26 abril, 2010

"A VÓZ DA RAZÃO"!...

Como toda a gente sabe, a "socialista" Inês de Medeiros foi convidada pelo PS e eleita deputada para o Parlamento Português pelo círculo de Lisboa.
Contudo... com a família a viver em Paris, surgiu a questão sacramental: quem paga as viagens da deputada à cidade-luz, para a respectiva visitinha semanal?!...

Para mim e seguindo o lema do utilizador-pagador, a resposta evidente seria: a própria, ou em alternativa quem a convidou para tão distinto cargo...

Contudo Inês discordou e pelos vistos quem fez o convite também!... Vai daí, o Presidente da Assembleia da República, Dr. Jaime Gama, munido com um apropriado parecer "jurídico", concorda com Inês e decide: Nem paga a própria, nem o Partido que a convidou. Quem paga, são os portugueses (contribuintes), independentemente de terem votado contra ou a favor, da já tão famosa deputada!...
Mas... atenção: Gama avisou: o caso não abre precedentes.
Ora sendo assim, o despacho presidencial, faz lembrar certos vestidos de alfaiate com marca registada: peça única, para uma cliente só, o que significa, que se àmanhã um qualquer deputado - que não Inês - eleito por Lisboa, instalar a família nas Caraíbas e quiser imitar tão distinta figura, para além de não ter direito a borlas, ainda fica sujeito a sanções por violação do principio de "direitos reservados". Agora digam lá, se tudo isto não é injusto e discriminatório?!... Claro que é!... Mas... mesmo assim, ainda nos podemos dar por felizes. Imaginem se em vez da dita viagem semanal - evidentemente de ida e volta -, tivessemos ainda de pagar a estadia da senhora em hotel de cinco estrelas?!...

Resta acrescentar que o Conselho de Administração da Assembleia aprovou tal despacho com os votos favoráveis do PS e contra do PSD e do Bloco. O PCP não apareceu (há burgueses e burgueses). E quanto ao CDS ficou-se pela grotesca abstenção.

E Inês?... Cá pela minha parte, devia aproveitar o seu estatuto singular para dar a volta ao mundo, saltitando de capital em capital, de preferência com os portugueses alegremente a pagar.
O país pode caminhar para o abismo, mas é importante que no meio da desgraça, haja alguém que se divirta à nossa custa...

22 abril, 2010

"UNS GANANCIOSOS, ESTES TRABALHADORES"!...

"A Administração que suga quase três por cento dos lucros da Galp nos seus próprios salários e benefícios, acusa os trabalhadores de falta de solidariedade por quererem um aumento".
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)


A Galp propôs aos seus trabalhadores um aumento de 1,5 por cento. Os trabalhadores não concordaram e fizeram greve. O presidente do conselho de Administração, Ferreira de Oliveira, acusou os trabalhadores de "falta de solidariedade para com o futuro da empresa".

Alguns dados:

1 - Ferreira de Oliveira recebeu, em 2009 , quase 1,6 milhões de euros, dos quais mais de um milhão em salários, 267 mil em PPR, quase 237 mil euros de prémios de desempenho (mais de 600 mil em 2008) e 62 mil para as suas despesas de deslocação e renda de casa. É um dos gestores mais bem pagos deste país.

2 - Os sete administradores da empresa (ex-ministros Fernando Gomes e Murteira Nabo incluídos) receberam 4,148 milhões de euros, mais subsídio de renda de casa ou de deslocação, no valor de três mil euros mensais.

3- Os 13 administradores não executivos receberam 2,148 milhões de euros. Entre os administradores não executivos está José António Marques Gonçalves, antigo CEO da petrolífera, que levou para casa uma remuneração total de 626 mil euros, incluindo 106 mil de PPR e 94 mil de bónus. No total, os 20 gestores embolsaram 6,2 milhões de euros, 2,9% dos lucros da companhia.


4 - Os trabalhadores pedem um aumento de 2,8 por cento no mínimo de 55 euros. Perante estas exigências de aumento, a administração que recebe estes salários diz que, tendo sido estes dois últimos dois anos "de crise", elas são "impossíveis de satisfazer".

5 - A Galp não está em dificuldades. Os lucros ascenderam, no ano passado, a 213 milhões de euros. No ano anterior foram de 478 milhões de euros. A empresa vai distribuir dividendos pelos accionistas. Mas ao contrário do que tem acontecido nos últimos cinco anos os trabalhadores ficam de fora. "Não é possível distribuir resultados que não alcançámos", diz o tal, Ferreira de Oliveira, que, tal como o resto da administração, não deixou de receber o seu prémio pelos resultados que não alcançou.


Os factos comentam-se a si mesmos. Por isso, ficam apenas umas notas: A administração que suga (com uma grande contribuição do seu CEO) quase três por cento dos lucros de uma das maiores empresas nacionais acusa os trabalhadores de falta de solidariedade por quererem um aumento de 2,8 por cento. E que a greve "não defende os interesses nem de curto nem de longo prazo dos que trabalham e muito menos dos que aspiram a vir a trabalhar" na Galp.

