28 novembro, 2014

UMA JUSTIÇA DESIGUAL!...

Há, em Portugal, cidadãos que nunca poderão ser humilhados pela justiça como foi o ex.Primeiro Ministro José Sócrates: OS MAGISTRADOS!... 
A detenção do antigo Primeiro-Ministro, levanta por isso questões de ordem política, de ordem jurídica e de cidadania. Mais do que a politização da justiça, ela alerta-nos para a judicialização da política que está em curso no nosso país.
José Sócrates, acabou enquanto Primeiro-Ministro, com alguns dos mais chocantes privilégios que havia na sociedade portuguesa, sobretudo na política e na justiça. Isso valeu-lhe ódios de morte. Foi ele, quem por exemplo, acabou com as subvenções vitalicias dos politicos, que impediu o actual Presidente da República de acumular as pensões de reforma com o vencimento de Presidente, que acabou com os três meses de férias judiciais e aplicou cortes salariais acrescidos a magistrados e procuradores.
A raiva com que alguns dirigentes sindicais dos juízes e dos procuradores se referiam ao tempo, ao Primeiro-Ministro José Sócrates, evidenciava uma coisa: a de que, se um dia por qualquer azar caísse nas malhas da justiça, iria pagar caro as suas audácias. É por isso, que tenho sérias dúvidas, de que o antigo Primeiro-Ministro, esteja a ser alvo de um tratamento proporcional e adequado aos fins constitucionais da justiça num estado civilizado.
E a pergunta que venho fazendo desde hà uns dias a esta parte, repito-a agora?!... Seria mesmo necessário deter um cidadão fora de flagrante delito, quando o mesmo “sabia hà mais de um mês”, que ía ser detido para ser interrogado sobre indícios de crimes económicos de que é suspeito, o que só por si, revela não existir perigo de fuga,?!... Seria mesmo necessário que ele depois de detido, esteja um, dois, três ou mais dias a aguardar a realização desse interrogatório, quando lhe deixaram “caminho aberto” para reunir com outros arguidos em Paris, permitido-lhes delinear as respectivas estratégias de defesa e até de fuga se assim o desejassem?!...
Dir-me-ão que é assim que todos os cidadãos são tratados pela justiça!... Só que não é verdade. Porém, mesmo que assim fosse, isso só ampliava o número de vítimas da humilhação - e a dignidade não tem côr, mesmo sabendo-se que em Portugal, existem cidadãos que nunca poderão ser humilhados pela justiça como foi José Sócrates: OS MAGISTRADOS. E não poderão ser humilhados, porque JUÍZES E PROCURADORES, NUNCA PODEM SER DETIDOS fora de flagrante delito.
Sou um daqueles – se calhar como (felizmente) muitos que por cá andam, que denunciam e combatem a corrupção. Mas... até por isso, pergunto: seria assim tão escandaloso que um antigo Primeiro-Ministro de Portugal, tivesse garantias iguais às de um juiz ou de um procurador?!... Ou será que estes, sim, pertencem a uma casta de privilegiados acima das leis que implacavelmente aplicam aos outros cidadãos?!...
Este artigo não trata de colocar em dúvida, a eficiência ou a eficácia da justiça. Nem tão pouco pretende levantar desconfiança sobre a inocência ou não inocência do indiciado ou esboçar críticas à classe política. O objectivo é “acalmar as ânsias” daqueles que confundem uma imputação judicial com uma condenação, ou um processo com uma sentênca judicial.
A justiça não é vingança e a vingança não é justiça!... Acredito piamente, que um dia em Portugal, a justiça penal irá ser administrada sem deixar quaisquer margens para essa terrível suspeita. Até lá e perante tamanha e tão clara violação do Segredo de Justiça, só espero que durante o desenrolar do processo, a TOLERÂNCIA seja ZERO para “acusados e acusadores”.
A verdade tem de ser apurada e estar acima de qualquer suspeita. Quem prevarica, TEM DE PAGAR.

