A
Direita anda de facto desorientada e com falta de imaginação!... À
boleia do Programa de Estabilidade e Crescimento 2016, queria repetir
a “rábula de 2011” com o PEC IV do então Governo de Sócrates.
Só pessoas com falta de tacto politico, poderiam aspirar a tanto, o
que diga-se em abono da verdade, é coisa que parece abundar numa "estagiária" que ao fim de sete anos de militância resolveu tomar
conta dos destinos do CDS.
E
sendo assim, não lhe restou outra alternativa que não fosse ver com
nervosismo e algum recalcamento até, a sua proposta de rejeição ao
PEC 2016, apoiada também pelo PSD, ser rejeitada pela maioria de Esquerda no
Parlamento link.
Esta é uma prova evidente, de que estamos
mais uma vez no domínio da infantilidade da cultura política,
cabendo aqui e por via de tal, lembrar uma célebre frase de Marx: “a
História acontece primeiro como tragédia, depois repete-se como
farsa”.
E
a farsa durante a discussão do PEC no Parlamento, levou essa Direita
retrógrada e já em desagregação, a invectivar a Esquerda
acusando-a de estar a “engolir sapos”, quando em boa verdade sabia - de papel
passado e tudo aos deputados - que a Esquerda não votaria
favoravelmente propostas de rejeição vindas da Direita. Direita que
não é capaz de falar claro e com verdade aos portugueses, tentando
ingloriamente repetir o que conseguiu em 2011 link ao provocar a queda do Governo através da rejeição, na Assembleia
da República do denominado PEC IV.
Deveria saber essa gente, que a experiência que se seguiu e
durou 4 anos e meio, “vacinou” e de que maneira os cidadãos
contra veleidades de afirmação de princípios, ao arrepio das
condições políticas objectivas existentes no País.
Assunção
Cristas esqueceu também, que PCP, BE e PEV não confundem o apoio parlamentar
ao Governo com a sua autonomia política e partidária, e por isso
teceram críticas ao PEC 2016. Não pela “leitura” abstracta
dos constrangimentos introduzidos no conteúdo desse documento,
que segundo a sua óptica não são bons para Portugal. Isso sim, porque
essas alterações segundo a sua óptica, subalternizam o crescimento económico e a
redução do desemprego em função de exigências à volta de
décimas do défice orçamental.
Vincaram por isso, o seu repúdio pelas
constantes interferências de Bruxelas e fizeram sentir à
“estagiária”, que a criação de “factos politicos” não
está ao alcance de qualquer um. Aliás: faria todo o sentido que a
senhora tivesse pensado que o próprio Governo nunca faria um PEC
2016 sem consultar os respectivos parceiros e por uma simples razão: é que as críticas ao PEC
2016 avançadas pela Direita e as denunciadas pela Esquerda, não são, nem nunca poderiam ser cumulativas. São pelo contrário, produzidas por motivos e fundamentações diametralmente
opostos.
A
Direita quer voltar ao seus velhos tempos de austeridade e
empobrecimento, e a Esquerda pretende “varrer” a austeridade o
mais rapidamente possível porque a considera um relevante factor
de frenagem ao desenvolvimento.
Resumindo e concluindo: a Direita não percebeu ainda - ou finge não ter percebido - que a correlação
de forças políticas e partidárias se alterou profundamente.
Enquanto não entender isto o seu papel na Oposição vai valer
pouco. Permanecerá na AR como uma mera e saudosista excrescência
democrática.