29 janeiro, 2021

COVID-19 | ESTE NÃO É O TEMPO DE CAVAR TRINCHEIRAS…

Tudo o que se tentou evitar até agora está a acontecer!... Chegámos ao limite, e se formos muito para lá do ponto em que estamos, corremos sérios riscos de agravar ainda mais os danos de uma pandemia com a perda da auto-estima que sustenta o nervo da nossa terra, mas também do país inteiro.

Dito de outra forma: se o confinamento falhar, o preço a pagar será altíssimo. Cada um de nós e como é óbvio enquanto comunidade, temos muitos interesses em jogo!... Neste momento porém, não “brinquemos em serviço” – outros valores se levantam. E sendo assim, resta uma só solução: levar o confinamento muito a sério, olhar para as regras e não para as excepções, e perceber que as decisões de cada um contam. E contam para o bem e para o mal!... Relativizar o perigo é exponenciá-lo e virar-lhe as costas por fadiga ou impaciência, por descrença ou por dúvidas sobre prescrições dos especialistas - é fugir à responsabilidade. Ficar em casa, é por isso mais do que uma opção individual: é um acto político, uma prova de empenho cívico e um gesto de resistência em favor do bem comum.

Para lá dos ecos da História, há um princípio basilar a que estamos obrigados: a solidariedade, a que a condição daquilo que somos não dispensa... 


O desafio que se coloca é muito grande e deve ser levado a cabo pelo conjunto da sociedade, ainda que, como é natural em democracia, possam e devam existir escolhas diferentes relacionadas com alegados detalhes que têm sempre a ver com as medidas tomadas e os seus paliativos. Mas isso, dá ainda maior importância à necessidade de um compromisso colectivo que passa também pela intervenção dos políticos ou dos aspirantes à politica. Mais do que representantes de interesses – que também o são por definição – é chegada também a sua hora de serem escolas de cidadania e baixar a guarda, neste momento muito difícil que atravessamos.

Vivemos uma “guerra” que é preciso vencer ou no mínimo escapar aos seus efeitos!... E não é discutindo e a lançar alarvidades dia a dia, hora a hora e minuto a minuto, procurando por essa via os louros dos distraídos, que a vencemos. Se continuarmos nessa onda, o inimigo avança e vai continuar a destruir tudo pelo caminho. O combate politico não sendo um vírus, não é por isso uma prioridade. Os interesses das pessoas sim, sobretudo das menos protegidas e têm por isso de falar bem mais alto. Trata-se de uma missão colectiva que nesta altura das nossas vidas é mais importante que a “caça ao voto” e com a qual os agentes políticos se devem comprometer num combate solidário e neste momento imprescindível. Repito: não brinquemos em serviço!... Este não é o tempo de cavar trincheiras. Para lá dos ecos da História, há um princípio basilar: a solidariedade a que a condição daquilo que somos, nos obriga. 

Crónica para a Revista A Barrosana|Fevereiro 2021

 

08 janeiro, 2021

A MEDALHA DE LATA 2020…

O cidadão – designadamente o indeciso - que se pretenda informado sobre a vida pública no concelho de Montalegre, encontra hoje sérias dificuldades em encontrar chão seguro para se posicionar. Na verdade, saber o que  pensar sem  um  dispêndio razoável de energia não é nada fácil.

E não é nada fácil, porque nos dias que correm, vive entalado entre duas situações distintas!... Por um lado, é confrontado por quem se diz apostado em “puxar” pelo concelho, por quem defende o empresariado local, os postos de trabalho e se propõe, contra ventos e marés dinamizar a economia local; e pelo outro, por uma Oposição que “sabendo muito”, sabe a pouco e se exprime como um oráculo e com uma terminologia e raciocínio destinados a só poderem ser entendidos e escrutinados pelos seus pares, empenhando-se mais em o empurrar para uma determinada opinião, do que em lhe fornecer elementos para formular um juízo próprio. Há porém duas coisas que não escapam aos barrosões: a primeira, são os constantes atropelos de uma Oposição que insiste num discurso para os colocar uns contra os outros; e a segunda, as sucessivas acusações sem rosto com que de vez em quando nos vem presenteando, fazendo da Lei e da Justiça “tábua rasa” e dos Tribunais "pelourinhos".

Perante factos que são reais e públicos, esta é sem margem para dúvidas gente que não nasceu para fazer da politica vida, e por conseguinte, gente sem honra nem dignidade na respectiva acção – os políticos assumem-se. 

Parafraseando Francisco Sá Carneiro, “a politica sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha”!... Um selo, que assenta que nem uma luva em toda esta gente, hoje decomposta em Partidos e Movimentos em catadupa, todos eles com o mesmo objectivo, mas que outros argumentos não tem, senão a promoção da desconfiança e as acusações reiteradas que os Tribunais não consagram e a Lei rejeita.  Lei, que existe para defesa de todos e não para ser utilizada ao prazer de cada um ou ao sabor das conveniências politicas. Podemos até achar - porque temos esse direito - que é boa ou má, porém, os mecanismos  para  a  sua  mudança  estão  previstos e são claros, mas enquanto  não mudar, é por esta que todos temos que nos reger. É assim que se exige que seja, num Estado de Direito Democrático e Montalegre não é excepção.