De facto, ex-ministros pensarão duas vezes em escolher aquela empresa para dar conforto à sua reforma se os trabalhadores receberem 2,8 por cento de aumento. De facto, um futuro CEO que precise de receber mais de sessenta mil euros para pagar a sua renda de casa e deslocações (que um milhão nem dá para as despesas) pensará duas vezes antes de aceitar o cargo se os funcionários que menos recebem tiverem um aumento de 55 euros mensais. De facto, gestores que recebem prémios por "resultados não alcançados" não aceitarão dirigir uma empresa que distribui dividendos quando os lucros baixam.

A ganância destes trabalhadores desmoraliza qualquer homem de negócios mais empenhado. Assim este País não vai para a frente. A ver se os trabalhadores da Galp percebem: todos temos de fazer sacrifícios.


ASSIM VAI ESTE PAÍS!...

09 abril, 2010

"OS COMPADRES"...

Chegamos a um ponto, em que os “compadres” fazem do espaço politico nacional, o seu principal designio!... E sendo assim, ou se arreda pé e se metem os “compadres” na ordem, ou se perde a pouca confiança que os cidadãos ainda depositam na nossa já depauperada classe politica.
Pela parte que me toca, e embora reconheça que no actual quadro partidário, ainda há gente – embora pouca – que pugna por ideais e pela defesa de determinados princípios e valores, a esperança que me resta é já muito pouca.
Em primeiro lugar, porque esta gente é perfeitamente banalizada e encontra-se longe – muito longe – da esfera do poder, e pelo outro, porque o mundo da globalização se encarrega de fazer o resto, impondo as suas regras.
De que serve Sócrates ou qualquer outro, dizerem que são socialistas ou liberais, se quem impõe as regras é Bruxelas?!...
Portanto meus amigos, quanto a isto estamos conversados!... A politica de qualquer Governo - seja ele qual for - , é comandada de fora para dentro, e “nós por cá”, a única coisa que fazemos é entrar no “jogo”. Um “jogo”, que se limita aos Partidos “protestantes” – PCP e BE, que não passam disso mesmo -, e aos “outros” – PS, PSD e CDS, que no essencial comem pela mesma marmita - que lutam pela esfera do poder, para satisfação pessoal e das respectivas elites e clientelas partidárias. E é aqui que reside efectivamente o grande problema!... É que, se quanto à politica governamental, é de todo em todo impossível, contrariar as “ordens” da senhora Merkel e Companhia, no plano interno, ou os homens “bons” deste país dão a volta ao sistema, ou então nada feito...

Tomando tudo isto como exemplo, e quando me dizem que Sócrates é um socialista nato, e um homem da esquerda moderna, a única resposta que dou, “…é que vou ali e já venho”!... Mas não o digo por acaso!... E não o digo por acaso pelo seguinte: No plano económico, de que serve a Sócrates ser socialista ou não ser, se tem que ser submisso e seguir as regras que lhe são exigidas do exterior?... Quem é que impõe as politicas económicas?!... O preço do dinheiro?!... As taxas de Juro?!... Já no plano interno, a coisa “pia mais fino”!... E “pia mais fino”, porque num sistema democrático, qualquer politica que se preze, seja ela de cariz socialista, social-democrata, liberal ou qualquer outra, não pode de forma alguma ser condescendente com as poucas vergonhas, de que todos os dias vamos tendo conhecimento.


No tempo da “outra senhora”, vivíamos uma ditadura feróz!... Uma ditadura em que as regras mais elementares e os princípios de cidadania ficavam a léguas do mínimo exigível!... Então e hoje?!... Não vivemos uma ditadura económica, não vivemos numa ditadura de conveniências politicas e de clientelismo, em que os homens do regime impõem as suas regras?... Não vivemos numa época, em que a hipocrisia, a mentira e o politicamente correcto, se sobrepõem a tudo e a todos?!... Não vivemos numa época, em que aquilo que efectivamente interessa é o protagonismo diário, os tempos de antena e o fato e a gravata com penteado a condizer?!... E depois, o que é que acontece?... Depois… quem vier atrás que feche a porta, porque a culpa, essa morre sempre solteira.

Como muito bem alguém um dia disse, a politica é uma “porca”, com poucas “tetas” para muitos “mamões”!... Ora sendo assim, ou se vira a página, ou então não haverá porca que resista. O que está à vista escusa candeia. É inconcebível o que se está a passar na sociedade portuguesa!... Há situações que roçam mesmo o escabroso, e de tão gritantes não merecem sequer qualificação. Com gente a passar fome, com o desemprego a subir todos os dias, com a nossa juventude sem expectativas de vida, com sacrifícios atrás de sacrifícios, a pagar sempre pelos mesmos, e com os “compadres” lá na sua poltrona e do alto dos seus trono, a “gozarem o panorama”, como poderá este país progredir?...