22 novembro, 2014

- O SILÊNCIO ENSURDECEDOR DO SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA!...

As notícias do país e as várias questiúnculas que as envolvem não são famosas!...
Apesar disso, e quando se esperava que as mesmas merecessem um olhar atento e preocupado do senhor Presidente da República, transmitindo para o país um sinal - um simples sinal que fosse - que revelasse o que pensa sobre o lodaçal que submerge instituições e descredibiliza governantes, resolve optar pelo silêncio. 
Outrora, o professor Cavaco Silva tinha essa preocupação, agora pelos vistos perdeu-a!... Todos nos recordamos das comunicações ao país a propósito das “famosas escutas” no “seu palácio”, a propósito do Estatuto dos Açores, ou mesmo, de quando resolveu chamar a atenção do famoso princípio que teve o cuidado de enunciar, de que “há limites para os sacrifícios”. Agora, desde há pelo menos três anos a esta parte, os tempos e a motivações parecem ser outras.
O problema é que os escândalos, a traficância de influências, a roubalheira continuada na banca, a atrofia da máquina estatal que atinge sectores como a Justiça ou a Educação, estão aí para nos mostrar, que não foi só no campo económico que se degradou a vida dos portugueses. Se esta negra realidade não reclama a palavra do Presidente, então o que é que podemos esperar do Presidente?!...
Não será legítimo que os portugueses se interroguem sobre o que pensará o Presidente acerca da continuada fraude bancária - BPP, BPN e BES?!... O que pensará àcerca do papel dos supervisores da banca e das entidades que permitiram a fuga de informação, que possibilitou que grandes investidores como a Goldman Sachs se livrassem das acções do BES, enquanto os pequenos investidores sem informação privilegiada as continuavam a comprar?!...
E o que pensará o Presidente, quando vê o país ser noticia em todo o mundo porque os vistos Gold não trouxeram só dinheiro fresco?!... Não será legítimo, que nos interroguemos àcerca do que pensará o Presidente quando vê o colapso de instituições que suportam o Estado de Direito – SEF e IRN – com o SIS alegadamente e segundo noticía a imprensa, a obstaculizar o trabalho da Policia Judiciária?!...
E o que pensará o Presidente, quando vemos só no último ano sairem do país mais de 100.000 portugueses e depois ouve o Governo vangloriar-se da descida da taxa de desemprego?!... E quando “a um mês do fim do primeiro período escolar, ainda há alunos sem aulas de compensação”, ou quando a Justiça continua amarrada por um programa informático que não responde?!...
E o que pensará também o Presidente, quando empresas de topo como a REN e a Galp se revoltam contra o Estado e o afrontam, não cumprindo as suas obrigações?!... E já agora porque não dizê-lo, o que pensará também o Presidente, quando ouve o Presidente executivo do grupo Peugeot/Citroën dizer que os problemas de competitividade em Portugal não estão nos salários, mas sim nos custos de outros factores de produção, designadamente nos elevados custos energéticos (+40% do que em França) e vai promulgar o OE2015 que prevê mais aumentos no factor energético?!...
Por fim, o que pensará o senhor Professor Cavaco Silva do papel que o Presidente da República deve desempenhar num momento de crise tão profunda e generalizada como esta, que devasta e atinge este Portugal cada vez mais atulhado num lodaçal financeiro e político?!... Será que estamos perante um normal funcionamento das Instituições?!...

14 novembro, 2014

- DAS SONDAGENS À REALIDADE VAI APENAS UM PASSO!...

