PRETENDEM?!...

O aparecimento à última hora, de uma candidatura não escrutinada,  é para além de uma tremenda batota, o resultado de interesses protegidos por negociações ocultas. A sua eventual vitória a concretizar-se, será pois a subalternização do cargo de Secretário-Geral da ONU. Com tal conduta, nem a nova candidata Kristalina Georgieva nem quem a patrocina saiem prestigiados, antes pelo contrário: apenas conseguem que a ONU se torne uma simples correia de transmissão de certos interesses geo-estratégicos. Kristalina Georgieva, até pode ser uma boa candidata para a Alemanha e para os E.U.A., mas não o é com toda a certeza para o mundo.
A alegada transparência que as cinco votações secretas pretendiam demonstrar, fica desde já manchada pela não aceitação do candidato mais consensual e considerado o mais bem preparado. António Guterres, pelo seu passado, tem o perfil ideal para Secretário-Geral da ONU, mas nunca seria um vassalo de quem quer que fosse. Não foi por acaso, que o nome defendido por Durão Barroso na última conferência de Bilderberg acabou por avançar em desespero de causa, com a bênção da senhora Merkel e do Partido Popular Europeu.
Temeram em Guterres a coragem e independência de um tal Dag Hammarskjöld - o maior estadista do último século. Com este tipo de condutas, não é a ONU que se desprestigia, é pelo contrário, o mundo que fica mais vulnerável aos interesses que patrocinam a nova candidatura.
Sabemos que a hipocrisia é infelizmente uma arma em política. Mas, pelos vistos, serem alguns nossos parceiros europeus a engendrarem uma candidatura europeia contra o candidato português, claramente o melhor preparado para desempenhar o cargo, seguindo as regras definidas pelas próprias Nações Unidas, não é sério. Depois de vários meses em "exames" sucessivos e de cinco votações, em que os 15 membros do Conselho de Segurança, de forma consistente e com grande avanço sobre todos os demais candidatos, demonstraram a sua preferência por António Guterres, o aparecimento desta candidatura agora e fora das regras estabelecidas pelas Nações Unidas, tem um nome - GOLPE.
Ainda assim, se existe lógica na lógica, a votação de Kristalina Georgieva no Conselho de Segurança em 4 de Outubro próximo, só poderá ser de 2 - encorajamento, 12 - desencorajamento e 1 - abstenção. E Porquê?!... Nada mais simples: porque é a votação imediatamente abaixo à da candidata pior cotada, a moldava Natalia Gherman.
Na verdade, Natalia Gherman cumpriu as regras e esteve nas cinco votações até hoje. Não pode por isso ser ultrapassada por uma pára-quedista de última hora.
Se os membros do Conselho de Segurança derem algum tipo de acolhimento ao oportunismo, não só se cobrirão de ridículo face a tudo o que disseram e votaram até hoje, como farão universalmente figura de palhaços. 
A segurança do mundo não pode estar entregue a um circo cómico.

27 setembro, 2016

- AGORA SE PERCEBE A AVERSÃO DE RUI MOREIRA AO NOVO IMPOSTO ESPECIAL SOBRE O IMOBILIÁRIO...

