Portugal
tem hoje uma sociedade mais doente e uma economia mais frágil do que
quando começaram a ser aplicadas as medidas de liberalização e
austeridade que "revolucionaram" o país nos últimos quatro anos!...
Há hoje menos criação de riqueza, menos capacidade produtiva e menos emprego. Há hoje mais desigualdade, mais população em risco de pobreza e mais pessoas em situação de privação grave.
A juntar a tudo isto – convém não esquecer, que temos hoje mais dívida pública, mais dívida externa e que ao contrário do que se afirma, o país está mais pobre, fruto da venda dos activos públicos por todos conhecidos.As pessoas, claro está, sabem-no e sentem-no, o que cria um problema aos defensores da estratégia aplicada!... É que ela não só produz uma economia e uma sociedade que as pessoas não querem, como produz também resultados muito diferentes daquilo que a todos nos prometeram em 2011.
As privatizações - recorde-se, eram apresentadas como promotoras da eficiência, dada a suposta evidência que o privado faz sempre melhor, factos que outrora os escândalos do BPN e BPP, e agora os do BES e a PT vieram desmentir. A desvalorização do trabalho prosseguida de inúmeras formas, foi sempre promovida como geradora de emprego, mas que o desemprego crescente ao longo dos últimos quatro anos veio desmentir. E a própria austeridade “custe-o-que-custar” - vale a pena também recordar, era apresentada como amiga do crescimento, em virtude dos supostos efeitos sobre a confiança.
Só que em vez das certezas prometidas, aquilo a que assistimos foi à captura de rendas por interesses particulares, à destruição de emprego e de capacidade produtiva, e vamos a caminho de uma década perdida em matéria de crescimento e desenvolvimento.
Ora sendo assim, o que é que se deve fazer então, quando a nossa estratégia produz resultados tão obviamente distintos do prometido e tão contrários às aspirações das pessoas?!...
A resposta é óbvia!... Simplesmente negar que ela tenha sido devidamente aplicada.
Os resultados não são os prometidos, alega o coro neoliberal, porque o ímpeto reformista não tem sido suficiente e porque não se reformou verdadeiramente o Estado. Na sua versão mais cínica -alegam ainda, porque este Governo "é na verdade anti-liberal", como se o liberalismo realmente existente dispensasse a instrumentalização do Estado para a garantia de rendas, para a fragilização do trabalho e para a abertura ao lucro privado de sectores protegidos.
Só que em boa verdade, é esta e não outra, a finalidade que o neoliberalismo do Compromisso Portugal nos pretende impingir. São estes pois e não outros os seus resultados pretendidos, e o discurso que distanciando-se procura agora branquear esse facto, não é mais do que uma tentativa de eternizar este programa destópico.
O chefe de missão do FMI senhor Subir Lall, que assiduamente visita Portugal, já deu aliás o primeiro mote para o pós-tróika, ao considerar por estes dias quando de visita ao país, que “o chumbo do Tribunal Constitucional à redução salarial e da convergência de pensões não deve ser um impedimento para que a discussão seja retomada”, insistindo que é preciso avançar com a reforma do sistema de salários e pensões, uma vez que muito do ajustamento do lado da despesa ainda está por fazer. Se dúvidas houvesse nos designios desta gente, elas aí estão...
Há hoje menos criação de riqueza, menos capacidade produtiva e menos emprego. Há hoje mais desigualdade, mais população em risco de pobreza e mais pessoas em situação de privação grave.
A juntar a tudo isto – convém não esquecer, que temos hoje mais dívida pública, mais dívida externa e que ao contrário do que se afirma, o país está mais pobre, fruto da venda dos activos públicos por todos conhecidos.As pessoas, claro está, sabem-no e sentem-no, o que cria um problema aos defensores da estratégia aplicada!... É que ela não só produz uma economia e uma sociedade que as pessoas não querem, como produz também resultados muito diferentes daquilo que a todos nos prometeram em 2011.
As privatizações - recorde-se, eram apresentadas como promotoras da eficiência, dada a suposta evidência que o privado faz sempre melhor, factos que outrora os escândalos do BPN e BPP, e agora os do BES e a PT vieram desmentir. A desvalorização do trabalho prosseguida de inúmeras formas, foi sempre promovida como geradora de emprego, mas que o desemprego crescente ao longo dos últimos quatro anos veio desmentir. E a própria austeridade “custe-o-que-custar” - vale a pena também recordar, era apresentada como amiga do crescimento, em virtude dos supostos efeitos sobre a confiança.
Só que em vez das certezas prometidas, aquilo a que assistimos foi à captura de rendas por interesses particulares, à destruição de emprego e de capacidade produtiva, e vamos a caminho de uma década perdida em matéria de crescimento e desenvolvimento.
Ora sendo assim, o que é que se deve fazer então, quando a nossa estratégia produz resultados tão obviamente distintos do prometido e tão contrários às aspirações das pessoas?!...
A resposta é óbvia!... Simplesmente negar que ela tenha sido devidamente aplicada.
Os resultados não são os prometidos, alega o coro neoliberal, porque o ímpeto reformista não tem sido suficiente e porque não se reformou verdadeiramente o Estado. Na sua versão mais cínica -alegam ainda, porque este Governo "é na verdade anti-liberal", como se o liberalismo realmente existente dispensasse a instrumentalização do Estado para a garantia de rendas, para a fragilização do trabalho e para a abertura ao lucro privado de sectores protegidos.
Só que em boa verdade, é esta e não outra, a finalidade que o neoliberalismo do Compromisso Portugal nos pretende impingir. São estes pois e não outros os seus resultados pretendidos, e o discurso que distanciando-se procura agora branquear esse facto, não é mais do que uma tentativa de eternizar este programa destópico.
O chefe de missão do FMI senhor Subir Lall, que assiduamente visita Portugal, já deu aliás o primeiro mote para o pós-tróika, ao considerar por estes dias quando de visita ao país, que “o chumbo do Tribunal Constitucional à redução salarial e da convergência de pensões não deve ser um impedimento para que a discussão seja retomada”, insistindo que é preciso avançar com a reforma do sistema de salários e pensões, uma vez que muito do ajustamento do lado da despesa ainda está por fazer. Se dúvidas houvesse nos designios desta gente, elas aí estão...