Está visto e revisto!... A menos de um ano das eleições legislativas que ditarão um novo Governo, e “obrigatoriamente na versão presidêncial” uma nova maioria, se nada se alterar no espectro partidário existente, as soluções colocadas em cima da mesa para “português julgar”, pouco ou nada diferem daquilo a que já nos habituaram.
Como toda a gente sabe, o CDS transformou-se num partido unipessoal e sempre pronto às “uniões de facto” com quem lhe der a mão!... É um partido “propriedade do seu chefe”, um partido que embora tenha assumido matrizes diferentes de acordo com os respectivos líderes -mais liberal com Lucas Pires, mais personalista cristão com Adriano Moreira e mais centrista equidistante no regresso de Freitas, esbarrou contudo em Paulo Portas. Paulo Portas, um ex-jota do PSD e mentor do partido populista do tempo de Monteiro, que tendo entrado de mansinho acabou por devorar a criatura. Salvo o interregno de Ribeiro e Castro, conquistou um partido que mais do que CDS é actualmente de Paulo Portas.
Quanto ao PCP, Verdes e Bloco de Esquerda, o destino está-lhes traçado!... Com as propostas e as ideias que apresentam, particularmente a saída do Euro preconizada pelo primeiro, e para a qual a esmagadora maioria do povo não está vocacionado,  restar-lhes-à como se diz na giria politica e como mais deputado, menos deputado, continuarem a figurar no espaço politico, como “partidos de protesto”. Restará aqui acrescentar, a incógnita do que serão os novos partidos - o Democrático Repúblicano de Marinho Pinto, que com toda a certeza socumbirá à primeira investida e o Livre de Rui Tavares, que para lá caminhará.
Restam pois os tradicionais PS e PSD, que com toda a certeza e a fazer fé na sondagem hoje publicada pela SIC/Expresso, arrecadarão parte substancial do “bolo”.
Quanto ao PS, dizem já ter feito o trabalho de casa!... Militantes e simpatizantes resolveram “dispensar” António José Seguro e “incumbir” António Costa de se apresentar a escrutíneo como candidato a Primeiro-Ministro. A “coisa” parece ter resultado, e a fazer fé nos números hoje tornados públicos, apresentando-se com 11 pontos percentuais à frente do PSD, a conclusão que se pode tirar, ainda que em “estado de graça”, é a de que está à beira da maioria absoluta.
Dito isto, o que se constata, é que quem não está bem é o PSD, que com “moleta ou sem moleta”, está longe da maioria absoluta exigida pelo Presidente para dar posse a um novo governo, e até para em conjunto igualarem os socialistas.
Cientes dessa realidade – desde hà já algum tempo - e assustados com a aversão que o neo-liberal Passos Coelho desperta junto dos eleitores, os Sociais-Democratas do partido, parece terem acordado para as eleições directas, para a necessidade de alterar os estatutos mediante a convocação de um Congresso Extraordinário e acima de tudo, para se colocar um travão na decadência ética, política e cívica recentes de que o Partido não é culpado, promovendo a troca do respectivo líder.
E para isso, o PSD tem em carteira Rui Rio!... Um político que não negociou acções da SLN, que não temeu escutas forjadas, que não é cúmplice do desastre deste Governo, e decerto um politico que não tem casa em condomínio fechado do Algarve nem genro que o comprometa.
Rui Rio é o tal homem que não decidiu candidatar-se a Presidente da Câmara do Porto a pedido de Ricardo Salgado, um homem que contrariamente à do seu “ex.vizinho do lado” não esbanjou dinheiros municipais, um homem que não ficou mais rico pelo facto de ter sido Presidente da Câmara do Porto e um homem, que pese embora tenha custado muito a alguma gente, não se comprometeu com o futebol da sua cidade.
Como é óbvio, não se sabe se este serà o homem ideal, para a eventualidade de se avançar com um novo projecto!... Uma coisa é porém certa: será neste momento o mais assético que o PSD pode arranjar, para evitar o eclipse no pântano da desonra Social-Democrata, provocada por gente onde prolifera a falta de ética, da moral pública e da transparência politica.
É preferivel repudiar Coelho, Relvas, Marco António e os seus “compinchas” e deixar ao Ministério Público o futuro de Luís Filipe Meneses, do que assistir à implosão da herança de Sá Carneiro.
Para isso, pode até nem chegar a benzina de Rio para limpar a nódoa do pior e mais inapto Presidente do PSD e  Primeiro-Ministro, e da mais nefasta maioria produzidos em democracia, mas será sempre a barrela que pode fazer corar o PSD enquanto cicatrizam as feridas.
Depois e a concretizarem-se os desejos dos Sociais-Democratas legitimos, restará saber se o eleitorado perdoa os desmandos e se os responsáveis se deixam atirar pela janela. Caso contrário será pior a ementa que o soneto...