Já disse e repito!... Tanto se me dá que a “mãe” do alegado novo imposto especial sobre imobiliário superior a um milhão de euros seja a filha do Camilo, como o “pai”, algum filho ou neto de Salazar!... É exactamente igual, apenas com uma ressalva: peca por tardio.
E a este propósito, não vou aqui falar dos “Robin dos Bosques”, que agora resolveram arvorar-se em defensores da classe média. Pobre classe média, se precisasse de tal “tralha” para os defender. A sua receita é por demais conhecida dos trabalhadores por conta de outrém, dos reformados e pensionistas, dos pequenos e médios empresários, dos jovens, dos desempregados, e mais que ninguém dos funcionários públicos. Portanto nada mais a dizer.
Do que aqui se pretende falar, é de um tal senhor Rui Moreira – que por acaso até é Presidente da Câmara Municipal do Porto, por se ter “apresentado” como um dos defensores dos 8.618 milionários, ameaçados pelo tal alegado novo imposto sobre as grandes fortunas, e que o dito senhor designou de “saque” (ver Diário Económico de 18 Setembro).
Quer dizer: Rui Moreira – o tal que diz que o Porto nunca se calará, nunca abriu o bico em defesa daqueles que foram vitimas do maior roubo fiscal de sempre, ao ponto de ocupar o primeiro lugar em termos de impostos, entre os 34 países da OCDE durante os anos de 2014 e 2015. Agora, vem apelidar de “saque”, a tributação de um imposto especial a milionários, quando se sabe que muitos deles não pagam impostos, ou pagam-nos muito abaixo dos valores que deveriam pagar, fruto da deslocalização das sedes das suas empresas para onde mais lhes convém, ou da colocação do seu património pessoal em nome de empresas com sede em paraísos fiscais, vulgarmente conhecidos por offshores.
Mas pergunta-se: o que terá este senhor a dizer, quando é o próprio ex. Chefe da Direcção Geral dos Impostos a afirmar, que em Portugal, “as 1.000 familias mais ricas – ou seja, as que acumulam valores iguais ou superiores a 25 milhões de euros de património, ou recebem 5 milhões de euros de rendimento por ano – pagam menos impostos que a generalidade dos cidadãos”?!.... O que terá o mesmo senhor a dizer, quando o dito ex.Chefe da DGI afirma, que “em qualquer país que leve os impostos a sério, não é concebível que esse grupo de cidadãos pague apenas 500 vezes menos, do que seria suposto pagar”?!... E já agora, porque não dizê-lo, o que terá Rui Moreira a dizer, sobre os recentíssimos relatórios da Fundação Francisco Manuel dos Santos e da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico sobre o tema?!.. Será que os desconhece?!....
Descanse o senhor Rui Moreira!... O autor desta linhas, não é daqueles que pretende acabar com os ricos. Não - nada disso!...O que quer isso sim, é que haja menos pobres. Deveria interiorizar o senhor Moreira, que quem tem disponibilidade para saquear bancos e fazer ofertas de milhões de euros, ou quem usufrui de rendimentos de milhões anuais, também pode pagar mais um pouco a favor da comunidade e do país. Sempre ouvi dizer, que onde todos ajudam, nada custa – ou custa obviamente menos, mas esse parece não ser o pensamento do senhor Moreira..
Dito isto, surge porém uma pergunta: será que o dito senhor, estará mesmo preocupado com essa gente milionária?!... Se calhar até está, mas acima de tudo, estará muito mais preocupado consigo próprio.
No “mundo global de hoje – tal como no de ontem - nada se perde, tudo se transforma”. Desconfiado, fui à procura de informação e o que é encontrei: nada mais nada menos, que uma noticia do jornal The New York Times, que em manchete de primeira página, retrata o Presidente da Câmara do Porto, como sendo o "rebento" de uma das familias mais ricas do Porto, com estudos no estrangeiro, uma passagem pela gestão da empresa familiar de transporte marítimo, e investimentos em áreas tão diversas como uma discoteca, a distribuição de vinhos no Brasil, e o imobiliário no Chile. Rui Moreira chega mesmo a ser comparado pelo dito jornal norte-americano, a Michael Bloomberg.
Perante a comparação que segundo o jornal terá provocado o riso de Rui Moreira, este não deixou porém de afirmar: "quem me dera ser assim tão rico"!... Mas ainda assim, terá admitido que a sua fortuna pessoal rondará os 10 milhões de euros, entre propriedades e outros bens.
Então se é assim, se não tem “despesas com passe social”; com combustível nas suas deslocações diárias; com imposto automóvel ou com a manutenção de veículos, tudo pago pelos contribuintes, será que não poderia retirar do seu rendimento anual mais uns “cobres” para pagar o tal imposto especial e mostrar-se menos avesso ao mesmo?!... Será que a sua vontade de ser tão rico como Michael Bloomberg - que é legitima – não poderia ocorrer de forma mais moderada?!... Será que ainda não percebeu, que se os tais 8.618 que veio defender, pagassem o que deveriam pagar (como referiu o tal ex.Chefe da DGI), até poderiam contribuir para que os 0,36% que cobra de IMI aos municipes portuenses pudessem ser reduzidos e assim desafogar as suas carteiras?!...
Dito isto e dando o caso do senhor Moreira como exemplo, até podia dar de barato que o património já foi taxado e que o capital que lhe deu origem também. Mas entre o tributar mais e mais, quem ganha 600, 700, 1.000 ou 2.000 euros, ou quem tem património acima de um milhão, que escolha deve ser feita?!...
Só em 2014 e em 2015, a carga fiscal que atingiu as familias, foi superior em 16,8 mil milhões de euros, comparativamente à suportada pelas empresas durante o mesmo periodo. Dito de outra forma: segundo os relatórios acima referidos - que hoje o senhor Coelho resolveu vir contestar - enquanto o esforço fiscal imposto aos trabalhadores por conta de outrém e aos reformados e pensionistas duplicou no referido periodo, o mesmo esforço fiscal pedido às grandes empresas estagnou, fixando-se nos valores do antecedente.
Será que perante os factos se poderá chamar a isto equidade fiscal?!... Para o senhor Moreira que é rico e tem parte das suas despesas pagas pelos contrinuintes, parece que sim. Se tivesse que andar a pé, como andam muitos dos seus municipes, porque não têm sequer dinheiro para o passe social, certamente pensaria de maneira diferente. Haja decência...