Ora sendo esta a verdade, estamos por isso perante actos que não prestigiam quem deles faz uso e muito menos a democracia representativa no concelho, onde o povo ainda é quem mais ordena. E sendo assim, é por isso mesmo que o poder da razão desta Oposição, da sua verdade e do serviço público que se lhe exige e para o qual foram mandatados bateram no fundo.  Estamos perante alguém com um objectivo único:  abater” um homem e retirá-lo do lugar que por direito próprio ocupa e o povo lhe concedeu.  E quando assim é, procurando fazer do mesmo o principal e único alvo para o atingir de interesses pessoais e políticos que cabe ao povo consagrar, é o mesmo que colocar o “carro à frente dos bois”. 

Ainda que por outras palavras, foi o Tribunal que o disse - ao recusar o pedido da perda de mandato - e o signatário que o leu.  Estamos por isso perante uma Oposição que se vai aguentando sem honra nem glória, e que da politica, à falta de argumentos e provas válidas, faz uma espécie de campeonato de tiro ao alvo.

PARA ELA, VAI POR ISSO A MINHA MEDALHA DE LATA DO ANO DE 2020...

07 janeiro, 2021

- DUAS NOTAS

 1 - Uma vacina que é o sorriso do mundo…

Dizem-nos que tudo começou em Dezembro de 2019, quando foram detectados alguns casos de uma misteriosa “pneumonia” na cidade chinesa de Wuhan, que depressa se espalhou por toda a China e por outros países asiáticos. Estranha pneumonia essa, que chegou aos Estados Unidos em Janeiro do ano seguinte, e entrou portas dentro da Europa através da França.  

Em 11 de Fevereiro, a OMS-Organização Mundial de Saúde, identificou o vírus SARS-CoV-2 – como sendo o causador dessa pneumonia e anunciou o nome oficial da doença que passou a chamar-se de Covid-19. Um mês depois, a mesma OMS declarou o surto como uma epidemia que até agora já infectou mais de oitenta milhões de pessoas e já provocou cerca de um milhão e oitocentos mil mortes em todo o mundo. 

Entretanto e logo que conhecido o vírus, a Ciência começou imediatamente a trabalhar na pesquisa de uma vacina, e no meio de muitas especulações ditadas pela política e pela competição comercial, os resultados acabaram por aparecer como se fosse um milagre que trouxe esperança ao mundo. A União Europeia não ficou parada no tempo e deu um forte contributo para financiar alguns dos projectos de investigação e desde o princípio, atribuiu subsídios às principais empresas farmacêuticas, entre as quais a BioNTech-Pfizer, entre outras, para assegurar que os Estados-Membros pudessem comprar as vacinas logo que fossem aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento e iniciassem o processo de vacinação ao mesmo tempo em todos eles.  Dito e feito!... A vacina chegou a Portugal, tal como aos demais países da UE e a primeira dose começou a ser ministrada no passado dia 27 de Dezembro, de acordo com as prioridades previamente estabelecidas pelas autoridades de saúde. Um verdadeiro sinal de esperança que “fez sorrir a sociedade” para ultrapassar a crise sanitária, económica e social que se abateu sobre o país e o mundo, mas que se constitui também, como uma grande vitória da Ciência de que nos devemos orgulhar.

2 – U.E. - O COVID-19 E AS VANTAGENS DA INTEGRAÇÃO!...

A legitimidade democrática de quem apoia a pertença do país à União Europeia, é exactamente igual à de quem a condena, e não será nunca honesto dividir os portugueses entre bons e maus, segundo o seu pensamento sobre o assunto.

Pessoalmente e digo-o sem arrependimento, sempre a defendi, baseando as minhas convicções em argumentos que se afiguram cada vez mais poderosos. Hoje, interrogo-me sobre o acesso às vacinas contra a Covid-19 caso Portugal não integrasse a EU, e como seria perante a tragédia que se abateu sobre o mundo. E interrogo-me igualmente, como conseguiríamos manter os juros baixos e os financiamentos para sobrevivermos. Mas não só!... Penso igualmente na moeda única e no que teria sucedido aos salários, às pensões e às reformas com o desequilíbrio financeiro, se em vez de serem calculados em euros permanecessem em escudos, facto que determinando a redução da dívida pública, levaria a desvalorizações sucessivas da moeda e ao desemprego galopante, à fome e à miséria, principalmente dos trabalhadores, dos reformados e dos pensionistas?!...

Com o ruído mediático que anda por aí e face à “lepra nacionalista” que alastra, não nos ficaria por isso nada mal, o reconhecimento do muito que devemos à União Europeia no que diz respeito à economia, às finanças e até porque não dizê-lo, à longevidade de democracia face à maior crise económica e financeira dos últimos cem anos.

Por isso e perante a prova de solidariedade de que estamos a beneficiar, designadamente, e mais que não seja, com a chegada em tempo útil das vacinas e da “bazuca” que aí vem, é justo manifestarmos a nossa gratidão pela notável postura deste espaço civilizacional onde o aprofundamento da integração económica, social e política é vital para a nossa sobrevivência colectiva.

Um testemunho que me apraz registar, e deixar um voto de louvor a quem nos deixou esse legado, sem o qual a vida dos portugueses e o futuro do país teriam muito a perder. Viva a União Europeia!...

(Artigo de Opinião para o Jornal Planalto Barrosão 1 Janeiro 2021 | Texto escrito segundo a antiga ortografia)