10 novembro, 2014

ANTÓNIO GUTERRES-UMA REFERÊNCIA ÉTICA DA REPÚBLICA

Muito se tem falado ultimamente sobre António Guterres, a propósito da sua alegada candidatura à Presidência da República, ou até mesmo a Secretário Geral das Nações Unidas!... Independemtemente disso, apráz-me registar uma coisa: António Guterres, foi na minha modesta opinião, o melhor e mais bem preparado Primeiro-Ministro da Terceira República. Várias vezes o “combati” por motivos diversos, mas tal não invalida, o facto de reconhecer o seu elevado humanismo e a justeza do seu carácter

Nunca antes dele e muito menos depois, as exigências éticas foram tão longe como nos seus governos, e jamais a preocupação com os desvalidos foi tão forte. Nunca mais houve tão desvelado cuidado para não deixar enfraquecer os sindicatos. Era ele próprio, o Primeiro-Ministro António Guterres, que quando não conseguiam aguentar-se os sindicalistas, se rendia eles mesmo, para os salvar. Guterres sabia que sem sindicalismo não há democracia...

A envergadura intelectual deste homem, a sua dimensão moral e cívica e a sua solidariedade, fizeram dele o único político em quem votei entusiasmado, e em quem voltaria a votar se acaso viesse a apresentar-se a novo sufrágio.

Tudo aponta para o seu desapego ao cargo de Presidente da República, onde qualquer titular fará um bom lugar depois da saída do actual. Há vários cidadãos que dariam um excelente Presidente da República, sobretudo algumas mulheres de grande estatura política, sensibilidade e dimensão ética para o cargo, mas Guterres só há um.

Ficaria muito satisfeito, se Guterres viesse a ser o meu Presidente, mas também não ficarei desapontado, se o continuar a ver na generosa dedicação ao serviço dos espoliados ou a exercer quaisquer funções à escala mundial, com a visão cosmopolita, solidária e abnegada de que ele é capaz.

Os talibãs que já andavam a denegri-lo numa febre clubística para quem os interesses partidários estão acima dos do país, parece terem-se “calado por instantes”, e continuado a alimentar-se com as diatribes, os insultos e o fel que já destilaram para novas investidas.

Enquanto isso e independentemente do que venha a acontecer, António Guterres continuárá no podium como a maior referência ética do Portugal, onde o pântano era inevitável com o actual Governo e os ex-governantes que andam à solta, depois dos casos SLN/BPN, Moderna, BCP, Banif, GES/BES e o mundo subterrâneo de várias EPs, Fundações e tudo quanto a elas está ligado.

É uma honra para Portugal ter um homem da dimensão de Guterres.

05 novembro, 2014

- A GRANDE FALÁCIA DO GOVERNO SOBRE DESEMPREGO!...



- MENOR TAXA DE DESEMPREGO, NÃO É SINÓNIMO DE MAIS EMPREGO;

- ENTRE JULHO DE 2011 E A ACTUALIDADE, PORTUGAL TEM MAIS 390 MIL DESEMPREGADOS.

À mulher de César não basta ser séria”!... E no caso em apreço, o Governo nem o é, nem parece sê-lo.Trata apenas de tentar tapar o "sol com uma peneira", para iludir incautos e fomentar ainda mais, aquilo a que já nos habituou: O DISCURSO DA MENTIRA.

