30 abril, 2009

1º de Maio – Dia Mundial do Trabalho

O Dia Mundial do Trabalho foi criado em 1889, por um Congresso Socialista realizado em Paris.
A data foi escolhida em homenagem à greve geral, que aconteceu em 1 de maio de 1886, em Chicago, o principal centro industrial dos Estados Unidos naquela época.

Milhares de trabalhadores foram às ruas para protestar contra as condições de trabalho desumanas a que eram submetidos e exigir a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias.
Naquele dia, manifestações, passeatas, piquetes e discursos movimentaram a cidade, mas a repressão ao movimento foi dura: houve prisões, feridos e até mesmo mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.

Em memória dos mártires de Chicago, das reivindicações operárias que nesta cidade se desenvolveram em 1886 e por tudo o que esse dia significou na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, servindo de exemplo para o mundo todo, o dia 1º de maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalho.
A história do Primeiro de Maio, mostra assim, que se trata de um dia de luta, não só pela redução da jornada de trabalho e pelos direitos dos trabalhadores como aconteceu em Chicago no século XIX, mas também pela conquista de muitas outras justas reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.”

24 abril, 2009

35.º ANIVERSÁRIO DA LIBERDADE

No momento em que se celebra mais um aniversário do 25 de Abril de 1974, e perante as profundas transformações que na última década vêm fustigando o campo do trabalho no nosso país (e no mundo), fará sentido interrogarmo-nos onde pára o espírito da Revolução dos Cravos?

A mentalidade servil e conformista que se vem espalhando em diferentes áreas do emprego não será a negação sociológica das promessas de Abril?

Vão longe os tempos das velhas ilusões colectivistas e dos ideais socialistas da época – a solidariedade, a igualdade, a justiça social...


O actual cenário social e laboral é marcado pela crise, pelo individualismo, pela indiferença, e até pelo oportunismo, sentimentos estes que se traduzem em vulnerabilidade, insegurança e uma dependência cada vez maior.


Em vez de formas de gestão modernas e democráticas, da responsabilidade social das empresas, do diálogo social, da autonomia individual, do respeito pela cidadania – salvo as poucas e honrosas excepções – prevalece o autoritarismo, o sentido do "saque", e um absoluto seguidismo imposto pela hierarquia. Chegou-se ao ponto dos próprios subordinados, trabalhadores e funcionários abdicarem dos seus direitos, na expectativa de com isso preservarem o emprego ou consolidarem a sua posição.


O elo mais fraco, está por conseguinte, cada vez mais fraco e a chamada "crise" faz o resto!... A "luta" que resta é hoje meramente individual e pela segurança, ou seja, regressámos às necessidades primárias da democracia!...

O ponto nevrálgico está, pois, nas lideranças e no espectro do desemprego. E as empresas, a administração pública e as universidades, são sempre - quer se queira ou não - o espelho da sociedade, quer seja pelos bons ou pelos maus exemplos.

Estamos pois, perante uma lógica em cadeia, imposta de cima para baixo!... Uma lógica, que penetra nos níveis intermédios e atinge os inferiores, isto é: estamos perante um autêntico processo "bola de neve", em que os administradores, as chefias, os directores, os coordenadores, no fundo, aqueles que centralizam o poder nos diferentes sectores, sobem e ganham protagonismo, em função das conveniências dos seus "donos", seguindo até ao fim, a vontade e a estratégia dos que os promoveram ou os propuseram.


É sobretudo por tudo isto, que hoje assistimos a determinadas nomeações que nos deixam incrédulos, que determinada gente é chamada para encabeçar listas, para assumir cargos públicos ou privados, para ocupar e controlar posições-chave dentro das instituições, e tantas outras poucas-vergonhas.


A “lealdade” e a “confiança”, em vez de traduzirem dedicação à instituição e à sociedade, vão-se tornando cada vez mais em meros paliativos para esconder obediências e interesses pessoais.


Mais de três décadas após o 25 de Abril e ao contrário do que seria lógico, o que é premiado é antes de tudo o espírito obediente, submisso e acrítico! Ao contrário da lógica, de um espírito livre, autónomo e leal, a falta de verticalidade tráz hoje muito mais vantagens. E obviamente que quem ascende pela obediência jamais pode aceitar que abaixo de si subsista a mais leve irreverência.

Resulta daí que, aqueles que mostrem a mais pequena veleidade em questionar as opções da cadeia hierárquica, embora competentes, entram de imediato nas listas de candidatos à “prateleira” ou à eterna estagnação na posição subalterna ou burocrática que ocupam, quando não são simplesmente despedidos no final do seu contrato. Deste modo, a obediência cega vem-se tornando um padrão!... Um requisito, já não para progredir, mas tão somente para agarrar o emprego a todo o custo. Não!... Assim não vamos lá...


Mas quem são, afinal os donos das vozes do dono? São os detentores do poder. Porém, este é um poder social que não possui um único centro. Ele dissemina-se no mundo empresarial, na administração pública, no parlamento, nas universidades. Assume formas distintas e cobre diversos âmbitos.


Perante isto, aos cidadãos e trabalhadores – dos que já esqueceram as promessas de Abril aos mais jovens que as ignoram –, cabe perguntar se o discurso tecnocrático, hoje novamente dominante, sobre a aposta nas pessoas, nas qualificações, nas oportunidades e no mérito, não será uma enorme falácia?!... Para além disso, a pergunta inquietante que resta fazer é se não será, afinal, o próprio vértice superior do actual poder político o exemplo supremo que estimula de facto esta cultura da “voz do dono”? O que é feito do espírito do 25 de Abril?

19 abril, 2009

QUE PAÍS É ESTE!...

Ao contrário dos trabalhadores e reformados deste país, que viram os seus salários e pensões congeladas, a esmagadora maioria dos gestores nacionais das grandes empresas nacionais teve aumentos - e que aumentos - em 2008.
Sabe-se agora que a remuneração mais alta foi de António Mexia, presidente executivo da EDP, que recebeu 1,26 milhões. Ricardo Salgado, presidente executivo do BES, recebeu 1,15 milhões de euros de salário; José Honório, presidente da Portucel teve uma remuneração de 905 milhões.
Já os gestores da Brisa viram o seu salário aumentar 122 mil euros em apenas um ano. Vasco Melo, presidente da Brisa recebeu 793 mil euros. Uma das maiores subidas pertence à REN, onde os ordenados da comissão executiva mais do que duplicaram, passando de 1,3 milhões em 2007 para 3,3 milhões em 2008. 656 mil euros recebeu José Penedo líder da REN.

Das empresas que já divulgaram os salários dos seus conselhos de administração apenas a EDP, EDP Renováveis e CGD divulgaram o ordenado individual do presidente executivo. Ou seja, as restantes empresas não cumprem uma das recomendações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que diz que “ a remuneração dos membros dos órgãos de administração e fiscalização deve ser objecto de divulgação anual em termos individuais”.
Ora posto isto, há uma coisa que é inquestionável!... Como facilmente se pode constatar, a crise, não é para todos... e nem mesmo as palavras do senhor Presidente da República, que já por várias vezes condenou estas atrocidades, conseguem pôr cobro, a tamanha aviltagem... Resta perguntar, que país é este?...