20 setembro, 2016

DIZ-ME COM QUEM ANDAS, DIR-TE-EI QUEM ÉS...

Os dois principais jornais de referência portugueses, escolheram hoje a mesma fotografia para ilustrar a sua primeira página e por isso, merecem o meu aplauso. Estamos fartos de ver as primeiras páginas dos nossos jornais ocupadas com fotografias de dirigentes incompetentes, de políticos de qualidade medíocre e de historietas vulgares e irrelevantes de figuras da nossa vida social, pelo que esta decisão editorial merece ser saudada.
A eloquente fotografia foi tirada ontem em Nova Iorque por ocasião da Assembleia Geral das Nações Unidas e a sua figura central é o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, ladeado pelo ex-Presidente Jorge Sampaio e pelo ex-Primeiro-Ministro e candidato a Secretário-Geral das Nações Unidas António Guterres. São três grandes figuras da nossa Democracia, que nem sequer são oriundos da mesma família política, mas que se impuseram ao respeito de todos os Portugueses, o que é cada vez mais raro no nosso panorama político, em que os bons princípios democráticos e a procura do bem comum são ultrapassados pela ganância financeira e pela embriaguez do dinheiro, como se viu ultimamente com Barroso e com Portas. No caso em apreço, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa soube escolher as suas companhias, o que nem sempre aconteceu com o seu antecessor que acompanhava com Loureiros e companhia. Essa escolha prestigia-o como Presidente de todos os Portugueses.

Como diz o povo, junta-te aos bons e serás como eles...

10 setembro, 2016

A ENTREVISTA DO SUPER JUÍZ...