Mas falemos então de desemprego e de taxa de desemprego!... É um facto que este valor da taxa de desemprego é um significativo indicador, se tivermos em conta que é preciso recuar até Fevereiro de 2012, para encontrarmos um valor muito próximo, e sem esquecer, que em Janeiro de 2013 a taxa se situava nuns preocupantes 17,4%. Ou seja: relativamente a este último periodo, a taxa de desemprego recuou 3,8%, mas isto são os valores percentuais...

Então e a realidade?!... O que significa esta redução de 3,8 pontos percentuais na avaliação do desemprego?!...

Em primeiro lugar, é preciso dizer-se, significa que o actual valor de 13,6%, corresponde a cerca de 740 mil desempregados. E em segundo, que embora a taxa tenha diminuído 3,8 pontos percentuais desde 2013, Portugal regista ainda a terceira pior taxa de empregabilidade este ano na União Europeia, com apenas 0,6% de empregos disponíveis.

Posto isto, o que aconteceu então a cerca de 2% dos desempregados, que cabem nos referidos 3,8% correspondentes ao desagravamento da taxa?!...

A questão não está nos números e as estatísticas são o que são, tendo em conta que os valores funcionam como referências que servem para ilações de várias formas e feitios, e muitas vezes deturpadas.E digo deturpadas, porque não é correcta a abordagem destes valores de forma absoluta, já que eles escondem outros factores.

Olhando os números, é um facto que desde que começou a crise há cerca de menos 230 mil desempregados, mas o outro lado da “tabela”, mostra-nos que apenas foram criados cerca de 100 mil novos empregos. Ou seja, para onde foram cerca de 120/130 mil portugueses?!...

Deixando de lado a questão da sazonalidade que implica factores que considero extremamente voláteis e questionáveis e se quisermos ir mais longe comparando a taxa de desemprego entre 2014 e 2012 (como foi feito em cima – valores muito próximos dos actuais), a verdade é que o NÚMERO DE EMPREGADOS nesse ano rondava os 4.680.000 e HOJE SITUA-SE nos 4.520.000 portugueses com emprego. Mesmo comparando com igual período de 2013 (cerca de 4.500.000 empregados) a recuperação, que se regista, apenas contempla cerca de 20.000 novos empregos.

E depois, há ainda a maquilhar estes valores da redução da taxa de desemprego, as constantes alterações às listas do IEFP pela perda do direito ao subsídio; o abandono dos desempregados na procura de emprego através dos registos do IEFP; os desempregados de longa duração, e ainda o subterfúgio tantas vezes encontrado pelo Governo, de incluir no rol dos empregados (saindo, mesmo que temporariamente, das listas de desempregados) os que se encontram ao abrigo dos “Contratos Emprego Inserção” e “Contratos Emprego Inserção +”, que no primeiro semestre de 2014 eram cerca de 160 mil - contra os 79 mil no início de 2013.

Isto sem contar ainda, com a realidade dos cerca de 100 mil portugueses que emigraram à procura de novos projectos e um futuro melhor, sejam eles jovens licenciados ou adultos mesmo que não qualificados.

A gente sabe que haverá quem não goste de ouvir esta realidade, mas quando se analisa o desemprego importa assentar bem os pés na terra, até pelo impacto que tem na economia e nas contas públicas. INFELIZMENTE O GOVERNO NÃO O FÁZ e deturpa os números. E não o fáz porque não é SÉRIO, na respectiva avaliação.

Para concluir dir-se-à apenas, que em Julho de 2011, antes do início da assistência externa, Portugal registava cerca de 4.890 cidadãos empregados.!... Hoje, após o primeiro semestre de 2014, apesar da tal “descida da taxa” o diferêncial é de cerca de 390 mil empregos a menos.
E esta não é uma folha de cálculo ou um mapa em excel!... É a realidade OFICIAL e a fotografia do país. São os números, mas também todos os portugueses que ainda formam infelizmente, filas significativas à porta dos Centros de Emprego.

MENOR TAXA DE DESEMPREGO, NÃO É, NUNCA FOI, SINÓNIMO DE MAIS EMPREGO...