Tenho tido alguma coragem de tomar  O juíz mais mediático do país que teve em mãos casos como a Operação Furacão, o Apito Dourado e mais recentemente a Operação Marquês, deu a sua primeira entrevista (ver video) em televisão.
Dono de uma memória prodigiosa, "sabe de cor" as páginas dos processos e admite que o conhecimento que tem de alguns negócios, de algumas operações bancárias, de algumas decisões políticas, de algumas decisões jurisprudenciais e do que se passa nos bastidores delas, não fazem dele um homem perigoso. Diz não ter medo, até porque, como afirma, "se tivesse medo não me levantava da cama". "Eu apenas me reclamo de alguma coragem. algumas decisões".Questionado sobre se se sente observado, explicou que acha que é escutado sobre várias formas: "já me julgo um pouco conhecedor e já identifiquei várias vezes restolhar de papéis, água a marulhar, porque há pessoas que têm a possibilidade de ir para a praia nesta altura do ano e por vezes descuidam-se". Pela sua boca, ficamos a saber que o juiz Carlos Alexandre é por assim dizer "um homem muito trabalhador, muito austero e muito sério". Sabe a diferença entre o bem e o mal. Tem um salário baixo. Trabalha tanto, para ver se ganha mais um bocadinho, que não tem tempo para se valorizar. Não se casou com uma "ricalhaça", ganha 75 euros ao fim de semana - menos do que um tradutor, informou-nos - e tem de pagar dívidas. É um homem muito, muito preocupado com dinheiro. Acha que é escutado ilegalmente, mas não se preocupa com isso, já que não tem nada a esconder. Podia até ser um homem perigoso, dada a função que ocupa e os segredos que conhece, mas não é, já que ele actua sempre pelo bem. Quase não tem amigos e um dos poucos que tem até tem pena dele.Há por isso boas razões para estarmos perante um juiz discreto!... Quase todas se prendem com a necessidade dos cidadãos não criarem uma imagem formada a partir das opiniões, dos gostos ou até de coisas mais pequenas dos homens e mulheres que têm como função aplicar a lei.
O juiz tem de ser o primeiro a contribuir para que não surjam preconceitos acerca de si próprio, que justa ou injustamente, alguém pense que julga assim ou assado por não gostar disto ou daquilo, por ter esta ou aquela propensão, por ter este ou aquele feitio, por parecer sofrer de ressabiamento contra este ou aquele grupo social. É fundamental que a comunidade esteja absolutamente segura de que o juiz ou a juíza decide exclusivamente em função da lei. O juiz Carlos Alexandre decidiu que queria que as pessoas tivessem uma determinada opinião sobre ele.
Quis que nas vésperas de uma das mais importantes decisões da justiça portuguesa, as pessoas o vissem de uma determinada forma e resolveu optar por uma fórmula já muito testada e que em política tem dado excelentes resultados: o homem trabalhador e austero, sem os luxos dos grandes deste mundo; o homem com poucos amigos que não tem cumplicidades; o homem que veio de baixo; o homem que não tem nada a esconder; e o homem que não tem uma função, mas sim uma missão.
Carlos Alexandre quis demontar-nos que é o tal homem comum que luta contra os ricos e poderosos. Qualquer semelhança com os políticos que construíram a sua carreira alardeando constantemente todos estes predicados e com grande sucesso, não é coincidência. Sendo ele um homem que tem um enorme poder e que o exerce para o bem - ele diz que seria alguém perigoso se trabalhasse para o mal, a lei passa a ser um detalhe. Ou seja: estando nós perante um homem que encarna o bem, conhecendo ele o que está certo ou errado, tendo ele todas as qualidades e o modo de vida que definem um homem com o que parecem ser os atributos que uma maioria gosta, isso torna-se mais importante para tomar uma decisão do que a própria lei. E claro, estando Carlos Alexandre à frente de processos em que do outro lado estão os tais ricos e poderosos, nada como mostrar que é um de nós, nada como mostrar que não é um desses esbanjadores sofisticados e esquemáticos. Ele está a lutar por nós, e se por acaso cometer alguns erros, se as provas não forem suficientes, se a lei não for escrupulosamente cumprida, nós temos a garantia de que ele sabe, ele conhece bem os bastidores dos negócios e de certas decisões.
O que conta, é que ele é um homem sério e que se pautará pelo bem.O perigo para a comunidade, a perversidade de tudo isto não carece de grandes explicações.Só mesmo um homem que se julga a encarnação do bem, da justiça e que pensa estar acima da lei se pode permitir dizer e repetir, sem que ninguém lhe tivesse perguntado nada, que "não tem dinheiro em nome de amigos". Poupemo-nos pois a explicações que seriam insultuosas para a inteligência do comum dos mortais: Carlos Alexandre insinuou que o arguido José Sócrates tem dinheiro em nome de amigos. Ou seja, Carlos Alexandre falou claramente de um processo em que está envolvido e insinuou que um arguido praticou uma certa conduta. Mais: Carlos Alexandre dá como certa a tese principal da acusação, isto é, que o dinheiro em nome de Santos Silva é de Sócrates. Vamos por partes: numa justiça que quisesse mesma ser justa, perante tais afirmações, o processo Marquês era-lhe imediatamente retirado. Mais: se as corporações judiciais estivessem mesmo interessadas na boa saúde da justiça, seriam elas as primeiras a pôr em causa as condutas de Carlos Alexandre.
Ao pactuar com tudo isto, é todo o edifício judicial que se descredibiliza.São muito bonitos os apêlos a pactos na justiça, mas enquanto se lidar com espetáculos como o que foi dado pelo juiz Carlos Alexandre, como se fosse normal, tudo ficará na mesma, para gáudio dos cultores da justiça na praça pública e para os justiceiros de tablóide.A entrevista de Carlos Alexandre lembra-nos que é sempre possível cair mais fundo!... Era capaz de apostar que grandes tormentas vêm para aí.
Existirão porventura outras interpretações sobre as verdadeiras razões de Carlos Alexandre, mas o que ficou claro é que se é este o cavalheiro que tem entre mãos os mais importantes casos da justiça em Portugal, a justiça colapsou. E nós continuamos a refeiçoar tudo isto, impávidos e serenos.Independentemente de tudo há uma coisa que é certa: alguém devia impedir que um juiz pudesse acumular tanto volume de trabalho!... O resultado é por isso e muito justamente o atraso da justiça.

O processo Marquês é a prova disso mesmo. Vamos ver como tudo vai acabar...

07 setembro, 2016

- O GRANDE REGABOFE DAS SUBVENÇÕES VITALICIAS - FINALMENTE FOI REVELADA A LISTA DE BENEFICIÁRIOS;

Durante anos, um pacto de silêncio entre partidos e políticos, manteve em segredo a lista de quem recebeu, recebe ou abdicou das chamadas escandalosas pensões "douradas" ou “subvenções vitalícias”, como prémio pela respectivas prestações ao fim de doze anos de trabalho.
Tudo começou em 9 de Maio de 1985, por iniciativa do PS e do PSD, por forma a abranger os detentores de cargos públicos entre governantes, deputados, autarcas e juízes do Tribunal Constitucional.
O sistema foi suspenso a partir de 2005, por iniciativa do Governo de José Sócrates. No entanto, aqueles que até àquele ano beneficiavam das subvenções mensais vitalícias continuaram e vão continuar a recebê-las por decisão do Tribunal Constitucional, que deu razão a um pedido de fiscalização da Lei vetada por Sócrates , a pedido igualmente de 23 deputados do PS e PSD.
A lista dos priviligiados foi agora tornada pública pela primeira vez, depois de um abnegado jornalista ter apresentado queixa à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos contra o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, liderado por Vieira da Silva, que tem a tutela da Caixa Geral das Aposentações.
Consultada a mesma, verifica-se então que são 332 os “sortudos”, e que da mesma, para além de José Sócrates que à dita subvenção teve agora também de recorrer quando descobriu que afinal era pobre, fazem parte ainda nomes que se julgavam inimagináveis a beneficiar deste “desafôro”, o qual sendo legitimo, é no mínimo pouco ético e tremendamente reprovável, quando se exige ao vulgar dos cidadãos muito mais de quarenta anos de carreira contributiva para ter direito à sua reforma e num periodo de crise da qual ainda não nos livramos.
E quando se fala em falta de ética, também não se pode deixar de fora a malta do PCP, que como “não podia deixar de ser é frontalmente contra esta mordomia" com que os políticos se auto-presentearam, mas que ainda assim também beneficia dela.
Não foi por isso por acaso, que quando no último fim de semana um matutino divulgou a lista e se soube que o Jerónimo de Sousa foi um dos 75 políticos que passou a receber essa pensão antes dos 50 anos, o PCP veio logo esclarecer que não era bem assim.
E explicou tudo “muito direitinho” argumentado que em 1993, quando deixou funções de deputado na Assembleia da República, tendo direito à subvenção, passou a decidir do destino dessa verba.
Quer dizer: Jerónimo de Sousa não passou a receber a subvenção, passou simplesmente a decidir do destino a dar-lhe, isto é: aos cofres do Partido. Por isso se acha com legitimidade para contestar a subvenção que não recebe, muito embora lhe dê destino, o que equivale a dizer que sendo assim "não fáz parte do grupo de malandros”.
Aprendam os restantes beneficiários: o segredo está pois no destino, e se cada um lhe der um fim diferente que não seja o depósito na respectiva conta bancária, fica desde logo “ilibado”.Enquanto isso e segundo dados da Direcção Geral do Orçamento, os contribuintes terão que suportar este ano cerca de 6,4 milhões de euros para pagar a V.Ex.ªs...
Uma palavra para os quatro antigos Presidentes da República, Mário Soares, Ramalho Eanes, Jorge Sampaio e Cavaco Silva, e também para o único ex. Deputado do PSD Marques Mendes que não requereram as ditas subvenções, muito embora às mesmas tivessem direito.

Para consulta de nomes e valores, fica a lista:

- SIM OU NÃO À CONTINUIDADE NO EURO?!...