UM ORÇAMENTO, QUE É O ESPELHO DAS “VIRAGENS ECONÓMICAS” DESDE SEMPRE PROMETIDAS, MAS NUNCA CONCRETIZADAS...

Depois de vermos aprovado o último Orçamento de Estado “engendrado”por este Governo, que nos levará a enfrentar 2015 ainda com mais sacrificios – e como sempre suportados pelos mesmos - importa agora olhar para trás e fazer um balanço das sucessivas "viragens económicas" prometidas por Passos Coelho, mas nunca concretizadas.

E olhar para trás, implica antes de mais fazer um balanço da actual governação e uma análise retrospectiva do que foram os últimos três anos e meio do legado de Pedro Passos Coelho ao comando do seu Governo e do Governo do irrevogável Paulo Portas.

O saldo - há que reconhecê-lo - dificilmente poderia ser mais negativo!... E dificilmente poderia ser mais negativo, por várias razões:
  • Porque se trata de um Governo sem palavra;
  • Porque se trata de um Governo que colocou portugueses contra portugueses;
  • Porque se trata de um Governo, que tratou como inúteis os pensionistas e os reformados, esquecendo ostensivamente o seu papel no desenvolvimento do país;
  • Porque se trata do Governo que mais potenciou a crispação na sociedade portuguesa;
  • Porque se trata de um Governo ostensivamente responsável por um conflito entre gerações;
  • Porque se trata de um Governo fomentador da pobreza;
  • Porque se trata de um Governo que jurou que a austeridade incidiria essencialmente sobre as gorduras do Estado, e uma vez no poder não teve dúvidas nem vergonha em “rasgar o contrato” feito com os eleitores, e aplicar sucessivas doses de austeridade sobre praticamente todas as camadas sociais, por vezes com requintes sádicos;
  • Porque se trata de um Governo, cujo Primeiro-Ministro em campanha, afirmou que cortar salários era um disparate, e mal chegou ao poder cortou meio subsídio de Natal a todos os trabalhadores, para no ano seguinte cortar dois ordenados à função pública e aos reformados;
  • Porque se trata de um Governo que afirmou ir fazer o ajustamento em 2/3 pelo lado da despesa – como estipulava o programa da tróika - e em vez disso, procedeu ao maior aumento de impostos de que há memória – ao ponto do próprio ex-Ministro das Finanças o ter apelidado de “brutal” - e outros, de um “colossal assalto à mão armada”.
Este é pois um Governo ideologicamente fanático!...
  • Um Governo que quis “ir mais longe do que a troika”;
  • Um Governo que impôs a “austeridade custe o que custar”;
  • Um Governo que com a proposta de alteração da TSU, pretendeu retirar dinheiro aos trabalhadores para o entregar directamente às empresas;
  • Um Governo que continua a aumentar impostos, e não contente com isso, já promete mais cortes para o futuro;
  • Um Governo que não hesita em baixar o IRC em dois pontos percentuais, colocando milhões nos bolsos dos banqueiros e dos grandes empresários, mas que já promete cortes salariais para 2016.
Este é pois um Governo sem qualquer respeito pela Lei Fundamental e pelos princípios basilares do Estado de Direito!...
  • Um Governo que violou reiteradamente a Constituição, pondo em causa valores como a igualdade ou a confiança;
  • Um Governo que afronta descaradamente o Tribunal Constitucional;
  • Um Governo que legislou às escondidas, impondo maldades aos Portugueses nas suas costas, algo a que nunca a democracia tinha assistido.
Este é pois um Governo grosseiramente incompetente!...
  • Um Governo que proclamou que o tempo da impunidade tinha acabado, mas o melhor que conseguiu, foi paralisar por completo os Tribunais, instalando o caos no sistema judicial;
  • Um Governo que uma vez mais não conseguiu colocar os professores a tempo e horas, deixando milhares de alunos sem aulas;
  • Este é tal Governo que insultou os Portugueses, chamando-lhes piegas e aconselhando-os a emigrarem, para agora afirmar que o desemprego está a descer;