Sobre o tema, designadamente porque é matéria que não domino, tenho sérias reservas. A grande verdade porém, é que João Ferreira do Amaral, professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão e Social-Democrata assumido, foi um dos poucos que no tempo das vacas gordas torceram o nariz à moeda única. O economista, fez na altura uma previsão que muitos acharam catastrofista. Passado o “desastre”, lançou recentemente o livro “Porque Devemos Sair do Euro”, em que refere que não nos resta outro caminho para sair da austeridade sem a respectiva saída.
O Bloquista Francisco Louçã seguiu-lhe as pisadas e hoje com surpresa ou sem ela, em entrevista à Rádio Antena 1, foi a vez do Prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz defender, que o melhor caminho para Portugal será sair do euro, já que se permanecer na moeda única irá ter dificuldades no futuro.
Entre outros considerandos, afirmou o prémio nobel: "acho que a Europa como um todo, devia começar a pensar num divórcio amigável com alguns países, para estes pensarem em formas para lidar com a saída. Não será um processo imune a dificuldades, mas custará mais a Portugal ficar, do que sair do euro".
Ainda segundo Joseph Stiglitz, caso Portugal permaneça na moeda única "está condenado", salientando que a Europa "não tem, nem vai ter condições políticas para fazer as mudanças necessárias" e como tal, aconselha os portugueses a sair da moeda única. "Acho que cada vez é mais claro, que ficar é mais custoso do que sair" - referiu, lembrando que a ideia de ficar tem sido defendida com base na esperança de que haverá uma posição mais suave na Alemanha.
No entanto, Stiglitz clarificou que as políticas de austeridade prescritas pelos alemães "vão continuar mesmo que a teoria económica e até o Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstrem claramente, que a austeridade nunca irá funcionar".
O economista lembrou ainda, que a saída do euro daria a Portugal condições para "crescer, criar emprego e um processo de restruturação da dívida", sublinhando que "apesar de ser duro" e uma vez a dívida estruturada, a moeda cresceria".

Posto isto fica a pergunta: em que ficamos?!... Sim ou não à continuidade no euro?!... Responda quem souber...

-SÍRIA – UM DRAMA SEM FIM À VISTA, PARA DELÍRIO DO DAESH

A reunião de ontem do G20 na cidade chinesa de Hangzhou, proporcionou mais um encontro entre Barack Obama e Vladimir Putin. Entre os assuntos abordados, destaque para a situação na Ucrânia e sobretudo para a guerra na Síria, que desde 2011 já provocou mais de 290 mil mortes e obrigou milhões de pessoas a fugir do país.
Alguns jornais de referência internacional, como é o caso do Financial Times de hoje, destacaram o encontro entre os dois políticos que já se conhecem há muito tempo, na esperança de que o mesmo pudesse dar frutos. Porém e segundo foi já divulgado pelas agências noticiosas, o dito encontro mostrou que ainda não é possível obter um cessar-fogo, pois o principal ponto de discórdia continua a ser o futuro de Bashar al-Assad, um aliado histórico da Rússia, que o vê como parte da solução para o conflito, enquanto os Estados Unidos o consideram uma parte do problema por se tratar de um líder autoritário, na linha do que foram Sadam Hussein e Muammar Kadafi. Um problema que nem sequer é único, tendo em conta que se trata apenas do ponto de partida de uma discórdia que vai muito mais além.
Os Estados Unidos já se meteram demasiado no conflito e a opinião pública americana não está a gostar nada disso, o que tem levado Donald Trump a acusar Obama e Hillary Clinton de serem os pais do Estado Islâmico. Devagar... devagarinho, a Rússia e o seu aliado Irão, estão a marcar pontos nesta disputa, em que os interesses dos aliados e dos adversários regionais de Bashar al-Assad são importantes.
Enquanto isso, a Europa continua a mostrar-se incapáz de receber os refugiados e parece já assustada com o que está acontecendo na Turquia. A luta comum contra o Estado Islâmico e a Frente Nusra que a todos devia unir, parece pelo contrário, ser uma questão secundária face aos múltiplos interesses das partes envolvidas.
Finalmente, destaque para o dramático sofrimento do povo sírio e da nação curda que parecem não comover esta gente. Obama e Putin – está mais que visto, encalharam!... Desapontaram o mundo...
Resta agora, que sejam John Kerry e Sergei Lavrov a desencalhar a solução ...