Este é pois um Governo sem visão nem estratégia para defender os interesses nacionais!...
  • Um Governo que tem vendido o país a retalho;
  • Um Governo que admitiu que a solução passava por “empobrecer”;
  • Um Governo que destruiu ou paralisou todas as saudáveis iniciativas de modernização que estavam em curso, como o Plano Tecnológico, a aposta nas energias renováveis, no carro eléctrico e na reconversão do Parque Escolar.
Este é pois um Governo, que não adoptou uma única medida relevante de desburocratização e simplificação administrativa, tendo pelo contrário regredido neste domínio!...
  • - Um Governo que por pura cegueira política, matou o programa de qualificação de adultos e de jovens - Novas Oportunidades - que tinha sido elogiadíssimo internacionalmente;
  • - Um Governo que praticamente deu cabo da Ciência em Portugal, estrangulando os centros de investigação e afunilando drasticamente as bolsas de doutoramento.
Este é pois um Governo sem preocupações sociais!...
  • Um Governo que invocou a “ética na austeridade”, mas invariavelmente piorou as condições de vida dos mais desfavorecidos, deixando muitos totalmente desprotegidos;
  • Um Governo que quis evitar um “cisma grisalho”, mas não fez outra coisa senão dificultar a vida aos reformados.
Este é pois um Governo de enorme descaramento, de afrontamento e arrogãncia politica!...
  • Um Governo que para se justificar, inventou um “desvio colossal” nas contas que vinham de trás, o qual nunca foi demonstrado;
  • Um Governo cujo ex-Ministro das Finanças do alto da sua cátedra e sobranceria nos tratava a todos como atrasados mentais;
  • Um Governo cuja Ministra das Finanças contratou swaps e cujo ex-Secretário de Estado vendeu swaps, que depois foram “avaliados” pela própria, procurando assacar responsabilidades ao anterior Governo.
Este é pois um Governo politicamente trapalhão!...
  • Um Governo que inventou briefings para se explicar e que se traduziram em verdadeiros tiros nos pés;
  • Um Governo que transformou o irrevogável em revogável e que transpôs inúmeras linhas vermelhas, contra tudo e contra todos;
  • Um Governo em que os Ministros sistematicamente dizem e desdizem e entre eles se contradizem;
  • Um Governo em que as decisões são anunciadas ou mesmo aprovadas em Conselho de Ministros, para depois ainda serem alteradas;
  • Este é pois um Governo que teve em Miguel Relvas e em Marco Costa os expoentes máximos da sua competência e dignidade.
Sendo justo reconhecer que as condições em que teve de governar foram particularmente difíceis, isso não pode desculpar tudo!... A grande verdade, é que um bando de aventureiros sob a capa do PSD e da Social Democracia, não tiveram uma única ideia mobilizadora capáz de atingir os objectivos inicialmente propostos aos portugueses. Tudo cheirou a engôdo, tudo foi falso como Judas e tudo se resumiu à austeridade "custe o que custar", destruindo-se até o que estava a correr bem, ao mesmo tempo que não se conseguiam produzir alternativas duradouras.
Este é pois um Governo sem esperança e que nos vai deixar muito pior do que estávamos!...
  • Um Governo que “trouxe” a Tróika para Portugal, mas que com Tróika ou sem Tróika, não procedeu nem foi capáz de levar a cabo qualquer reconversão estrutural da economia portuguesa, antes nos fizeram regredir em muitos aspectos;
  • Um Governo cujos indicadores nos indicam que falhou em toda a linha;
  • Um Governo que reiteradamente se apresenta a anunciar “viragens económicas” mas que nunca as concretiza.
É pois por isso urgente virar esta página negra na História de Portugal. História de Portugal, que certamente registará para os seus anais, o pior Governo da III Repúbluca.
A única boa notícia, é que este é o ÚLTIMO orçamento de um aventureirismo sem precedentes, e estamos de partida para viver os primeiros dos últimos dias deste Governo de má memória...